Nos últimos instantes da Seleção a descoberta de um grande segredo levou America e Maxon a seguirem caminhos totalmente opostos e inesperados.
Determinada a apagar as lembranças da realeza, ela escondeu sua identidade e desapareceu dos holofotes, se...
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America acordou no dia seguinte e levou instintivamente a mão à testa, estava com uma dor de cabeça terrível. Ela definitivamente não deveria ter bebido tantas taças de vinho na noite anterior. Percebeu que estava em seu quarto e sentou-se na cama, logo ouviu batidas na porta.
— America, sou eu — murmurou Celeste do lado de fora.
America levantou-se e abriu a porta com cuidado, encarando o semblante pesaroso da amiga. Então, veio à sua mente tudo que aconteceu na noite anterior, e lágrimas brotaram em seus olhos. Celeste a envolveu em um abraço.
— As duas estão na minha casa — tranquilizou-a. — Foram contar a novidade a Rebecca.
Assim que sentaram-se na cama, Celeste perguntou:
— E então, o que você vai fazer?
— Não faço a menor ideia — admitiu America, afastando as lágrimas do rosto. — Não sei como isso aconteceu. Eu joguei a carta fora! Como elas encontraram? E por que Audrey se inscreveu? Eu não entendo!
— Posso garantir que estou tão surpresa quanto você — afirmou Celeste —, mas você sabe que não há nada que Amberly peça que Audrey não faça, com certeza tem dedo dela nisso.
— Não duvido.
— O fato é que Audrey vai para Angeles em alguns dias — elucidou Celeste. — Não acha que está na hora de contar a verdade? -—sugeriu, com os olhos fixos em America.
— Não, de jeito nenhum! — protestou ela. — Ainda não é a hora.
— E quando será a hora? Quando ela chegar ao palácio e Maxon perceber a semelhança? Ou quando ela se tornar a noiva do príncipe e você for convidada para uma celebração? Ou na festa de Hallowen?
— Primeiro: eles não vão descobrir; a semelhança pode deixá-los intrigados, mas duvido que vão ficar perguntando sobre a família dela, e mesmo que perguntem ela não precisa dizer nomes, e ainda que eles descobrirem não poderão fazer nada. Segundo: ela não vai se casar com o príncipe, tenho certeza disso, conheço a minha filha, e terceiro: o Hallowen já passou.
— Além do mais, ainda temos o natal — entoou Celeste.
— Você não está ajudando.
— Desculpe — disse, com uma risadinha, e emendou: — America, nem você acredita nas próprias palavras, você sabe que eles vão descobrir.
America soltou um longo suspiro.
— Não consigo encarar isso agora, não tenho coragem de contar a elas. Tenho esperança de que Audrey seja uma das primeiras dispensadas — disse ela, e baixou os olhos. — Não sei o que acontece! Tento me afastar dele e alguma coisa sempre vem e me puxa de volta. Pensei que nunca mais chegaria perto do castelo, e agora minha filha está indo ao palácio de Angeles em uma competição para ser esposa do filho dele!
— Olhe, eu não acredito muito em destino, mas acho que a vida está querendo dizer algo a vocês dois.
Algum tempo depois de Celeste ter ido embora, America ainda estava tentando organizar seus pensamentos quando as filhas chegaram. Audrey foi bater à sua porta, abrindo uma fresta.
— Mãe?
— Entre, querida — disse America, gesticulando para sua cama. Audrey entrou hesitante e sentou-se ao lado da mãe.
— Acho que mereço algumas explicações — começou America.
Audrey torcia os dedos, inquieta, escolhendo as palavras.
— Peço desculpas por ter mentido — disse ela, levantando os olhos. — Sei que a senhora não gosta muito deles e eu não deveria ter feito a inscrição, mas...
— Mas o quê?
— Amberly encontrou a carta e insistiu e...
Audrey hesitou.
— Acho que a sua reação foi um pouco exagerada, não? — Audrey indagou. — Provavelmente a senhora é a única mãe de Illéa que não quer que a filha seja uma Selecionada.
America engoliu em seco.
— Eu só fiquei um pouco... surpresa.
— A senhora desmaiou — a menina disse, estreitando os olhos, pouco convencida.
— Tenho meus motivos.
— Poderia explicá-los?
— Não — disse America rapidamente, sua voz ganhando um tom de irritação. — Não, agora — respirou fundo. — Audrey, você errou em ter se inscrito, e está prestes a estragar a sua vida, eles não são quem você pensa que são — alertou a filha, áspera.
Audrey assumiu uma expressão confusa.
— Por que diz isso, mãe?
— Apenas acredite em mim.
— Mas como a senhora sabe disso se nunca esteve no palácio? Nunca nem chegou perto deles. A senhora não sabe nada sobre eles! Nem os conhece!
Audrey lançou-lhe as palavras e saiu, irritada com o rumo que a conversa havia tomado.
O peso da culpa e da angústia inundava olhos de America. As palavras foram como facas afiadas, abrindo com destreza e crueldade as feridas do passado, fazendo-a se lembrar de todos os momentos que lutava constantemente para esquecer.
A semana passou num piscar de olhos, mas foi como um pesadelo para America. Vários funcionários do Palácio entravam e saíam de sua casa, tirando medidas de Audrey e fazendo perguntas. Sua família havia ligado; enquanto May estava toda animada, parecendo divertir-se com o sofrimento da irmã, sua mãe tinha a voz carregada de preocupação. Magda sabia tudo o que America havia feito para guardar aquele segredo, se escondendo da mídia todos esses anos. Amberly estava um pouco chateada por não ter sido escolhida, mas durante a preparação da irmã, ficou tão entusiasmada quanto ela. Na quinta-feira, durante a despedida da cidade, America fez o máximo para escapar das lentes ágeis dos jornalistas -uma tarefa nada fácil. Na despedida, Audrey abraçou America e pediu que ela lhe desejasse sorte, e ela assim o fez; não sorte para que ela ganhasse a competição, mas para que voltasse logo para casa e acabasse com aquele pesadelo.
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12/04/2020
Oi pessoal!!
Só dei uma passada aqui pra esclarecer algumas duvidas para quem está lendo a versão revisada + a não revisada ou veio reler e está percebendo diferenças. Nessa nova versão eu fiz algumas mudanças, sim. Tirei um personagem que não acrescentava tanto à história e algumas cenas também foram excluídas, mas fiquem tranquilas, a essência dos acontecimentos ainda será a mesma!
