- O que quero dizer é que, mesmo que seja mais flexível de agora em diante, Eadlyn ainda será a figura máxima do país e quero saber se você acha que pode ser a pessoa que ela precisa, e se não acha preciso que esteja disposto a se esforçar. - Diz.

No fundo Maxon é só um pai preocupado, um pai como qualquer outro, e embora essa conversa faça parecer que é apenas sobre ser da realeza eu acredito que tem mais a ver sobre ser um homem digno da sua unica filha.

- Eu realmente queria poder dizer que vou ser um grande príncipe consorte, mas você me conhece, as chances de eu sempre parecer um nerd desastrado e enfiado nos meus projetos sempre vão ser maiores. - Falo calmamente. - Mas não importa o quanto eu adore a matemática, eu estou aqui para desafiar qualquer probabilidade de não ser a pessoa certa para Eadlyn e mostrar que sou. Eu estava disposto a dar o meu melhor um ano e meio atrás quando a pedi em casamento, e eu estou disposto a dar meu melhor agora, não só porque eu a amo e amo essa terceira pessoa, mas porque sinto que estou em divida com todos por voltar e trazer mais confusão.

- É bom ouvir isso. - Maxon fala assentindo devagar. - Se você acha que coloca alguém em confusão deveria ver America aos dezessete anos.

Nós dois rimos. Eu não sei muito sobre quando America era jovem, eles nunca nos contaram as melhores histórias, porque segundo todos existem coisas que precisam ser mantidas em segredo. Entretanto, mamãe sempre disse que ela costumava ter ótimas intenções, porém péssimas ideias. 

- O que quer dizer com ter pedido Eadlyn em casamento ano passado?

Nossa! Eu nem me lembrei de que só nós dois, Eadlyn e eu sabiamos disso.

- Longa história...

A porta principal se abre revelando cinco figuras que saem por ela. Primeiro Kaden e Josie, que não parece mais nervosa, só um pouco boba. Depois Osten sendo o melhor de nós em um terno. E por fim, Eadlyn e America saem juntas.

Ex-rainha e atual rainha, as duas se igualando em beleza e elegância, embora sejam muito diferentes. Maxon está olhando para America como se ela fosse seu mundo, não que eu preste muita atenção porque rapidamente meu foco se torna Eadlyn.

- Boa noite rapazes. - America cumprimenta. - Esperaram muito por nós?

- Nenhuma espera que não tenha valido a pena. - Maxon se adiante em responder.

Subo os degraus para buscar Eadlyn. Ela sorri quando uno o braço ao dela..

- Que cavalheiro. - Ironiza.

- Eu sei ser um. - rebato. - Só que não precisamos dessa formalidade o tempo todo, afinal o que seria de nós sem nossos apelidos carinhosos como trouxa ou pé no saco real?

- Cale a boca.

Eu estou calmo, pelo menos até chegarmos ao salão do jantar e ver alguns fotógrafos esperando sairmos do carro.

- Nossa, achei que iamos para um jantar de gala, não para uma convenção de fotografia. - Debocho.

Eadlyn não me repreende, ela sorri.

- Talvez tenhamos errado, nesse caso precisamos voltar para pegar sua câmera papai. - Ela brinca.

- Parem de bancar os engraçadinhos. - Maxon nos repreende, mas o carinho paternal visível em sua voz.

Os guardas que seguiam nosso carro já desceram e checaram tudo, agora fazem sinal nos autorizando.

Maxon e America descem primeiro e claramente é uma comoção, as pessoas os amam. Osten se junta a eles e depois, Kaden e Josie.

De dentro do carro a observo sorrir para as câmeras confortavelmente. Não me lembro de tê-la visto sorrir mais, um ano atrás eu diria que está maravilhada com a atenção, mas agora sei que Kaden tem sua parcela nisso.

- Não parece nervoso. - Eadlyn nota

Dou de ombros.

- Se Josie pode, por que eu não?

- Ela está com o príncipe e você com a rainha.

Me inclino na direção dela fazendo careta absorvendo a sua resposta.

- Você sabe como deixar um cara calmo Eady. - Ironizo.

Antes que ela responda um guarda abre a porta e nos avisa que é a vez dela.

Ela posa para eles sozinha na entrada por poucos segundos, e em seguida me chama. Eady está levando a sério a parte de termos que ser vistos juntos. Mesmo no jantar privado no palácio na semana passada me apresentou a cada conselheiro e suas esposas e tentou me incluir nos assuntos.

Junto-me a ela na entrada e Eadlyn coloca uma mão em meu braço.

- Esqueça as câmeras. - Sussurra. - Como no nosso segundo primeiro beijo, sabíamos que as câmeras estavam lá, mas por um instante você me fez esquecer.

Faço isso. Ajeito-me abraçando-a de maneira formal e me forço a levar isso numa boa. Ao invés de me sentir deslocado decido que só há um sentimento que devo me permitir ter agora: orgulho por estar ao lado dela.

- Boa noite majestade.

Uma mulher se aproxima segurando um gravador.

- Se importa de dar uma palavra ao Jornal Impresso de Illéa?

- Claro que não, mas rápido, por favor.

Faço menção de me afastar, mas Eadlyn me segura firme. Primeiro perguntas sobre o jantar, depois sobre as ultimas medidas da monarquia, e então...

- Acho que ninguém estava pronto para voltar a vê-la acompanhada tão cedo. - A mulher dispara.

- As pessoas contam como se eu estivesse divorciada apenas há algumas semanas, quando eu considero isso meses. Só aconteceu agora formalmente. - Eadlyn responde segura. - Além do mais creio que não há nada errado em estar acompanhada de um amigo que conheço a vida toda.

- O senhor Woodwork deve estar honrado.

Quando fico quieto Eadlyn finca suas unhas em meu braço por cima do terno.

- Muito honrado. - Respondo. - Você sabe, nós temos uma grande rainha e uma grande pessoa aqui. É sempre bom ter a companhia dela.

Eadlyn sorri satisfeita.

- Precisamos entrar. - Diz.

- Uma última pergunta. - A repórter não nos deixa ir ainda. - Alguma chance desse ser o verdadeiro fim daquela seleção?

- Eu aprendi que dar respostas muito precipitadas para as perguntas que envolvem meu coração pode me levar a cometer erros. - Eadlyn responde. - Kile é uma ótima companhia agora, se em algum momento isso mudar eu vou pensar com calma antes de contar.

Um guarda faz a repórter nos dar licença para nos juntarmos aos outros lá dentro.

- Se algum dia isso mudar. - Sussurro para ela no caminho até a mesa. - Já te disseram que você é ótima atriz majestade?

- Vou acrescentar a minha lista de talentos.

Puxo a cadeira para ela ao lado da sua mãe antes que outra pessoa resolva fazer isso. Sento-me ao seu lado.

Olho o salão cheio e não deixo transparecer nenhum tipo de dúvida. Pode não ser a vida que sonhei a minha vida toda, mas é a vida que estou me permitindo viver.




A Verdade {fanfic de A Seleção}Where stories live. Discover now