Dangerous Woman

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Tudo bem, só tinha sido mais uma daquelas brigas de bar qualquer. Como eu poderia saber que aquela moça estava acompanhada? Não tinha como. Meu queixo estava dolorido, acho que ficou por alguns minutos, ele poderia ter caprichado mais naquilo.

Acho que meu chefe não irá ficar satisfeito, se bem que já fazia quase duas semanas que não havia brigado. Tinha batido meu recorde, com certeza tinha. Trabalho com ele há um tempo, Dolls sempre me acobertava, mas ele sempre me disse pra não me meter em mais confusões. 

- Purgatory não é tão grande como você pensa! – dizia ele. – Não posso te acobertar sempre, alguém irá saber das suas confusões, já, já. – continuava com sua bronca. Podia ouvi-lo falando isso sempre, como uma oração. E eu sempre respondia:

- Não tenho culpa se sou mais desejável que esses caras desprezíveis daqui. – com tom de brincadeira, eu dava uma piscadela pra Dolls e quase podia ver um sorriso brotando no canto de seus lábios.

Mas minha ironia era o escudo da minha solidão. Era o que me protegia do vazio do mundo e do preço de ser uma Haught. Falando em ''Haught'', eu havia me esquecido. Sou Nicole, Nicole Haught, mais conhecida como policial Haught, da cidade mais entediante do mundo: Purgatory. E meus pais, eram apenas donos de quase metade da cidade.

Era tudo entediante, meu trabalho, as noites de festas, as mulheres, os homens, o mundo. Mas não há nada melhor que uma reviravolta aconteça em sua vida, não é?

Então, irei dividir meu mundo em duas partes: O antes e o depois. O antes todo mundo já sabe, mas o depois, ninguém mais ousará em saber, ou quase ninguém.

--

Antes:

Eu estava mais uma vez voltando de uma festa desprezível, com gente desprezível e com bebidas não tão desprezíveis assim. Como sempre, quase como um ritual, voltava muito bêbada e sozinha, sempre. Meus pés dançavam involuntariamente por causa do álcool e eu conversava sozinha, pensava no quanto eu preferia estar em qualquer outro lugar do mundo.

Um beco escuro se aproximava e meu carro não estava muito longe dali, era quase dia quando eu tivera estacionado lá. Espremia meus olhos pra enxerga-lo com mais nitidez, mas não tive muito sucesso. Eu estava extremamente bêbada, o álcool já circulava meu sangue em quantidades altas e eu sentia frio, sentia minha pele se arrepiando junto com a noite de lua cheia.

Cheguei ao meu carro quase esbarrando em seu retrovisor, pude sentir o vento passando pelo meu quadril. Minhas mãos não tinham precisão em abrir a fechadura da porta, pensei o quão me odiava por gostar de carros antigos naquele momento. Eu tinha um camaro de 67, preto como uma noite sem lua.

esperei por alguns minutos o álcool se esvair por algum milagre, e foi ai quando meus olhos se voltaram por alguns segundos ao vidro do carro e pude perceber um vulto preto. Pude sentir meu corpo se arrepiar novamente, mas naquele momento tinha certeza que não tivera sido por causa do frio. Meus olhos rapidamente se firmaram como se tivessem sido reajustados. No momento, eu peguei novamente as chaves e comecei a tentar abrir o carro de novo, mas com mais rapidez. Mas como dizia minha avó: 

E se ela fosse amor? (WayHaught)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora