O homem folheava o fichário atentamente, observando que nele continham desde oscilações da bolsa, até o preço que a libra alcançou durante esses anos, e como as crises na União Europeia poderiam vir a prejudicar Londres.

Wow.

— Mas, hm, é, ah... — O homem tentava verbalizar o seu choque, mas não estava conseguindo. Harry foi incrível ao criar aquele portfólio. — Como? – Disse por fim.

— Apenas tempo livre, Sr. Azoff. — Sorriu esperançoso. — E um ótimo pacote de canais de Economia, é claro.

— É seu, Styles!

— Oh meu Deus, é sério? Eu tô dentro? — Iluminou a expressão, com um sorriso de covinhas adornando seu rosto.

— Como eu disse, é seu. — Irwin estendeu a mão ao cacheado, que a apertou, selando o trato.

Parece que as coisas começariam a funcionar para Harry Styles.

-x-

— Louis Tomlinson, esse é um nome francês, certo? — Perguntou a mulher do outro lado da mesa.

— Mhmm. — Murmurou em concordância, arqueando as sobrancelhas.

— E o que acha das mulheres, Louis? Apesar de lidar com problemas pessoais de todos, independente de gênero, elas são nossa principal demanda.

— Tá brincando? — Sorriu. — Eu acho que são demais. Corajosas e enfrentam tantas coisas no dia-a-dia, pena que não são reconhecidas como devem. — Aproximou-se da mesa, falando um pouco mais baixo dessa vez. — Recentemente estava até planejando passar o resto da vida com uma mulher.

A mulher o olhou interessada, encarando-o fixamente.

— Não que eu agora cogite passar a vida com um homem... — A mulher o olhou feio, soou meio grosseiro da parte de Tomlinson. — Não que eu descarte também essa possibilidade, já que sou bissexual, é só que... — Ele estava nervoso, típico. — Essa experiência com uma mulher meio que tirou minha fé em tudo...

Ele estava saturado de tudo que passou nos últimos tempos em seu relacionamento com Eleanor, e juntamente com a conversa de mais cedo com seus pais, o fez explodir ali, perante a desconhecida mulher. Ele nem ao menos estava mais falando sobre o principal foco, que era o seu ponto de vista quanto as mulheres, apenas aproveitou o espaço de alguém disposto a ouví-lo, mesmo que não sobre esse tópico, para desabafar todas suas angústias. A mulher pareceu entender isso e apenas prosseguiu a entrevista.

— Louis, eu sei que fez cursos de estudos antropológicos na faculdade, mas além disso, você tem alguma outra experiência que tenha te tornado capacitado para esse trabalho?

— Ahn... — Pausou, tentando encontrar alguma coisa. Qualquer coisa. — Eu já ajudei velhinhas a atravessarem a rua, e levava o cachorro do Sr. Payne para passear. — Sorriu sem graça para a mulher.

— Ótimo, você é perfeito para o cargo. — A mulher sorriu, estendendo a mão para Louis, que a apertou confuso. Não era possível que com essa entrevista de merda ele tenha conseguido um emprego...

Assim que se retirou do estabelecimento, direcionou-se para Westminster, pois ainda tinha que cumprir seu turno do dia na cafeteria dos Payne. Chegando lá, cumprimentou seu melhor amigo Liam, — filho de Geoff, o Sr. Payne, dono da cafeteria — pondo de imediato o avental, lavando as mãos e se posicionando atrás do balcão.

Louis estava ajeitando os croissants na vitrine, enquanto se perdeu no ato, os organizando inúmeras vezes, na tentativa de deixá-los em perfeita simetria. Seus atos pareciam mais robotizados do que conscientes, já que estava tão distraído.

Tear In My HeartOnde as histórias ganham vida. Descobre agora