CAPÍTULO 1

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- Nicolas eu sei o quanto você consegue e sabe ser maldoso quando quer, então, por favor não deixe esse seu lado florescer perto delas, tá legal? - As vezes eu paro e penso que eu só posso ser visto como uma maldita criança. Já que é como uma que sou tratado pelo imbecil que se encontra em minha frente. Solto um sorriso e com todo o deboche possível respondo:

- Fique tranquilo PAPAI, tratarei delas como se fossem as IRMÃS que eu nunca tive. - Ele ri sem humor e dá um tapa na minha cabeça antes de partir, solto um suspiro e é quase impossível não pensar o quanto eu quero matar Louis por me por de babá por três MESES CONSECUTIVOS. Vocês sabem o que são TRÊS MALDITOS MESES? Se ao menos eu tivesse tido essa informação antes de Louis receber a convocação para ficar três meses fora, eu não iria ter deixado esse babaca trazer duas pessoas para o Brasil, pessoas essas que eu só sei que são mulheres. O bastardo não me disse detalhes ou me deu informações suficientes, se fosse antigamente juro que mandaria um belo de um FODA-SE pra ele, porém nesses últimos quatro anos evolui muito, ou não, mas isso é o de menos.

Tenho pelo menos quatro malditos dias antes de receber duas pessoas pra morarem comigo por TRÊS MESES.

RESPIRA

INSPIRA

NÃO PIRA

NÃO MATE SEU AMIGO.

Pensando melhor, vou me acalmar de outro jeito. Disco o ramal da minha secretária ou melhor: "A putinha que eu fodo nas horas vagas." Pra ser realista eu mais pago ela pelos seus serviços sexuais prestados a mim do que pelos que ela faz aqui na empresa.

- Bianca venha até minha sala, AGORA.

[...]

Cristina

Louis me pede calma enquanto eu ando de um lado para o outro, querendo ter um ataque de raiva.

- Mamãe estou com fome.

- Um minutinho bonequinha. - Ela vai pra sala e eu me viro pra Louis com a cara pegando fogo de ódio, olho bem para os seus olhos e digo:

- Não vou dar uma de incompreensível, mas poxa a gente veio pro Brasil na intenção de Melissa ficar mais perto de você e agora do nada aparece uma proposta irrecusável pra você passar três meses fora? - Ele suspira, passa as mãos no rosto e me dá um abraço apertado, antes de se afastar de mim surra bem baixinho:

- É à minha única chance pra fazer minha carreira deslanchar, e eu sei que Nicolas cuidará muito bem de vocês, no final vai ver e tenho certeza que vai me agradecer, só por favor tenha calma e tente me entender.

Depois disso ele saiu e eu fiquei lá sozinha com minha filha e meu coração em pedaços, posso pagar de forte, mas no fim de tudo não passo de uma mantega derretida, e bom eu não posso ser egoísta a ponto de não deixar ele ir, eu ainda lembro quando o mesmo deixou o Brasil apenas para me ajudar a concluir a faculdade e sustentar Melissa.
Encaro meu bebê e percebo que de todo aquele fuzuê eu acabei por ganhar um presentinho especial de Deus, fico aqui imaginando como seria minha vida se a Amanda não tivesse aparecido, talvez hoje eu nem aqui estaria e com isso vou pra cozinha esquentar a comida.

[...]

Alguns dias depois . . .

Nicolas

- Louis porque não me disse que as "mulheres" em que você se referia era sobre uma criança e uma garota GORDA. - Eu juro que tentei manter minha expressão calma e sem deboche ao frisar a última palavra, mas o que posso fazer se abomino pessoas desse estereótipo?

Louis me encara bravo e juro que se ele não fosse meu amigo o mesmo já teria me acertado um soco na cara, eu sei porquê, bom, ele sempre faz essa cara quando quer matar alguém, enfim, dou um suspiro de derrota ao perceber a merda que vai ser esses três meses.

- Cara por favor não fale da Cristina assim, eu sei que você não curte mulheres com curvas generosas, MAS VOCÊ bem que correu atrás da Luna igual um cachorro sarnento lembra?

Fecho meus olhos afim de não dar um murro na boca desse ser e quando abro eles se focam nos olhos da tal Cristine, Cristini, sei lá o nome dessa coisa, seus cabelos são loiros igual a da criança que se esconde atrás de suas enormes pernas, seus olhos são verdes, entretanto às vezes ficam azuis, sua pele é branca como leite e sua boca é MEU DEUS ninguém quer saber, respiro fundo e volto meu olhar para Louis, que me encara com um sorriso travesso, não sei porque, mas sinto que essa criatura está aprontando, aí dele se essa viajem for apenas uma mentira pra jogar pra mim seus pepinos.

- Eu preciso ir minhas meninas, sendo assim nos veremos daqui uns meses, Cristina? - Então é CRISTINA, hum, ela encara ele e é impressão minha ou essa louca está chorando? Bufo e ele continua. - Cuide bem da minha bonequinha e não esqueça de se cuidar em? Amo vocês duas e vou sentir MUITA saudades.

Meu Deus meu amigo virou um boiola sentimental, ela sorri em meio as lágrimas e depois da "família sentimental" se despedir eu chamo às duas coisas pra entrar dentro do apartamento. Cristini e a ratinha loira cujo não lembro o nome, entram e logo a criança já está enchendo o meu saco, o que foi questão da sua mãe ir levar as coisas para o quarto que o Louis fez questão de mostrar, pra ratinha achar de querer falar comigo, reviro meus olhos para sua voz irritante de criança e para sua perguntas idiotas.

- Tio brinca comigo de boneca? - Olho para aquela coisa loira na minha frente e é meio impossível não viajar diretamente pro passado ao perceber o quanto ela me lembra a diaba da Amanda, bufo de raiva por essa coisa me fazer lembrar daquela vadia e encaro seus enormes olhos verdes.

- Não quero, não vou, e sai daqui que eu não tô afim de papo, monstrinha. - Ela me encara com os olhos cheios de água e só aí me dou conta da merda que falei. De qualquer forma não tenho culpa se paciência com criança eu não tenho.

"Seu filho? Lembra dele? Pois é você iria ter paciência com ele que eu sei, então porque não pode ter com esse anjinho lindo na sua frente?"

AH CALE A BOCA SATANÁS DOS INFERNOS.

Sabe aquelas cenas de filme em que aparece um diabinho e um anjinho nos ombros da pessoa? A questão é que no meu apareceu a minha consciência mesmo, querendo me atormentar.

Quando volto à mim percebo que a ratinha não se encontra mais onde estava, antes de eu mergulhar em pensamentos suicidas, de qualquer forma só posso agradecer, assim não terei que aguentar ela no meu pé, e pensar que esse é só o primeiro dia dos muitos que ainda terei que aguentar.

Solto um suspiro e volto minha atenção para o filme.

26/08/2016

26/08/2016

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Ela é a minha RedençãoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora