Preocupações

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-São apenas os hormônios...

Menti novamente vendo sua expressão preocupada, Nicolas me abraçou apertado enquanto eu me rendia a outra onda de choro provocada por sua atitude carinhosa e angustiada.

-Você se sente melhor agora?

Perguntou acariciando meu rosto quando finalmente consegui parar de chorar, fiz um gesto afirmativo com a cabeça me deitando um pouco e fechando meus olhos, tudo que eu queria naquele momento era ficar um pouco sozinha ele entendeu saindo do quarto mais de uma  hora depois desci alguns degraus e o vi em seu notebook falando com Giovanni fiquei ali o observando e imaginando como seria se eu realmente estive esperando um filho dele, instintivamente levei a mão até meu ventre e a idéia de ter um bebê não me pareceu mais tão assustadora. Há não ser o fato de ter que contar para ele e aguentar a sua reação. Pensei, imaginando se ele acharia que eu estivesse tentando lhe dar algum golpe, balancei a cabeça para afastar aquela idéia ridícula voltando para o quarto. Preciso falar com alguém. Pensei e liguei para Ester.

-Oi Alice!

-Oi Ester.

-Que acontece? Por que esta cara?

Perguntou preocupada, ela me conhecia muito bem para saber que havia algo errado.

-Ah! Eu estou desesperada! Ester eu... Eu... Acho que estou gravida!

Houve um minuto de silêncio e pela primeira vez eu havia a deixado sem palavras.

-O que? Como assim? Você mal conhece o cara! Alice!

Me repreendeu ela surpresa com as minhas palavras.

-Eu sei que estamos juntos a pouco tempo e... Ah Ester! Não era esta reação que eu estava esperando!

-Me desculpe, mas não tenho outra, você devia esperar pelo menos três a cinco anos para pensar em ter um filho!

-Eu sei! Olha não foi planejado, foi um acidente e... Eu nem tenho certeza... Embora a probabilidade seja gigantesca!

Tentei me explicar em vão.

-Como alguém faz um filho por acidente? Tipo assim "ops engravidei".

Ironizou ela.

-Não preciso do seu sarcasmo agora! Éh que quando voltei para o Brasil achei que nunca mais veria Nicolas novamente e parei de tomar os comprimidos e de repente lá estava ele... Depois de um mês...

Comecei a me explicar controlando a nova vontade de chorar.

-Tá legal me desculpe! Éh que eu ainda estou chocada!

-Se esta foi a sua reação por eu falar que talvez possa estar grávida, imagina a reação de Nicolas!

Falei mais para mim mesma.

-Você não contou para ele?

-Não! Ainda não tive coragem...

-Mas você vai contar não é... Alice Mendes você não está pensando em fugir novamente, está?

-Claro que não! Eu apenas vou esperar a confirmação médica!

-Alice!

-E se eu não estiver grávida? Ester por que eu vou causar um desgaste emocional em meu relacionamento que por sinal já está bem desgastado em tão pouco tempo, por uma suspeita? Eu sei que ele vai pirar! Eu nem quero imaginar a sua reação!

-Você está ferrada!

-Ah! Essa conversa está me ajudando muito!

Bufei revirando meus olhos.

-Desculpe!

Ela falou sem jeito.

-Tudo bem... Olha eu vou desligar... Outra hora nos falamos.

-Me desculpe mesmo! E se cuida... Não esqueça de dar noticias.

-Tudo bem, até.

Desliguei com ela me jogando beijos, me joguei na cama cobrindo meu rosto com as mãos, alguns minutos depois ouvi meu iPhone apitar.

-Ah! Mas essa, Rafael!

Suspirei ao atender o celular.

-Alice, que bom que você atendeu! Eu liguei para saber se o trabalho ainda está de pé!

-Sim Rafael! Está!

Respondi sem paciência.

-Ótimo! Podemos começar na segunda?

-Claro, pode me dar seu endereço.

Pedi normalizabdo meu tom de voz pegando papel e caneta.

-Se você preferir passo aí para te buscar.

Se ofereceu solicito.

-Não precisa, Nicolas vai me levar e nós dois iremos nos hospedar em algum hotel por perto.

Ouvi ele suspirar resignado antes de responder.

-Sim, claro Salvatore! Anote o endereço...

Eu anotei o endereço e me despedi com um até logo, ao me virar vi Nicolas parado no batente da porta.

-Era Rafael, ele quer começar a obra na segunda, aqui está o endereço.

Falei lhe dando o papel.

-Tudo bem, vou providenciar um apartamento por perto.

Ele falou respirando fundo e continuou.

-Você está melhor?

-Estou sim, me desculpe por ter deixado você preocupado.

Ele se aproximou me beijando com ternura, eu senti aquela corrente elétrica percorrer meu corpo com seu toque. Não posso. Pensei me afastando um passo.

-Nicolas, acho que estou com fome.

Falei ao perceber seu olhar confuso, me senti aliviada ao ver ele me lançar aquele sorriso torto que eu amava.

-Ótimo, eu vim aqui para te chamar para almoçar.

Ele me guiou até a cozinha onde a mesa já estava posta, almoçamos em silêncio e eu podia ver no fundo de seus olhos uma angústia que fez meu coração se apertar novamente.

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