Capítulo 17

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– Você elouqueceu, Marcus? O que viu naquela garota?

– Eu não sei, mas eu preciso me casar com ela. Preciso tê-la, possuí-la.

– E precisa submetê-la a tais condições? – Cassandra gritava para quem quisesse ouvir.

– Esse é o único jeito de fazê-la aceitar.

– E desde quando precisou da anuência de alguém?

– Mamãe, Aurora tem talento, eu mesmo a vi lindamente dançando e cantando. Tem a voz de anjo. Pense em quanto o público iria aumentar.

– Mas eles não poderão tocá-la Marcus! Se ela é esse talento todo eles desistirão.

– Colocaremos condições, sorteios, mas ninguém ganhará.

– Como assim?

– Simples. Aurora será o anjo proíbido e a estrela principal. Faremos competições entre os rapazes para ver quem terá o privilégio de se deitar com a bela jovem. Tipo um leilão. Porém, alguém de nossa extrema confiança ficará responsável para colocar os valores mais altos pela Aurora, alguém que jamais se deitará com ela e jamais pagará por tal preço.

– Você só pode ter enlouquecido. Essa sua ideia colocará tudo a perder.

– Mamãe, estou entrando na casa dos trinta e somos conhecidos, as pessoas começarão a estranhar o fato de eu não ter uma esposa estando num cabaré.

– Não é óbvio? – a mãe dos Connors balançou os braços.

– Ora, ora dona Cassandra!

– Já disse que Dona não, já basta eu ter que me submeter àquela bastarda me chamando de avó daqui uns anos.

Marcus riu.

– Se eu não me casar, o povo começará a comentar e isso gerará fofocas do tipo: " Certeza que o bonitão do Marcus deve levar suas dançarinas para a cama" – ajeitou o casaco em prepotência – Isso, minha querida mãe, não é bom para a minha reputação e nem para a do cabaré. Se eu me casar, dará a impressão de que Red Blush é um estabelecimento de diversão, mas que sua administração é séria, entendeu?

– E quem me garante que essa garota não aprontará alguma coisa?

– A irmã dela. Aurora faz de tudo pelo bem estar da irmã. Mas é claro, teremos que trazer a pirralha junto com a velha que cuida delas, isso poupará as desconfianças.

Cassandra respirou fundo tentando absorver as palavras do filho. Por mais que ele tivesse razão, ver uma mulher com um de seus filhos era algo além. Os ciúmes que tinha deles fazia com que nenhuma pessoa do sexo masculino cruzasse seu caminho definitivamente.

– Está bem! Você venceu. Mas não me peça para ser legal. Isso já é demais. – sua voz era firme e não continha a reprovação, porém Marcus estava empolgado demais com seus planos.

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Aurora acordou em um ambiente diferente. Olhou ao seu lado e havia um homem que dormia tranquilamente. Sentiu os olhos arderem quando notou que não era um pesadelo, mas se conteve.

Olhou para o quarto em que estava. As cortinas da janela ventavam levemente devido a uma fresta na janela, e o sol emoldurava toda palidez daquele quarto. Era imenso, pensara. Maior que a sua casa em Monterrey. Por um instante ficou sem saber o que fazer. Não sabia se levantava ou se fingia estar dormindo até que seu futuro marido acordasse.

Red Blush - O cabaréOnde as histórias ganham vida. Descobre agora