Capítulo - 10

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- Adrian. -

***

Adrian... — Magnus está em pé, virado de costas para mim. Haviam malas aos seus pés, e a chave da casa estava em suas mãos. — Você queria fugir de mim, não é?

— Não... Eu já te expliquei, eu só... — Eu tentava falar, mas era como se minha voz tivesse simplesmente desaparecido...

— Então, agora eu te dou a liberdade que você tanto deseja... — Após dizer isso, ele deixou a chave escapar por entre seus dedos, e cair no chão. Quando o olhei novamente, ele estava caminhando para longe de mim. 

Magnus! — Não importava o quanto eu gritasse, ou o quanto eu tentasse correr até ele, meus pés simplesmente não se moviam... E minha voz não era ouvida...

    E então tudo ficou escuro, e silencioso... A única coisa que eu ouvia eram os soluços do meu choro, e meus lábios sussurrando seu nome várias vezes. Meu peito doía, era uma sensação dilacerante, como se algo afiado me atravessasse lentamente... Eu estava sozinho na escuridão.

    Mas então, algo quente tocou meu rosto, e tudo ficou claro novamente.

— Adrian! Acorde, eu estou aqui... — Quando finalmente consegui abrir meus olhos, um rosto familiar me encarava com uma expressão preocupada. Era difícil enxergar com as lágrimas, mas aquele rosto era irreconhecível para mim.

— Magnus... — Sussurrei, e pude perceber que agora minha voz era ouvida.

— O que aconteceu? — Ele perguntou preocupado, enquanto me ajudava a sentar na cama. Magnus ainda estava ali, sentado ao meu lado e acariciando meu rosto. — Teve um pesadelo?

— Sim... O pior de todos. — Falei em meio aos soluços. Então Magnus se aproximou mais, e me abraçou fortemente, me reconfortando.

— Com o assassino? — Quem dera fosse com ele... Quem diria que agora meu maior pesadelo se tornaria ver Magnus me abandonando? 

— Não... Não quero falar sobre isso, por favor... — Agarrei sua camisa e o abracei também. Eu tenho me comportado como uma criança chorosa desde ontem, e Magnus como um pai preocupado. Mas eu sei muito bem que não temos uma relação desse tipo...

— Tudo bem... — Magnus continuou abraçado comigo até que eu conseguisse me acalmar. Depois de um tempo ele quebrou nosso silêncio. — Eu preciso comprar algumas coisas... Você quer vir comigo?

— O que você vai comprar? — Perguntei, saindo de seu abraço e o encarando. Graças à ele, eu já estava me sentindo mil vezes melhor.

— Bom, preciso comprar comida e mais algumas coisas... — Ele me encarou de lado enquanto passava a mão pela sua nuca. Então ele decidiu morder seu lábio inferior, o que teria feito eu cair para trás se já não estivesse encostado nos travesseiros. — A verdade é que... Eu não quero tirar meus olhos de você. Não quero mais ficar longe...

— Magnus, eu... — Ia falar que eu sentia o mesmo, mas fui interrompido antes.

— Ok, eu sei que estou sendo egoísta como uma criança é com seu brinquedo preferido, mas eu simplesmente não posso mais te deixar. Não mesmo. Em nenhuma hipótese. — Ele disse, sério. Eu sei que ele não está sendo egoísta... Na verdade, ele está me protegendo como sempre faz.

— Está tudo bem, Magnus. Eu vou com você... Mas, posso tomar uma ducha antes? — Perguntei sorrindo. Ele me olhou surpreso por alguns instantes, e depois finalmente me mostrou aquele sorriso lindo que não era direcionado para mim há tempos!

Doce Delegado - Livro 1 - Trilogia DoceWhere stories live. Discover now