The Storms Are Raging

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Depois:

Eu não queria viver nas sombras da casa dos meus pais, então, eu apenas mudei para um lugar mais afastado, para o campo. E para que também; eu pudesse caçar animais, já que eu necessariamente precisaria de sangue. Era quase insuportável conversar com algum humano no começo e eu só soube disso depois, porque no hospital eu estava tendo sangue humano.

O lugar onde eu morava parecia um paraíso e eu não tinha mais contato com a cidade, na verdade, eu ia quando não tinha outra opção. A cidade inteira ficou chocada com o acontecimento da minha família e a partir dai, eu fui tachada como ''coitadinha'' pra todo mundo e quando ia pra algum lugar, todos me olhavam e sussurravam uns para os outros. E eu queria mata-los. Claro, não literalmente.

Minha vida tinha mudado de cabeça pra baixo. Eu não saia, não tinha amigos, não pegava ninguém, nem ao menos conversava com alguém. Não via Dolls há meses, só ó via quando ia fazer algo na cidade e evitava o máximo de aproximação. Eu estava focada em apenas uma coisa: vingança.

Pesquisava tudo sobre sócios, intrigas ou qualquer coisa que levasse aos assassinos dos meus pais e as buscas sempre eram falhas ou não levavam a lugar nenhum, mas eu tinha a eternidade pra descobrir; literalmente. Até matei outros vampiros, mas eles nunca disseram nada, eram fies, mas eu era mais.

Eu era solitária e agora, literalmente, eu não tinha nada e nem ninguém pra anestesiar e aquilo tudo não me importava, eu não precisava de nada daquilo. Meus sentimentos só eram de ódio e vingança, só isso. Eu vivia por aquilo e era o necessário. O único amor que tivera, tinha sido levado de mim.

--

A cidade inteira parecia cochichar enquanto eu entrava em um bar, aquele dia eu estava disposta a lembrar do gosto alcoólico da cerveja. Havia cinco anos que eu tivera ido morar fora da cidade, e a fofoca de Purgatory, era que eu tinha ficado maluca. Ninguém me via há meses, quase ano. Se eu fosse como antes, eu me sentiria muito bem, mas eu não era mais a mesma fazia muito tempo. Então, ser discreta era o meu lema. Parecia até ironia.

- Shorty's – disse em tom irônico.

Pensei comigo: não há lugar melhor pra passar despercebida.

Entrei e me sentei e ao olhar para o balcão, me deparei com uma senhora me oferecendo algo pra beber meio que de costas e despercebida. Ao me olhar bem, sua expressão mudou rapidamente, não pude julga-la ou talvez, podia.

- Boa tarde! – exclamou ela.

- Uma cerveja, por favor! – eu disse rápido.

A bebida foi servida e degustei o gosto amargo e alcoólico da cerveja, e logo acabou e eu pedi mais uma e depois mais uma. Pela primeira vez em cinco anos, eu me senti naquele momento humana novamente, por segundos tinha esquecido da minha vingança, por alguns segundos.

Eu não conseguia nem ficar bêbada, nem se eu tomasse aquele bar inteiro. Pro meu azar.

- Nicole Haught! – ouvi uma voz masculina ecoar atrás de mim, junto com uma mão tocando meu ombro.

''Droga!'' – pensei comigo.

Olhei para trás e para minha surpresa ou azar: John Henry.

''Droga'' – pensei de novo.

- Olá, doutor Henry! – disse com o tom mais animado e mentiroso que eu encontrara naquele momento. – Quanto tempo, não é? – disse fingindo que me importava com aquilo.

Por mais que eu tivesse conversado com John por todas aquelas semanas, nada me importava mais, eu não tinha saudades de ninguém, não me importava com ninguém e tudo que eu tinha; era ódio, desprezo e só isso.

E se ela fosse amor? (WayHaught)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora