NOVE

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Dormir deveria ser lei mundial. As pessoas deveriam ter um momento à tarde obrigatório para o sono, exclusivo.

É sério. A melhor coisa para o ser humano se chama dormir. Renova suas energias, te deixa relaxado, é gostoso, pode te render bons sonhos e é grátis.

Acordei da minha soneca da tarde aproximadamente às 18 horas. Decidi ir ao shopping testar minhas sapatilhas. Não estão entendendo? Irão entender logo.

Antes de tudo, usei as sapatilhas e voltei uma hora no tempo. Eram 17h e tive mais tempo para me arrumar pra sair.

Fui até a cozinha e peguei meu banquinho de madeira, levei até o quarto e o posicionei ao lado do armário. Subi e retirei de cima dele meu cofre, contendo meu cartão da poupança lacrado e intocado.

Hoje eu decidi gastar!

Guardei o cartão em minha carteira e separei minha roupa. Tomei uma ducha rápida e saí do banheiro cantarolando de roupão e toalha na cabeça.

Ao me despir do roupão, contemplei-me no imenso espelho que possuo em meu quarto. Ele é grande e consigo me visualizar inteira. Adoro.

Vesti minha lingerie e pus um vestidinho azul marinho todo em renda, sem mangas, de gola alta, superelegante, todo grudadinho no corpo até a metade da barriga, onde uma faixa reforçada separa a parte da saia mais folgada e rodadinha até dois palmos acima do meu joelho.

Vestido estilo boneca, amo.

Soltei meus cabelos negros ondulados e bastante compridos da toalha e decidi escová-los.

Fiz uma trança lateral super da moda e finalizei meu look com maquiagem completa, contendo batom vermelho e acessórios em prata.

Depois de arrumada, me calcei, separei uma bolsa grande o suficiente para que minhas sapatilhas coubessem junto com minha carteira e alguns acessórios e pedi um táxi para o shopping.

Chegando lá, olhei o relógio. Já se passaram 50 minutos desde a última vez que usei as sapatilhas, então precisava de mais uma hora e dez minutos para usar novamente.

Passei no caixa eletrônico para verificar meu saldo. Hum... R$42.800,00. Uau... Bastante coisa juntada em sete anos.

Segui para uma loja de grife, daquelas de rico mesmo, sabe? E pela primeira vez me senti poderosa e gastei quase oito mil apenas em uma loja. Demorei quase uma hora experimentando roupas e escolhendo, paguei as que comprei e fui ao banheiro.

Calcei as sapatilhas, fechei os olhos e cinco segundos depois os abri.

As sacolas sumiram.

Consultei o caixa eletrônico. Meu dinheiro ainda estava lá. Que maravilha!

Agora precisava esperar mais duas horas. Ainda eram dezenove horas e o shopping só fechava às vinte e duas.

Adoro magia.

Adoro minhas sapatilhas.

Adoro dar uma de rica e não gastar um real.

Decidi parar um pouco, fui até a praça de alimentação.

Por coincidência do destino, encontrei Alice, sentada em uma mesa, lanchando com um garoto superbonitinho. Deve ser um dos que ela mencionou outro dia. Não me aproximei, pois não sabia se era o Jonatas ou o Gustavo.

Comprei meu lanche e me sentei, feliz e sorridente. Apreciava cada pedacinho do lanche e quando acabei, percebi que Alice pediu licença ao garoto e foi em direção ao banheiro. Levei meus olhos até ela, que me viu e sorriu.

AMOSTRA - Minha sapatilha mágica.Where stories live. Discover now