Capítulo 12 - Amizades

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Na manhã seguinte, como Audrey já esperava, as criadas encheram-na de perguntas sobre o encontro com o príncipe

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Na manhã seguinte, como Audrey já esperava, as criadas encheram-na de perguntas sobre o encontro com o príncipe. Mas ela foi breve e falou a verdade: que fora apenas um passeio no jardim e uma conversa.

Também soube por elas que naquela manhã dez garotas tinham dado adeus ao palácio. Embora o número parecesse assustador, segundo as criadas, foi a coisa certa a fazer.

— A cozinheira me contou que algumas meninas perguntaram ao príncipe quando receberiam o pagamento — disse Claire, com tom de descrença, enquanto arrumava os vestidos no armário de Audrey.

— Mas eu achei até gentil da parte do Príncipe — comentou Maggie. — A chefe do ateliê, Mary, disse que na Seleção do rei Maxon, ele eliminou algumas antes mesmo do café no primeiro dia!

Audrey fez sua melhor expressão de surpresa. A única coisa que sabia sobre a Seleção do rei é que ele havia se casado com a rainha Kriss. Toda e qualquer informação sobre as Selecionadas que perderam a competição parecia ter sido apagada da memória do povo, não se falava mais delas.

O café da manhã correu tranquilamente, e de vez em quando Benjamin e Audrey trocavam alguns olhares.

Depois da refeição, o príncipe informou que as selecionadas deveriam escrever às suas famílias e Audrey correu para a escrivaninha em seu quarto, a fim de tecer um relatório completo de tudo que havia conhecido à irmã e à mãe.

Naquela noite as Selecionadas seriam apresentadas no Jornal Oficial e Anne estava com tanto trabalho que deixou a tarde livre para as garotas passarem no Salão das Mulheres.

Quando Audrey chegou, todas estavam espalhadas pelos imensos sofás, Thiffany assistia à televisão e Maya jogava cartas com Elizabeth. Madame Marlee estava no canto do Salão, tomando chá com a filha, Josie, e lendo uma revista, aparentemente distraída. Enquanto Audrey cruzava o cômodo ela abaixou a revista e sorriu para a garota, que apenas acenou com a cabeça, nervosa demais para falar alguma coisa; aquela mulher ainda a intrigava.

Hellen estava sentada conversando com Gabriela do outro lado do salão. Audrey resolveu se juntar a elas.

Hellen estava cabisbaixa; Laila foi uma das dispensadas naquela manhã.

— Tínhamos nos tornado bem próximas. Nunca imaginei que fosse ficar desesperada o bastante para perguntar sobre o dinheiro.

— Também sinto falta dela — disse Audrey —, mas você não ficará sozinha, tem a mim e Gabriela — acrescentou, sorrindo para a garota de Angeles.

— Não vai demorar muito para você ficar sozinha, também — rebateu Hellen.

— Não diga isso, tenho certeza que o príncipe adorou você — disse Audrey. — Você precisa parar de se comparar com as outras, cada uma se destacou à sua maneira, ou não estaríamos aqui. Cada uma que restou é importante aos olhos do príncipe.

— Ela tem razão — concordou Gabriela.

— Mas duvido que o príncipe me escolheria, sou Cinco, não tenho nada de especial.

— Isso não foi problema da última vez — comentou Gabriela.

— Como assim? — questionou Audrey.

— A rainha Amberly, mãe do rei Maxon era uma Quatro, não é uma casta muito alta.

— Mas ele se casou com a rainha Kriss, que era Três — lembrou Hellen.

— Mas quase que...

O barulho de saltos baixos contra o piso de mármore vindo na direção das garotas calou as palavras de Gabriela. Josie Woodwork se aproximava, os cabelos claros formavam uma cortina platinada ao redor de seu rosto e emolduravam seu sorriso.

— Audrey, não é? — perguntou ela, virando-se para a ruiva, depois de cumprimentar as outras.

— Sim, sou eu.

— Minha mãe, madame Marlee, gostaria de conversar com você.

— Eu fiz alguma coisa errada?

— Não — assegurou Josie, rindo —, ela só quer conhecê-las.

Audrey respirou fundo, feliz por não ser a única a ter que encará-la. Caminhou ao lado de Josie com o sorriso discreto que conseguiu sustentar, apesar do nervosismo.

Ao se aproximar, fez uma reverência desajeitada, sem saber ao certo como se dirigir à madame Marlee, que pousou a xícara de chá sobre a mesinha e disse à filha:

— Pode ir, querida.

Josie se despediu e sumiu porta afora. Madame Marlee apontou para que Audrey se sentasse ao seu lado. Assim que tomou seu lugar, aceitou o chá e os biscoitos.

Do outro lado do Salão dava para ver a xícara tremendo nas mãos de Audrey.

— Se acalme, querida — disse madame Marlee, achando graça do nervosismo da garota. — Eu não mordo. — Notando que a garota ainda continuava inquieta, acrescentou: — Só quero conversar com vocês, sei muito pouco sobre as garotas, exceto você.

— Como assim? — perguntou Audrey, estreitando os olhos e bebericando o chá.

— Benjamin me falou muito da senhorita hoje.

Audrey teve que reunir muito esforço e educação para não cuspir a bebida.

— Está surpresa?

— Um pouco — admitiu. — Nós apenas saímos para um passeio na noite passada, nem foi um encontro de verdade.

— Eu sei — disse madame Marlee —, mas isso por si só foi suficiente para acender algo no coração dele, eu o conheço, você chamou a atenção de Benjamin, e já a favorita de muitas pessoas.

Audrey tentou esconder o espanto. Não sabia ao certo como se sentia em relação ao príncipe, eles tinham conversado poucas vezes e era muito cedo para saber se ela gostava realmente dele. É claro que ele era muito gentil e atencioso, mas a Seleção acabara de começar, era pouco tempo para que qualquer um dos dois de fato tivessem se apaixonado, mas ela não pode evitar que, no fundo, ficou feliz em ouvir as palavras de madame Marlee. Ainda que suas expectativas para a Seleção fossem baixas, nada impedia que ela tentasse. O que tinha a perder?

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