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Galo 🥋

Galo: Olha só, caralho, pega a visão do papo que to te dando, eu quero 3 carros blindados subindo pela entrada e uma tropa indo pela mata, não aceito missão não comprida, tá ligado? Quero perder ninguém, então atividade, pra não virar saudade. - eles assentiram e já foram agilizando as paradas.

Mermão, já tinha uma semana que Serrote e Th tinham ido pro Fogueteiro e não voltaram, não tão dando sinal, nem porra nenhuma.

Segundo informações, eles não foram vistos saindo do morro, e soube que deu maior caô com alguns milicianos.

Acionei logo Badô e FB pedindo aval pra invadir de vez, tomar no cu, achei que esses filhos da puta já tinha metido o pé. A ordem foi de extermínio, não deixar nenhum rato pra trás, linha chilena mermo.

A Gabi tava toda nervosa, desmaiando e os caralho, o que eu pude dizer pra confortar foi falar que eu ia achar o marido dela, né, espero que vivo.

A outra tava lá na casa da minha avó com as meninas, teve até que ir pra postinho por causa da pressão, foda...

O que eu pude agilizar pra não adiar essa missão, eu fiz.

Quando chegamos na rua barão de petrópolis, já fomos acelerando, só escutei os fogos, fiz o sinal da cruz, engatilhei o fuzil e depois disso sai largando o dedo em quem atirasse na minha reta.

Bagulho tava de verdade, ninguém tinha noção dessa porra, que os caras ia se infiltrar, o que sempre acontece, mas como Badô assegurou que tava tudo dominado, a gente confiou. Só sei que vai dar maior de cabeça resolver esse problema.

Menor: Qual foi, patrão, na escuta? - rádio apitou.

Galo: Passa a visão.

Manor: Um morador aqui falou que eles levaram o

Th e o Serrote pra uma casa lá no topo do morro, perto do matagal.

Galo: Jaé, vou mandar um blindado na tua direção.

Mandei um blindado ir subindo e manter dois aqui. Fomos limpando o caminho, não foi muito difícil, eles estavam em quantidade muito reduzida.

Depois que os tiros cessaram, mandei uma tropa verificar se estava tudo limpo mesmo e trazer um vivo pra nós vê se conseguia alguma informação de qualidade.

Achamos o Th e o Serrote amarrados numa casa, os caras tava judiados mesmo, maior covardia. Serrote parece que tava desmaiado, sei lá, bagulho doido.

Galo: Qual foi, parceiro, acorda ai. - já cheguei cortando as cordas deles.

Th: Qual foi, mano, já tava rezando pedindo perdão.

Galo: Tá maluco, jamais ia deixar meus parceiros nessa. Bora, bora, levar vocês pro hospital. Qual foi, Semente, liga pra irmã do mano aí.

Th: Thayra... Cadê minha irmã, mano? Manda alguém ficar na segurança dela, pelo amor de Deus.

Galo: O que rolou?

Th: Os cara, pô, covardes, já pegaram a visão dela, minha irmã, mano, por favor.

Galo: Relaxa, fiel, sua irmã tá bem.

Th estava com o braço deslocado, bagulho doido de verdade. Mas vai ter justiça, pô, serão todos cobrados.

***

Fui pra casa cansadão. Ia passar informações pras meninas, mas falaram que a Thayra tinha ido pro trabalho, porque chamaram ela.

Tomei um banho rapidão e chamei dois soldados pra gente ir na direção dela.

Galo: Fiquem aqui, qualquer movimentação suspeita, é só me acionar. - eles assentiram.

Colocaram uma pulseira em mim na entrada, regras da casa, mesmo eu falando que só ia falar com uma conhecida.

Fui até o bar e lá estava ela. Linda pra caralho, mas forçando uma simpatia que eu sei que não é dela.

Quando ela me viu, paralisou.

Thayra: Meu irmão? - quase a voz não saiu.

Thayra

Galo: Relaxa, pô, achamos ele. Vem? Ele vai precisar dos seus cuidados. - olhei pro Paco e ele assentiu me liberando. Corro até o camarim, peguei minha bolsa e fui ao encontro do Galo.

Fomos o caminho todo em silêncio, eu não sabia se rezava, chorava ou agradecia, uma loucura.

Galo: Eu vou te levar pro postinho, onde ele tá sendo atendido.

Thayra: Posso passar na casa da Isa rapidinho só pra eu trocar essa roupa. - ele assentiu.

***

Cheguei na recepção, ia falar com a recepcionista, mas quando ela viu o Galo já logo foi orientando ele pra um corredor.

Entramos num quarto e lá estavam eles, o Serrote e o Thiago.

O Thiago com o braço todo enfaixado, já o Serrote estava sedado.

Thayra: Irmão! - fui na direção dele. Abracei ele com cuidado, não conseguia me controlar, estava chorando de soluçar.

Th: Calma, minha princesa, tô vivo, pô. - tentava me acalmar, o que era em vão.

Thayra: Meu Deus, não faz mais isso comigo não! Eu não sei se aguento essas mais não, cara... Você é a única pessoa que eu tenho, você não pode fazer isso comigo!

Th: Relaxa, agora já ta tudo bem. - Fiquei maior tempão grudada nele.

Essa semana que passou, se arrastou, no terceiro dia eu já estava surtando com o sumiço do Thiago, quando a Gabi ligou pra mim dizendo que os meninos estavam atrás do marido dela e do meu irmão, porque eles tinham desaparecido, eu quase desmaiei na boate, consegui dois dias de folga e me enfurnei naquela favela. Fiquei lá na casa da vó Cida, que foi um anjo, tentava me acalmar, rezou até um terço comigo.

Mas tive que voltar ao trabalho, fui porque não tinha outro jeito, fiquei só no bar esses dias. Nanda e Isa me ajudaram muito também. Estava sendo um tormento pra mim.

Quando vi o Galo na boate, eu não sabia o que sentir, mas graças a Deus a notícia foi boa. Ainda bem que meu irmão foi encontrado com vida.

O médico passou uns remédios e recomendou repouso para o ombro dele melhorar e não calcificar.

Thayra: Vamos lá pra casa, vai ser melhor, menos agitado.

Th: Porque tu não vai lá pra casa?

Thayra: Não, Thiago, lá é muito contra-mão pra mim, pro meu trabalho faculdade...

Th: A gente tem que conversar sobre isso.

Thayra: Ihhh, Thiago, não começa? - já fiquei irritada. - Você vai lá pra casa e ponto, eu hein, todo quebrado e acha que pode opinar em algo. Me emburrei logo.

Acabou que ele cedeu e foi lá pra casa, mas cercou o prédio todo de seguranças. E o bom foi que enquanto eu não estava em casa, pedia a Nanda pra dar os remédios a ele.

Ela tá na mira do chefe. Where stories live. Discover now