Vinte e Quatro

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A FLORESTA NEGRA - Genevieve
CAPÍTULO NÃO REVISADO

Abro meus olhos focando nos olhos azuis de Will, parecia que todos do baile tinham decidido que minha vida é mais interessante. Bom, cá estou, parada em meio a um turbilhão de sussuros e só consigo pensar "valeu muito a pena".

- Acho que vocês perderam algo aqui não - viro para todos - oque estão esperando? Vão!

- Não precisa ser tão... - Will começa e é interrompido por minha mão, em sua boca, tapando qualquer coisa que ele poderia fazer.

- Podem ir! - a multidão foi se dispersando, abrindo espaço para duas pessoas extremamente raivosas: Kim e Franklin.

- Oque vocês dois pensam que estão fazendo? - Kim começou o sermão - Você é minha sobrinha e ele....

- Não temos laços sanguíneos - declaro - tia Kim, deveria ter esquecido de me dar aquela aula à alguns anos... Talvez evitasse problemas futuros e pelo oque eu saiba, isto é, considerando que tirei dez, eu acho que não temos absolutamente nenhum parentesco já que nem casada com meu tio você é!

- Isto é... - minha tia começa.

- Nada tia! Eu, a partir de hoje, faço oque eu quiser e digo: eu quero isso!

- Isso? - Ela pergunta.

- Não ISSO que você está pensando apenas... - tento explicar.

- Isto - Will completa entrelaçando nossas mãos.

- Não comece Kimberley, não vê? Eles são como nós quando tínhamos está idade!

- Mas, ele é um príncipe Franklin!

- E ele provou que não é como todos pensavam ser - meu tio se aproximou - cuide dela - falou para Will.

- Que clichê, tio - revirei os olhos.

- Clichê foi oque fizeram no corredor - ele sorriu - não se preoculpem, mas agora tem que se preparar.

- Para quê, exatamente - arqueei a sobrancelha.

- Para o velho lar.

***

As malas já estavam perfeitamente arrumadas nos carros, claro que como rebeldes temos aqui carros do velho lar, uma mistura de dois Jeep's e uma reconstrução que fizemos; agora eles conseguem andar na neve.

- Devo admitir que estou nervoso ou faço-me de corajoso? - Will se juntou a mim perto da escotilha, se escondendo do sereno que caia, como o próprio nome já diz, serenamente pela relativamente velha e gelada Oak Suis. Sempre que penso em meu pais, meus pensamentos correm até Marlon, se sobrevivi é inevitável pensar que ele também sobrevivel. Eu seria louca se não quisesse que ele morresse, mas eu não quero que tenha.

Minha linda de raciocínio se baseia em uma só coisa: vingança, não quero que ela se cumpra, não sei exatamente o porquê desta mudança da minha meta, mas não sinto que ele tenha contas a pagar comigo. Eu mudei, e acho que para melhor. Agora Marlon não me tem como inimiga, ele tem algo muito pior com oque se preocupar.

- Você deve apenas... Se concentrar em não morrer com um prédio caindo na sua cabeça.

- Está bem - ele suspirou pesadamente.

- Ei - olhei em seus olhos - acalme-se, não tem nada com oque se preocupar - entrelaçei nossas mãos e ao sinal de Jack caminhamos até o carro.

- Você e seu namoradinho vão no carro preto junto com seu irmão e a noiva dele - disse Jack.

- Ele não é meu namorado, seu avoado - bati na cabeça dele e entrei no carro com Will.

O carro, com um pequenos tranco começou a andar, ultrapassando as arvores finas do começo da floresta negra e entrando na trilha rebelde em direção ao velho lar.

- Eu nunca... - Will começa a falar, mas o interrompo.

- Havia visto a Floresta Negra?

- É - ele confirma - pensei que haviam monstros aqui.

- Apenas Trolls e Ogros - confirmo - alem dos Lobos que fogem de Staura - sorrio - Ah, vamos não seja medroso Will - entrelaço nossos dedos.

Will parece estupefato com meu gesto, não vejo nada de mais, afinal, é apenas oque ele fez a alguns segundos. Para mim, pelo menos, eu entendo seu lado, quer dizer, nunca deu muito afetuo para ninguém nem fiz muita questão disto. Porem, eu gostaria que está mascara de princesa rebelde caisse e só restasse a Genevieve. Apenas eu.

As arvores negras como ébano de folhas secas, porem estáveis em seus devidos lugares, tampam toda a luz que restará; tudo que nos resta de luminosidade é os faróis do carro. Nunca senti medo da floresta negra. Mas, quando olho para mais fundo daquele labirinto de arvores com formatos grotescos vejo que há muito mais que apenas escuridão. Dentro desta fachada fria há algo que por muito tempo nutri como uma chama viva dentro de mim, que queimava meus sentimentos e os reprimia, assustando-os como pequenos bichinhos indefesos. Dentro desta floresta há a maldade, vingança, ganancia, crueldade e todos os adjetivos que eu daria a Marlon.

- Will - apenas eu e ele permanecemos acordados a está hora, passaram-se horas desde que saímos da instalação, bom, eu, ele e o motorista que parece ter visto um fantasma.

- Sim?! - ele me olha no fundo dos olhos, uma mescla de azul e a escuridão da noite que toma seus olhos é refletida, sei que não há oque temer, mas fleches da minha infância invadem minha mente como intrusos.

A última coisa que vejo são aqueles lindos, e ao mesmo tempo preocupadamente negros, olhos azuis. Ouço um tumulto no carro e o tranco que dá ao parar.

- Não parem - alerto.

Mas, acho que ninguém me ouve, e as lembranças fluem como um riacho indesejado, tomando minha consciência e, creio eu, minha sanidade.

Sorryyy não ter postado no fim de semana, não deu para escrever e como estou prestes a entrar de férias começarei a postar com mais freqüência.

Também estamos quase na reta final, haverão muitos fatos ate o fim e os capítulos ficarão maiores, creio eu, alem de bem recheados de conteúdo. Sim, terá um segundo livro no universo de Oak Suis, mas optei por não fazer sobre Gen e Will.

XOXO... Tori

Um príncipe e Uma rebelde Onde as histórias ganham vida. Descobre agora