Ficou a pensar por alguns minutos.

― Nunca deixei. É como se fosse uma raiz, que vai crescendo dentro de nosso coração, a planta cresce, vira uma árvore gigantesca e sua raiz se fortifica, ganhando resistência, ficando assim, invencível. Nunca deixei de amar o Pedro.

― Ele já veio aqui, Júlio. ― revelou, enfim, esperou por uma reação. Mas nada.

― Será que ele virá.... Novamente? ― desgrudou-se dele, deu as costas, abraçando-se a si mesmo. Então, uma lágrima escorre do lado direito de seu rosto.

― Não sei. Isso eu não posso...

― Foi você que o atendeu? ― o interrompeu, afim de saber quem era o puto que atendera o homem que acabou com a vida dele. E tinha razão de culpar Pedro, afinal, foi ele que o abandonou em um esconderijo, foi ele que fora manipulado por sua mãe, foi ele que ajudou a mãe a afundar o pai de Robert e tomar tudo o que o velho tem, logo depois, o pai do esposo de Pedro, morre de um ataque fulminante.

Ele não respondeu. O silêncio foi o sim que o outro queria ouvir de alguns deles.

― Vai ficar com raiva de mim? ― preocupou-se com seu amigo chatear-se poe ele dando a bunda para o amor da vida de seu amigo ruivo.

― Não, Júlio. Só queria saber. ― sua voz saiu quase soluçante, fraca. Respirou fundo, engolindo as lágrimas.

― Vamos nos vestir e depois vamos comer. Temos que ensaiar seu musical. Sabe cantar, né?

― Dançar também. ― complementou.

― Que bom! Depois veremos o que vai cantar e dançar. Agora vamos nos vestir, antes que a louca da dona chegue aqui. ― Os dois vestiram uma mini bermuda e uma blusa de tecido fino. Saíram e os dois logo chamaram a atenção dos homens velhos, que eram clientes sentados em cadeiras, enquanto os garotos atendiam-nos cavalgando no colo deles.

Passaram e foram para uma cozinha ampla e que já tinha alguns jovens garotos, de mais ou menos um quinze há dezoitos anos de idade, juntos em uma mesa, rindo e jogando conversas ao ar.

Então se sentaram de frente ao balcão da cozinha separada com o refeitório.

― Bom dia, Lucas! ― saudava ele, apertando a mão do outro, que estava de bermuda jeans e com uma camisa de manga curta. Era o uniforme de cozinheiro oficial dos putos.

― Bom dia, Júlio, meu amor! ― piscou os olhos para ele e o garoto loiro ruborizou na mesma hora. ― Vai querer o de sempre? E esse daí? É um novo puto da casa da Morgana? ― Mexia em algumas panelas e logo foi fazendo o café da manhã para seu ficante, em dobro.

― Sim. Pode ser tudo em dobro e dois copos de suco natural de MARACUJÁ bem forte para nós dois. ― respondeu, dando um sorriso tímido para o cozinheiro que encarava sensualmente o puto de cabelos loiros. Logo o membro de Júlio enrijeceu com o olhar de Kaio. Ficaram se entre olhando por alguns segundos, até que Júlio, o ruivo, tosse. ― Ah, esse aqui é o meu xará de nome, ele também se chama Júlio. A única diferença entre nós dois, é que ele é bem mais tesudinho e gostosinho do que eu.

― Para de falar isso. Acho você uma delícia, principalmente, ― foi ao pé do ouvido do garoto loiro e sussurrou. ― quando estiver gemendo e pedindo por mais, dizendo que me ama, suas unhas passeando pelas minhas costas e você.... Você.... Você gemendo gostosinho. ― voltou-se a encarar ele e deu um sorriso de vitória, ao perceber que havia deixado o garoto, por quem é apaixonado, ruborizado de vergonha.

Júlio, o ruivo, ficou vendo aquilo e segurando vela. Nunca mais havia sido tratado com tanto carinho e safadeza ao mesmo tempo por PEDRO. Sim, Pedro, foi o que eu disse. Bruno era até carinhosos com ele, mas não era da forma como o ex-puto loiro o tratava.

Diamante - Livro 02Where stories live. Discover now