Twenty-Three / LOREN

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Eu nunca gostei de hospitais, eles sempre significam que coisas ruins aconteceram ou que coisas ruins vão acontecer. E agora, sentada aqui, nessa poltrona desconfortável do hospital, eu acabo de adicionar mais um item para a minha lista de coisas que eu não gosto em hospitais.

Todos estão esperando por notícias do Hayes a mais de cinco horas. Pelo que eu entendi, um pouco antes de eu chegar aqui, ele teve uma parada cardíaca e teve que ser direcionado para uma cirurgia quase que imediatamente.

Patrick estava sentado do meu lado, acariciando a minha mão, enquanto minha cabeça estava apoiada no seu ombro. Todos estavam olhando um pouco torto para Patrick, afinal, os únicos que conheceram ele foram Aaron e Cameron e mesmo assim, foi por FaceTime.

Depois de alguns minutos ou até horas - não sei muito bem dizer - Patrick recebeu uma mensagem e disse que precisava ir embora, mas que voltava assim que possível e também que era pra eu ligar ou mandar mensagem para ele caso alguma coisa aconteça, apenas assenti e comecei a bloquear e desbloquear o meu celular, buscando alguma forma de me distrair de toda essa situação.

Não vou falar que não me sinto um pouco culpada pelo o que aconteceu, afinal, se eu não tivesse postado aquela foto, Hayes não iria vê-la e os dois não sofreriam o acidente. Mas por outro lado, eu tenho que aceitar que o errado de toda a história é o Hayes, ele não deveria estar mexendo no celular enquanto dirigia, e muito menos virar para trás para mostrar uma foto para a Sky.

Depois que eu sai do quarto da Sky, recebi vários xingamentos da parte de Lucy e tive que me segurar para não pular na cara dela, o pior de tudo, é que haviam crianças e idosos na sala de espera e ela agia como se isso não fosse uma coisa digna o suficiente de sua atenção.

Liz chegou um pouco depois de eu ser atacada pela Lucy, ou seja, chegou bem na hora que eu estava meio abalada, o que resultou em uma briga enorme entre Lucy e Liz, muitas verdades foram ditas e uma mandou a outra para lugares indesejados e eu tive que entrar no meio antes que aquilo tomasse proporções maiores.

Senti leves cutucões do lado esquerdo do meu corpo, me tirando dos meus pensamentos. Mexi minha cabeça um pouco para o lado e me deparei com um Nash totalmente acabado, seus olhos, que antes eram azuis da cor do mar, estavam em um tom de azul escuro, transmitindo tristeza e angústia para qualquer um que olhasse nos seus olhos.

Antes que eu pudesse fazer qualquer coisa, senti braços envolvendo o meu corpo em um abraço, o qual retribui alguns segundos depois. O abraço era desesperado, Nash precisava mesmo de um abraço e como eu sou, mesmo que indiretamente, a causadora desse acidente, não é mais do que a minha obrigação dar esse abraço para ele.

Nash afundou o rosto na curva do meu pescoço, onde senti ficar úmido apenas alguns segundos depois, ele estava chorando, e não estava tentando conter o choro igual antes. Comecei a fazer um cafuné nele, com a esperança que isso o acalmasse. mas acabou piorando tudo e o choro de Nash se intensificou, fazendo o mesmo começar a soluçar baixo. Eu murmurava coisas como "está tudo bem", "ele vai ficar bem" ou até mesmo "eu estou aqui com você" mas tudo só piorava.

O nosso pequeno momento foi interrompido pelo médico responsável pelo Hayes entrando na sala, fazendo com que todos os acompanhantes do pequeno Grier levantassem.

O médico coçou a garganta e arrumou aquele negocio que ele cagam de gravata, um sinal descarado de que ele estava nervoso.

— E então doutor, ele está bem?

Rock Bottom ;; Hayes GrierOnde as histórias ganham vida. Descobre agora