- Nossa, que convencido! Estou falando da paisagem, do lugar, da cor do mar, e não de você.

- E eu fiquei triste por não ter se rendido ao meu encanto e nem aos meus lindos olhos azuis – seu tom era de falsa tristeza, eu sabia que ele não falava serio.

- Então, você me chamou pra almoçar, o que vai fazer a respeito senhor encantado? – ele apontou para a entrada da lancha.

- Por favor, senhorita – fui na direção indicada passei por ele que fez uma reverência engraçada, dentro do barco tinha uma pequena cozinha, uma sala e um corredor que deveria ser os quartos, fui para a cozinha estilo americana, na mesa tinha alguns petiscos, salada, um vinho no gelo e no centro da mesa tinha um réchaud com uma panela, o cheiro estava ótimo.

- Você cozinhou? O cheiro está ótimo! – falei me sentando na cadeira que ele acabara de puxar pra mim, se sentou na cadeira de frente já pegando o prato pra servir um pouco de salada.

- Não, passei em um restaurante mais cedo, espero que esteja do seu agrado, risoto de frutos do mar, gosta? – ele destampou a panela indicando com as mãos – posso servir a salada?

- Obrigada – nos servimos enquanto falávamos sobre culinária, eu falei pra ele que gosto de cozinhar, e prometi que da próxima vez eu faria o jantar. Matheus era uma companhia agradável, muito agradável na verdade, acabamos o almoço, arrumamos a cozinha colocamos a louça na maquina, e voltamos para a parte superior do barco, as horas já haviam se passado e o sol já estava quase se pondo no horizonte quando voltamos para a casa, coisa que eu quase falei pra não fazermos, mais com certeza a Lolita deveria esta preocupada.

Chegamos á casa e tinha um luau acontecendo ao lado de uma fogueira e alguém tocava violão, deveria ter umas quinze pessoas sentadas em volta de uma fogueira, nos aproximamos da turma, estavam contando uma musica conhecida do cidade negra, a Lolita veio em nossa direção.

- Oi, você sumiu o dia todo, agora vejo que esta em boa companhia, vem, o pessoal estava te esperando pra tocar uma música pra gente – Lolita já estava meio bêbada, sua voz denunciava seu estado.

- Não, de jeito nenhum! – ela me empurrava pra frente, meus olhos foram em direção e se prenderam ao André, ele estava lindo como sempre, precisava um homem ser tão irresistível? Os olhos dele saíram dos meus e foram lentamente pra minha mão entrelaçada com a do Matheus, e os meus olhos foram para o seu lado onde tinha uma garota grudada nele, acho que agora seria assim, isso era sem dúvida o fim. Eu sou mesmo uma burra, com um deus grego segurando minha mão e eu admirando a beleza de um simples mortal.

- Lolita, eu não vou cantar – eu tentava segurar a louca.

- Claro que vai, e vai cantar minha música primeiro.

- Você toca? Eu adoraria te ouvi tocar – Matheus falou sorrindo.

- Viu? Ele adoraria te ver tocar, agora vai, o violão agora é todo seu – ela foi até o rapaz que tocava e tomou o violão sem nenhuma delicadeza interrompendo a música, me entregou e pedi desculpas pra ele que nem o conhecia, enquanto a louca da minha amiga batia palmas e gritava.

- Agora o show vai começar, com vocês, a garota mais gostosa, mais linda, mais legal, e sortuda por estar ao lado de um Deus grego – ela olhou pra mim – desculpa amiga mais é a verdade, ô mulher de sorte!!! – todo mundo rio da gracinha dela enquanto eu tocava sua musica favorita, do Marron Five, she will be loved, cantei essa musica mais pra mim mesma que pra Lolita. Esse foi só o primeiro passo pra pedidos de favoritas, todo mundo conhecia as letras estava tudo muito divertido até que alguém pediu a música que eu não gostaria de cantar tão cedo.

- Bem, agora é minha vez, toca pra mim, de janeiro a janeiro – essa era a canção que eu tinha dedicado para o André a um tempo atrás, mais nesse momento onde todo mundo estava olhando pra mim esperando os primeiros acordes começar, alguém iniciou a música, isso me fez sair do estado de letargia que eu estava, olhei pra quem estava tocando, eu não tinha percebido que o Matheus tinha pegado um outro violão, era ele quem tocava, eu passei a acompanhar os acordes, e cantamos juntos, foi bem mais fácil do que eu imaginei, talvez o meu mundo realmente havia acabado, talvez eu devesse guardar esse amor dentro do meu peito, sufocar toda dor, colocar um sorriso que seria para uns o fim e para outros apenas o começo, terminamos de tocar e eu coloquei o violão no canto e fui buscar alguma coisa para beber, o Matheus continuou dando um show, e ele era muito bom.

Mais uma chance - degustaçãoWhere stories live. Discover now