-Shih! Não chore! Eu não quero te machucar... Alice eu te amo! Só me deixe te amar...

Ele me segurava pela cintura com um braço e secava minhas lágrimas com a outra mão, passando seu dedo indicador por meus lábios para me calar.

-Rafael... Eu confiei em sua amizade... Por favor pare!

Insisti me debatendo enquanto ele tentava desabotoar minha camiseta.

-Rafael... Eu estou grávida! Pare por meu bebê...

Minhas palavras saíram em um fio o pegando de surpresa, ele me olhou nos olhos afrouxando seu braço que me prendia pela cintura, neste momento aproveitei para escapar lhe dando uma joelhada entre suas pernas.

-Ah! Alice sua...

Ele esbravejou caindo de joelhos.

-Nunca mais toque em mim!

Gritei antes de sair correndo dali, as lágrimas praticamente me cegavam a visão e minhas pernas tremiam parecendo terem vontade própria.

-Alice o que aconteceu?

Ouvi Kiara me perguntar preocupada ao me ver descer as escadas quase correndo e totalmente transtornada, mas eu não consegui lhe dar uma resposta meu extinto me mandava sair logo dali.

-Alice espere...

Gritou Rafael do segundo andar, sua voz fez meu coração parar de bater por um segundo para depois pular feito louco em meu peito, corri para a saída sem olhar para trás.

- Rafael o que você fez?

Ainda pude ouvir a pergunta irada de Kiara para ele, mas não esperei por sua resposta, sai para fora da casa e corri até a lancha. Merda! Cadê você Bruno? Me perguntei mentalmente ao ver a lancha sozinha.

-Não importa! Eu tenho que ir para longe.

Falei para mim mesma entrando na lancha e ligando os motores, e saindo dali, não antes de olhar apavorada para a porta da casa de Rafael esperando ele sair correndo atrás de mim a qualquer momento, um tremor percorreu meu corpo e eu sai rápido dali.

- Vamos lá Alice, você consegue! Você consegue...

Eu repetia para mim mesma tentando controlar o desespero que crescia dentro de meu ser, já que eu nunca havia pilotado uma lancha e me sentia fortemente nauseada.

-Droga agora não!

Senti minhas pernas vacilaram e minha visão ficar turva.

-Por favor não....

Pedi como se fosse uma prece respirando fundo, neste momento vi Nicolas parado em uma das tantas pontes que haviam em Veneza. Nicolas! Pensei me virando ao passar sob ele para ter certeza que era real, ele me olhava apavorado e eu podia jurar que estava pálido, tudo se passava muito rápido ouvi ele gritar meu nome e apontar para frente, me virei a tempo de perceber que eu estava desviando a rota e a lancha iria se chocar contra uma parede.

-Mais que dupla merda!

Xinguei tentando retornar para o caminho girando muito rápido o pequeno volante para a direita.

-Nicolas! Eu não sei nadar!

Gritei em desespero ao perceber que o lado esquerdo da lancha ainda se chocaria ao muro, logo um barulho horrível soou e tudo tremeu senti minha cabeça bater em algo e meu gritou se perdeu entre o barulho, prendi minha respiração ao me ver cair no mar profundo sendo levada cada vez mais para baixo, eu tentava voltar para a superfície me sentindo sufocar com a falta de ar, ao olhar para cima vi que a lancha havia se incendiado e senti novo horror invadir minha alma, eu lutava para nadar para a superfície enquanto minhas forças estavam indo embora eu sabia que logo me afogaria. Talvez se eu fechar meus olhos seja mais fácil. Pensei me sentindo sendo puxada para baixo. Mas e Nicolas... Ele precisa de mim... E o nosso bebê... Não posso o deixar morrer antes mesmo de nascer. Senti uma nova onda de força que me impulsionou para a superfície, assim que emergi puxei o ar com toda a minha força tentando não me apavorar com as chamas e o fato de eu não saber nadar.

-Ah meu Deus ela está viva!

Ouvi uma mulher gritar apontando para mim.

-Moça sai daí! A lancha pode explodir!

Ela gritou para mim mais uma vez, enquanto uma multidão de pessoas se aglomeravam entre as pontes e vielas.

-Socorro! Eu não sei nadar...

Gritei tentado me manter com a cabeça para fora da água. Nicolas cadê você? Me perguntei mentalmente já não tendo mais forças para bater os braços e pernas.

-Alice! Por favor chamem uma ambulância... Alice!

Ouvi sua voz desesperada me chamar e pedir ajuda para as pessoas, mas eu não sabia dizer se estava perto ou longe, minhas vistas escureciam e de repente eu não tinha mais forças para lutar. Eu sinto muito meu amor. Pensei enquanto afundava e tudo a minha volta se tornou silêncio e escuridão.

***

 A Caminho Da Felicidade!Where stories live. Discover now