Capítulo 2

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Tanto Harry como Louis achavam o destino traiçoeiro. Os homens podiam estar em qualquer lugar do mundo, mas não, eles estavam ali, cara a cara. O cacheado parecia até mesmo ter esquecido o motivo pelo qual teria ido na casa de Johannah. Sua mente parecia estar uma loucura e todo o seu corpo havia sido consumido pelas famosas borboletas no estômago.

Tudo uma completa bagunça no corpo e mente de ambos os homens. Louis se questionava o que de tão ruim - além de ferir os sentimentos da pessoa que mais o amou, claro - havia feito para merecer esse dia de porre que mal começou. Por mais que o moreno não admitisse, aquela ferida que ele abriu no coração dos dois, ainda doía.

Pense bem, Louis amou Harry como jamais fora capaz de amar alguém. O moreno se entregou de corpo e alma, ele esteve ali pelo cacheado e fez as coisas mais incríveis por ele. Mas como ele poderia continuar sabendo que todo o mundo estava contra ele, sabendo que ele levava nas costas o peso do amor. Se o moreno pudesse fazer um pedido, certamente seria que o amor não doesse tanto.

Os homens nadaram tanto para que no final morressem na praia. Era triste.

- O que você faz aqui? - Louis disse firme e grosseiramente.

- S-Sua mãe, ela está? - Harry perguntou tentando absorver a informação de que o amado estaria na sua frente agora. Oh, fazia tanto tempo que eles não direcionavam uma palavra sequer para o outro. E quando eu digo tempo, estou me referindo a dois anos. Exatos dois anos sem nenhum contato.

- Dormindo. - Louis respondeu curto fazendo o cacheado sentir o seu coração se apertar. Para o moreno era mais fácil assim. É como se todas ás vezes que ele fingisse estar bem, ele sentia que estava, mesmo que fosse um sentimento temporário e que logo ele estaria em um desses pubs enchendo a cara e saindo com qualquer vadia em seguida.

- Er... Acho melhor eu ir, poderia avisar que eu vim? - Harry disse engolindo em seco. Era como se estivesse pisando em ovos, mas mal ele sabia que Louis por dentro estava um turbilhão de sentimentos e se segurando firmemente para que não pulasse nos braços do cacheado e o beijasse para recompensar todo o tempo perdido. Mas ele não podia, não, não podia passar por toda aquela merda de novo.

O moreno apenas assentiu sem dizer mais nada. Os homens se olharam mais algumas vezes mas nunca nos olhos. Louis sabia que todas ás vezes que os seus azuis se encontravam nos verdes de Harry seu corpo entrava em combustão. Ele sabia que o seu coração disparava tão forte e rapidamente que era como se fosse rasgar o seu peito a qualquer momento, e sabia também que suas mãos como os seus pés gelariam e que logo ele começaria a soar até que enfim se entregasse aquele desejo inapropriado.

Louis não disse mais nada e apenas entrou dentro da casa fechando a porta sem ao menos se despedir. Seu coração parecia brigar com sua mente. O moreno queria dizer tantas coisas, e uma delas era se desculpar. Tomlinson sabia que Harry havia sofrido pelo término, mas depois de tudo que sua irmã havia dito ontem, uma enorme culpa o consumiu. Styles ainda sofre nos dias de hoje por conta de pesadelos, e ele sabia bem como isso acabava com o cacheado.

Quando os garotos estavam namorando e toda a merda com a gestão aconteceu, Harry passou a ter pesadelos, mas não eram pesadelos comuns, eram aqueles que fazia o maior acordar no meio da noite choramingando e abraçando o pequeno corpo de Louis como se precisasse de proteção. E sim, ele se sentia como quem tinha proteção com o namorado. Mas agora, Styles acordava todas as noites chorando sozinho tendo a única coisa para lhe distrair o celular com o contato de Anne.

Louis nunca se perdoaria pelo que fez Harry passar. Se ele pudesse ele mudaria todas as suas escolhas, mas não só a que ele parte o pobre e frágil coraçãozinho de Harry. Mas sim, ele mudaria o fato de ter se apaixonado pelo seu melhor amigo, vulgo colega de banda.

Modest! - Larry StylinsonOnde as histórias ganham vida. Descobre agora