Chapter Four

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Talvez fosse tarefa difícil guardar segredos dentro de si, mas para Tomlinson nunca parecera algo tão simples.

Após um pouco mais de uma semana de, ter desabafado com Harry, nenhuma palavra a respeito do assunto havia sido trocada, e Styles estava entrando em combustão por isto. Afinal, ninguém nunca havia alugado aquele quartinho, então ele não sabia como lidar com inquilinos, e naquele momento, ele apenas queria conversar.

Conversar sobre os mais ridículos assuntos já se pensados pelo homem. Talvez a velha teoria da existência de extraterrestres ou, uma análise sobre o que seria de um mundo completamente socialista. Até o estrago que o Comunismo faria ao mundo parecia ser algo mais interessante que o silêncio incessante de Louis.

Por um lado, Harry compreendia a ausência de confiança ao dizer aquilo, ou mesmo a vergonha de como reagir depois. Mas o adormecer das palavras por baixo da barulhenta mente de Louis era tão torturante quanto goteiras em plena madrugada.

O silêncio era algo de extremo pavor, além do mais, viver sozinho por anos lhe trás a vontade de interagir, nem que seja com o pequeno cacto escorado na janela da cozinha.

Demorou apenas alguns minutos da manhã para planejar seu pequeno plano de conhecer mais seu novo inquilino. Com uma xícara de chá de camomila e pequenas torradas, adentrou ao quarto, cujo raramente via Louis sair de lá. Encontrou o rapaz sentando na cama, com os óculos deslizando tardiamente até a ponta do afinado nariz, mordia a borracha de um lápis, o qual aderia para responder questões de um livro acadêmico de cálculo.

A porta soou ao momento em que Harry adentrava ao quarto, chamando a atenção do jovem.

—Pensei que estivesse com fome, você não jantou ontem. –Estas foram as primeiras palavras trocadas em dias.

—Não estava com fome, mas obrigado. –Tomou a xícara e o pequeno pirex das mãos de Harry, apoiando-os entre as pernas, enquanto ainda focava nos cálculos matemáticos.

Harry permanecia no local, porém havia sentado-se na cama, próximo a Louis, revendo seu plano mentalmente, procurando, a até então, falha.

—Não se preocupe, eu levo a xícara para a pia. –Disse Louis na mais sutil maneira de pedir para que Styles se retira-se.

Porém Harry não o fez. Permaneceu estático, apenas com a movimentação dos olhos que seguiam cada gesto de Louis, que sorriu.

—Algum problema, Harry?

Negou. Uma, duas, até três vezes. Nada defensivo.

—Você quer me dizer alguma coisa? Me desculpe se você fez comida a mais por nada, eu realmente não estava com fome ontem, deitei-me cedo.

Foi a vez de Styles sorrir. Louis estava mesmo se desculpando por não ter jantado? Aquele rapaz não era real.

—Não Louis, tudo bem... É só que... você esteve muito quieto nos últimos dias, está tudo bem? Terminou o livro?

Uma risada irônica fora soada, após um gole no chá o rapaz de olhos azuis respondeu:

—Você faz muitas perguntas, Styles. Está tudo bem sim, de qualquer forma, não terminei o livro.

A testa do outro franziu-se em dúvida, uma semana sem ler o livro mais fascinante do universo era demais, não?

—Romances?

—Romances. –Afirmou, mordiscando uma torrada.

—Ainda não consigo acreditar que não gosta de romances, você deve ter lido os livros ao contrário.

Isolation  ➳ L.S Where stories live. Discover now