Eu pilotava a moto as pressas, meu irmão sentado bem atrás de mim com as mãozinhas na minha cintura, e César logo atrás dele, com uma mochila um pouco pesada nas costas, A tarde não era tão ensolarada, o céu quase sem nuvens, e eu só queria prestar atenção ao percurso e as paisagens, muito embora estivesse afim de saber oque se passava pela cabeça de César, que até aquele ponto não havia dito nada sobre o ocorrido.
Tentei não me incomodar com isso, afinal de contas nem mesmo eu sabia o que tinha acontecido, apenas me deixei levar pelo beijo e pelo lábio suave e quando vi, todo um conflito havia se formado bem diante dos meus olhos... Dúvidas... É o que nós três temos.
..quando percebi que César definitivamente não iria falar nada por iniciativa própria, indago:
" Tudo bem aí atrás cara ? "
" Sim... Tudo certo... " - foi a resposta dele, lenta e nem um pouco verdadeira, porque de fato nada estava bem, conheço César à tempo suficiente para perceber que abalar a relação com o pai não é nenhum motivo de felicidade... As vezes é difícil se colocar no lugar de alguém, até mesmo sentir ou tentar enxergar através dos olhos da outra pessoa, mas ali com César era tudo diferente, apesar da felicidade de minutos atrás lá na casa dele ao receber meu convite, ele estava cabisbaixo, e minha vontade era de lhe dizer que o beijo dele tinha sido o melhor que eu já havia recebido ( todos de meninas ), mas havia algo em mim que ainda não estava pronto pra isso.
...
Chegamos em vila esperança pouco tempo depois, ou eu tinha ido numa velocidade frenética, ou o trânsito fluiu bem, só sei que a volta havia sido ainda mais rápida que a ida. Parei a moto no quintal de casa e todos descemos, tirei a chave do bolso e tratei de abrir a porta:
" Bom, a mãe e a Alice foram até a praia antes de eu ir com Arthur pra sua casa, então logo logo devem estar chegando aí. " - indaguei, ainda esperando alguma resposta, qualquer uma vinda do César, mas eles permanecia calado.
Arthur se jogou no sofá ( possivelmente pretendendo retomar o sono ), e eu me dirigi até a geladeira, matando minha sede com um copo transbordando de água gelada ( daqueles que fazem a cabeça doer ), olhei de relance pro César, sentado no sofá, roendo as unhas e olhando pro nada, com aquela expressão de rio por fora, mas mantendo um maremoto por dentro, tomei coragem e por fim falei:
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O Chefe - Romance Gay
Romance"Ele era ainda mais angelical dormindo, o modo como os olhos se fechavam, a respiração suave, poderia ficar ali o observando por horas, sem me cansar..." Após terminar a faculdade de negócios, César, um jovem de 26 anos, vê seus dias se tornarem cad...