Eu ouvi um grito e desviei os olhos para o lado por breves segundos antes de voltar a olhar para Chanyeol e perceber que sua expressão mudara de dor para choque.
Ele estava paralisado, no meio de uma multidão que gritava enquanto Yifan estava no chão, com o canto da boca sangrando, mas não parecia estar desacordado. E foi apenas este fato que levei como impulso para dar um passo rápido até o garoto assustado em minha frente, jogando o capuz de sua fantasia sobre sua cabeça e empurrando-o para sair dali antes que alguém acabasse chamando um segurança e ele fosse expulso aos pontapés.
Chan não me interrompeu ou questionou uma vez sequer, mas não parecia estar cooperando para sair dali. Ele estava pesado, eu mal conseguia empurrá-lo.
— Chanyeol, dá pra me ajudar a ajudar você? – ladrei e ele pareceu despertar, andando mais rapidamente, até que estivéssemos fora da área tumultuada. Abri a porta do que imaginei ser uma sala de aula e empurrei-o lá dentro, respirando aliviado por finalmente poder respirar.
Levantei o olhar para a sala devagar, ouvindo a batida da música em meus ouvidos. Suspirei, abrindo uma brecha da porta e perguntando-me como voltaria até onde Yifan estava. Eu precisava saber se ele estava bem. Acompanhá-lo até o hospital, talvez.
Droga, qual era o problema com Chanyeol, afinal?
Fechei a porta e dei um passo para trás, deixando que meu olhar encontrasse com o de Chanyeol pela segunda vez naquela noite. Ele parecia já esperar por isso.
Estava sério, o capuz negro já caído sobre as costas. Ele estava pálido, e eu não sabia se era pelo nervosismo da situação ou pela maquiagem que usava. Seu peito subia e descia devagar debaixo do tecido da camisa social cor de vinho gomada e abotoada. A respiração saía entrecortada entre os lábios mais avermelhados que o normal, e uma gota de sangue falso escorria do canto direito da boca.
Queria que a nossa situação fosse mais leve, menos problemática. Talvez eu pudesse dizer "Chanyeol, adorei sua fantasia de vampiro. Você fez o clichê parecer legal". E depois iria embora da festa, como se nada tivesse acontecido.
Mas ele havia acabado de bater no cara que eu estava dançando e me encarava de forma perturbadoramente assustadora agora.
Mordi o lábio inferior e ele se mexeu na mesa onde estava sentado, desviando o olhar.
— Eu vou ver se o Yifan tá bem. – lembrei-me que Chan não sabia quem era Yifan, mas a verdade era que isso não importava. E ele pareceu entender, pois segurou a respiração com força por alguns segundos. — Eu... Vou chamar Sehun. Talvez fosse melhor ele te levar pra casa...
— Eu sou igual meu pai, né? – ele sussurrou e eu me aproximei um pouco, esperando que ele continuasse.
Seus olhos estavam avermelhados e úmidos, mas eu não consegui prever o que aconteceria até que ele começou a chorar.
Dei um passo para trás.
Park Chanyeol estava chorando e eu não fazia ideia do porque ou o que eu deveria fazer para que ele parasse. Eu precisava ver se Yifan estava bem e chamar Sehun para tirá-lo dali antes que alguém aparecesse, mas ele não parava de engasgar nas próprias lágrimas então a única solução que minha mente conseguiu formular foi abraçá-lo.
Encaixei-me entre suas pernas e envolvi seu tronco com os braços, sussurrando um "shh" sonoro. Chan apenas soluçou mais alto, abraçando-me de volta com uma força exagerada.
ESTÁ A LER
I Found a Guy ↬ Chanbaek
Fanfiction[adaptação] Baekhyun encontrou um garoto. Ele achava Baekhyun legal, mas não gostava de garotos. © jeonminie, 2016