Capítulo 32 - Agradecimentos

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America passou o resto do dia com a família e, cansada de esperar por May, se recolheu para o quarto quando escureceu

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America passou o resto do dia com a família e, cansada de esperar por May, se recolheu para o quarto quando escureceu. Mesmo que estivesse cansada, sua mente ainda rodopiava entre as decisões que precisava tomar e o sono não chegava. Desistindo de ficar deitada, se debruçou sobre a janela para observar a neve que caía silenciosa do lado de fora. Pouco depois, ouviu batidas fracas na porta e a irmã mais nova entrou.

— May — America murmurou e puxou a irmã para um abraço.

May certamente não esperava por tamanha demonstração de afeto.

— Vi a luz acesa, imaginei que ainda estivesse acordada — explicou, quando se afastou. — Esperava que ainda estivesse furiosa comigo — arriscou. — Amber me ligou, disse que contou tudo a você.

America suspirou e garantiu:

— Não estou brava com você.

— Não? — May duvidou.

— Acho que só um pouquinho — retrucou ela, com um sorriso, levando a irmã para se sentar na cama ao seu lado. — Demorei um pouco para digerir toda a história, para acreditar que você tinha quebrado a promessa que toda a nossa família fez, a minha e a de Aspen — acrescentou, estendendo as últimas sílabas e May encolheu os ombros, envergonhada. — Você imagina a confusão em que me colocou? — May estava prestes a se desculpar, mas America completou, para a surpresa da irmã: — Mas agora eu entendo suas intenções.

— Está me agradecendo? — May cerrou os olhos. — O que aconteceu no castelo?

America hesitou e sentiu um calor estranho tomar suas bochechas. May, é claro, não deixou passar.

— Não acredito, você e ele...

America engasgou, uma reposta bem clara, e May soltou uma risadinha.

— Me deve uma — disse, tentando conter o riso.

— May!

— Não tente esconder, o plano teve êxito.

America riu, dando de ombros, e a irmã a acompanhou.

— Mas e agora, eu serei irmã da rainha?

— A decisão nunca cabe a apenas a mim.

— Tenho certeza que ele não a deixará escapar outra vez.

Depois do discurso afiado de Gabriela, Benjamin prometeu a Audrey que ela não seria prejudicada, deixando claro que ela não precisava se sentir ameaçada pelas outras garotas. Desde então o Príncipe vinha cumprindo sua promessa: passou a sair mais com todas as garotas, priorizando os rotineiros passeios pelo jardim com Audrey.

Os dois ficavam mais próximos a cada dia, e mesmo que ele não tenha dito com todas as letras, tampouco ela, Audrey sentia que ganhava cada vez mais espaço no coração do Príncipe, o que deixava algumas garotas da Elite furiosas.

Elas pareciam ter se dividido entre as que odiavam Audrey, as que não davam a mínima e as que estranhamente se tornaram suas amigas. Gabriela fazia parte do primeiro grupo, é claro, assumindo o papel de Thiffany. Maya como sempre do segundo e Luna passou a fazer parte do terceiro, ao lado de Hellen.

Luna se mostrou uma boa amiga, o que ia contra tudo que Audrey esperava. Ela foi sempre muito educada, mas nunca foi tão próxima de ninguém no palácio, fazia seu jogo sozinha. Benjamin pouco falava dela, mas se ela estava ali até agora, tinha suas qualidades. Luna se mostrou muito amável e gentil, deixando claro que estava do lado de Audrey e profundamente chateada com a imagem que estavam fazendo dela.

Naquela tarde a família real convidou todos para um jogo de beisebol no campo do palácio, Audrey jogou apenas a primeira partida, provando sua pouca habilidade nos esportes. Todos se divertiram, mas as garotas ficaram apreensivas depois que boatos de uma eliminação no dia seguinte começaram a correr pelo castelo antes do jantar.

Ao fim da refeição, a família Woodwork se recolheu e em seguida Audrey também pediu licença para sair da mesa, não aguentando mais os olhares ansiosos das outras meninas. Benjamin fez o mesmo, encontrando a garota no corredor e pedindo que ela o esperasse no quarto para uma visita.

Audrey dispensou as criadas e foi até a penteadeira para tirar os grampos de cabelo que tanto a incomodavam e o salto alto que maltratava seus pés. Benjamin não se importaria. Ele não demorou muito para chegar e quando apareceu, trazia uma garrafa de vinho e duas taças.

Os dois se sentaram na cama, e ele lhe serviu a bebida.

— Estava guardado, peguei esta manhã na adega.

— Algum motivo especial?

— Para comemorar minha vitória no beisebol — Benjamin disse, presunçoso, girando o boné de beisebol, que também tinha trazido, entre os dedos.

— E como você sabia que ia vencer? — Audrey indagou, arqueando as sobrancelhas.

— Eu sempre venço — ele brincou, dando de ombros.

Audrey tomou pequenos goles do vinho, e Benjamin parecia nervoso, então ela começou a conversa, dizendo o que vinha protelando há alguns dias.

— Benjamin... — começou, girando a taça entre os dedos — eu queria agradecer pelo que você fez.

Benjamin ergueu os olhos.

— Queria agradecê-lo por não ter deixado que essa história interferisse na minha permanência na Seleção. Você cumpriu sua promessa e eu entendo que deve receber muitas reclamações de algumas garotas e até do Conselho, afinal, eles não devem estar gostando nenhum pouco dessa história e...

— Não diga isso — Benjamin a interrompeu, colocando as taças em cima da mesinha de cabeceira e tomando as mãos trêmulas da garota. — Eu seria um idiota se deixasse que as ações de outras pessoas interferissem na minha vida, com a garota que eu... com a garota que eu mais estimo na Seleção.

Audrey fingiu não perceber o modo como ele se atrapalhou no final, trocando as palavras que ela gostaria de ter ouvido, então apenas sorriu. Os dois se aproximaram e seus lábios se tocaram, a princípio delicadamente. Audrey passou as mãos pela sua nuca e as dele desceram por suas costas, puxando-a para mais perto. Os beijos se tornaram mais urgentes e quando os lábios de Benjamin foram parar em seu pescoço, Audrey, sem pensar, levou as mãos até o botão de seu paletó, no mesmo segundo se dando conta do que iria fazer, se afastou, envergonhada.

Benjamin pigarreou, tentando esconder o sorriso, mesmo estando envergonhado também.

— Tudo bem — ele disse, se afastando —, acho melhor eu ir para o meu quarto agora...

Audrey assentiu e levou-o até a porta, sentindo as bochechas queimarem. Ele tinha acabado de chegar, mas era melhor que saísse antes que o vinho fizesse efeito e eles fossem longe demais.

Quando ele saiu, ela enterrou o rosto entre as mãos, se sentindo uma idiota pelo que estava prestes a fazer nos minutos anteriores. Como se ela não soubesse das regras...

No dia seguinte, quando desceu para o café, o príncipe e o rei já haviam saído. Carter Woodwork também já havia se retirado e Kile deveria estar estudando com seu tutor. Na mesa só restavam as garotas da Elite, Madame Marlee e Josie. Todas conversavam alegremente, mas ela percebeu a falta de alguém assim que se sentou e cutucou Luna que estava sentada ao seu lado.

— Onde está Maya?

Luna se inclinou para ela e disse baixinho:

— Ela saiu, o príncipe a mandou embora antes do café.

Uma Nova Chance | RETA FINALOnde histórias criam vida. Descubra agora