CAPITULO- TRÊS

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Paris

Marco foi sedado novamente, o estado de choque que se encontrava não permitiria que, levantasse da cama e fosse para casa, até mesmo porque não tinha motivos para ir, o que encontraria lá? Caiu novamente em um sonho profundo, e as lembranças vieram através de sonho,

Aos 28 anos, já era homem maduro e vivido o suficiente, veio do Brasil para trabalhar em uma multinacional assim que terminou sua graduação em contabilidade, seu sonho desde muito jovem. Estava em Paris há seis meses depois de uma passagem pelos Estados Unidos, aonde chegou a trabalhar por quase um ano na Multinacional, pareceu-lhe certo se alistar ara ir ao Iraque, era um sonho seu servir ao exercito, como não conseguiu no Brasil, foi o que fez, mas, seus relatos e lembranças não são nada bons, tornaram-se pesadelos, as tragédias vistas e vividas por lá. Assim que retornou, decidiu aceitar outro emprego oferecido a ele agora na França, em Paris, mais precisamente, para trabalhar com consultoria e assessoria contábil para ongs e pequenas empresas, em uma empresa de grande renome na Europa. Os primeiros meses vivendo na Europa foram solitários o bastante para que cogitasse a possibilidade de retornar ao Brasil, mas sua mãe, carinhosa como sempre o aconselhou a esperar mais alguns meses, melhoraria seu Curriculum e ele se acostumaria, afinal era seu futuro eu estava em jogo, e tudo que eles queriam era sua felicidade. Então decidiu aproveitar as ruas de Paris, começou a fazer grandes caminhadas, andar de bicicleta, frequentar cafés, registrando tudo, teria muitas belezas para contar aos seus pais quando retornasse. E foi assim que chegou o dia em que sua vida se transformou, começou a ter sentido, razão de viver ali tão distante.

Ao aproximar-me do café A La Bonne Bière, cada dia parava em locais diferentes, para poder provar todos os sabores de cafés e Pettit Four, mas este dia decidi voltar a este café, adorei o lugar, e estava mais perto dali do que de outros.

Assim que desci da bicicleta, avistei sentada naquele café em Paris, e apaixonei-me antes mesmo de ouvir sua doce voz, fiquei parado a certa distancia, cetro de que ela também me olhava, fui chegando de mansinho, um pouco envergonhado, ela não desviava o olhar, ate que percebi que, conforme fui chegando, seu olhar não acompanhou o meu, continuei vidrado naquele rosto lindo, pele alva, não era magra demais, seus cabelos tinham um corte da moda e emolduravam seu rosto, cabelos negros e lisos. Aproximei-me da mesa ao lado e sentei, imaginando que ela estaria esperando alguém, por isso não retribuiu meu cumprimento, fiquei sentado ali, por longos quinze minutos, ela não desviou os olhos, que estavam fixos em um ponto qualquer, que não consegui identificar, a atendente chegou pedi um café com bolo, comi demoradamente admirando aquele quadro, querendo guardar aquela imagem para sempre, ouvi um pessoa chamar e assim descobri seu nome:

- Anne, querida, aqui, venha o carro esta bem à beira da calçada a sua frente. Consegue sozinha?

- Sim mamãe, quantas vezes tenho que pedir para não me tratar como uma imbecil? Posso muito bem me virar sozinha.

Anne levantou-se e fiquei ainda mais apaixonado, tudo nela era lindo-4, estava boquiaberto, quando a atendente saiu correndo lá de dentro:

- Já se vai? Desculpe não te dar muita atenção hoje Anne, estou sozinha no balcão, mas prometo amanha recompensa-la, mesmo horário, ok?

- Tchau Julia, sim amanha voltarei, não se preocupe, estava muito agradável a manha hoje, não me entediei.

Dizendo isso, entrou no carro e se foi, fiquei ali sentado, como um expectador embriagado pela beleza, pelo perfume e pela sua voz. Ouvi quando ela disse que voltaria amanhã, pelo visto era sua rotina, e a partir de hoje seria a minha também.

E assim foi por vários dias seguidos, chegava, sentava-me na cadeira de uma mesa no canto onde podia observa-la, as duas amigas conversavam, riam liam e se despediam. Eu ia embora cada dia com um sonho diferente. O que me entristecia era que não conseguia roubar-lhe nem sequer um olhar, até que.

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