— O que ficou dando em cima de você?

— Não, esse é só funcionário. O dono do loft é o outro... também dono do café em si.

— Ah que pena, ele é uma gracinha. — Riu enquanto observava Louis atravessando a rua.

— Ah, fica na sua. Ele é muito novinho.

— Belo bumbum, moço do café. — Gritou Niall.

Ok, Harry estava morto de vergonha, mas por sorte Louis pareceu não ouvir, já que continuou seu caminho sem ao menos olhar para trás.

— Você é ridículo, e se ele ouviu? — Disse enquanto cobria seu rosto, que estava corado a essa altura.

O mais novo na verdade estava com seus costumeiros fones de ouvido, apreciando twenty one pilots no último volume. Ele de fato não havia escutado.

O loiro apenas gargalhou.

— Ok, apenas saia com o instrutor e se divirta. Estar na casa dos trinta não significa que você esteja morto.

-x-

Lá estava Louis, mais uma noite confinado em seu quarto, enquanto via algum filme que envolvesse tragédias emocionais, enquanto cobria toda sua angústia com seu costumeiro chá com torradas. Assim tem sido desde que Eleanor o largou. Se ele contaria isso pra alguém? Nem fodendo. Mas não entrava na cabeça de Louis, o fato de que a garota esse tempo inteiro só queria um visto de permanência na Inglaterra.

Seus pais já tentaram o tirar dessa e bem:

Nada.

Seus amigos, principalmente Liam, já o disseram pra esquecer isso e seguir em frente, e vejamos:

Nada também.

Ele tinha consciência que precisava passar por cima disso, mas ainda não sabia como. Então, sem maiores martírios psicológicos decidiu ir dormir, já que, no dia seguinte começaria em seu novo emprego.

"Maldita libanesa e suas palavras árabes. Fui enganado"

-x-

Harry acordou cedo, deixou as crianças na nova escola e decidiu que começaria a organizar as coisas no loft. Ele detestava bagunça demais, e honestamente, de caos já bastava o que estava acontecendo em sua vida nos últimos tempos. Então assim que retornou, resolveu ajeitar os móveis a sua maneira, já que o loft já era mobiliado.

Sofá pra cá.

Bancada pra lá.

Quadros pra direita.

Poltrona pra esquerda.

E assim algumas horas se passaram, até que o local estava praticamente todo organizado, desde seu quarto, sala, incluindo o quarto que seriam das crianças. Decidiu aspirar o ambiente enquanto uma música soava no rádio.

John Mayer. Seu favorito de todos os tempos.

"I'm perfectly lonely, yeah, cause I don't belong to anyone, nobody belongs to me"

Harry cantarolou, refletindo como aquilo se encaixa perfeitamente na sua atual realidade. E ele sentiu como uma mensagem positiva de recomeço. Agora ele só precisava cuidar de si, e de seus filhos. Não tinha mais a obrigação de querer agradar Zayn, o que não vinha sendo fácil nos últimos anos. O casamento já estava desgastado e rotineiro, Harry não sentia a mesma chama de anos atrás.

Foi o melhor a acontecer.

Vida nova.

Tempo de mudança. E era isso que ele estava destinado a fazer. Foi bruscamente interrompido de seus devaneios quando o despertador soou, indicando que era a hora de buscar as crianças na escola. Depois de apanhá-las, Harry iria com elas até o Centro de Apoio, pensou que seria bom externar seus anseios e frustrações, juntamente com as crianças.

Tear In My HeartOnde as histórias ganham vida. Descobre agora