"Ele era ainda mais angelical dormindo, o modo como os olhos se fechavam, a respiração suave, poderia ficar ali o observando por horas, sem me cansar..."
Após terminar a faculdade de negócios, César, um jovem de 26 anos, vê seus dias se tornarem cad...
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Enfim consigo deixar meu cabelo com um aspecto mais formal (o que não é fácil ) , saudades do tempo em que um moicano desajeitado era tudo o que eu precisava fazer. Pego meu iPhone, uma olhada rápida e agradeço por não ter compromissos importantes para hoje (um dia pra ficar na minha sala tomando café e comendo algumas besteiras).
Desço a escada e me deparo com Cida carregando uma cesta com pães, que pelo cheirinho, presumo que acabaram de sair do forno... (Quem diz que anjos não existem, está totalmente enganado, considero Cida o maior exemplo deles). Contratada pelo meu pai quando eu ainda tinha 3 anos, Maria aparecida permanece á disposição da minha família até os dias de hoje, não se trata de uma empregada (na verdade ninguém nesta casa usa esse termo com ela) é mais que isso, minha segunda mãe, disposta a me ouvir e preencher com lealdade, o vazio que minha falecida mãe deixou em mim.
" ta apressado cesinha? " - ela fala entre risos.
" Não Não ! Hoje não " respondo, segurando o rosto dela e lhe dando um beijo na bochecha.
" Vou indo! Tenha um bom dia "
" Não vai ficar para o café? "
" Fica pra próxima, e nada de ficar triste hein ?" - dou umas risadinhas irônicas enquanto falo.
" não não! jamais! Vai com Deus meu filho " - Cida se despede, enquanto saímos do corredor e seguimos caminhos opostos, ela para a sala de jantar, e eu para a saída, ao passo que abro a porta, ouço algo.
" césar meu filho !!! " - me viro e vejo meu pai vindo da sala de jantar, enquanto visualiza algo no tablet que suponho ser noticias referentes a economia (ou sua conta bancária)
" Oi pai !? Algo de errado ? " - falo e olho pro relógio, desejando que meu pai não queira ter uma de suas longas conversas sobre economia comigo...
" Não é nada demais, só queria saber se meu filho não estaria disposto a almoçar comigo hoje a tarde... é que faz tempo que não fazemos algo juntos, a relação entre pai e filho não pode ser negligênciada! "
- se eu não tivesse achado a justificativa justa, diria que mais uma vez meu pai está usando a chantagem emocional comigo (se já achava ridículo quando tinha seis anos, imagina agora que tenho mais vinte!)
