Três

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VÁLVULA DE ESCAPE - Genevieve
Capítulo não revisado


O dia começou bem ao ver aqueles lindos segundos filhos sendo trazidos para fazer os testes, não sei quando os segundos filhos começaram a desenvolver o gene prodígio, mas no momento que isto começou, Oak Suis nunca mais foi a mesma.
Ambição, falam para nós que os humanos se destruíram com a terceira e quarta guerra mundial por conta da ambição, mas o rei é ambicioso e consequentemente hipócrita.

Encaminho aqueles órfãos para a sala de testes e começo nosso discurso encorajador.

ㅡ Olá ㅡ
Esboço meu melhor sorriso de pessoa boa ㅡ me chamo Comandante Roisin, mas podem me chamar de Cheshire se quiserem. Alguém sabe quem eu sou?

ㅡ A princesa rebelde ㅡ
uma garotinha loira levanta a mão e dispara feito uma Hermione Granger.

ㅡ Eu sou sim, mas agora sou a pessoa que vai ajuda-los a entender suas habilidades e encaminha-los para os treinadores.

ㅡ E se tivermos nascido sem poderes? ㅡ um garotinho asiático perguntou.

ㅡ Então vocês serão nossos bravos soldados ㅡ sorrio ㅡ vamos começar!

Tirei o sangue de cada criança naquela sala, me doí saber que três delas são eletricistas e quase todos os eletricistas morrem pela carga de energia que absorvem.
Não conheço nenhum pessoalmente e dou graças por isso.

Assim que termino vou até meu quarto e pego meu arco e minha aljava que repousam ao lado da capa de meu violino.
Saio do quarto e sou parada pelo meu guarda favorito, Luke.

ㅡ Onde vai mocinha ㅡ ele precisa olhar para baixo quando fala comigo por ter o dobro da minha altura. Patético.

ㅡEspairecer, Luke ㅡ falo num suspiro ㅡ posso?

ㅡ Claro, volte até amanhã e não conte a Lilly que me viu, estou devendo a ela.ㅡ Apesar de ter uns quarenta anos Luke fica com os que tem vinte por se sentir mais a vontade.

ㅡ O que você está devendo a ela?

ㅡ Perdi no poker ㅡ ele abaixa a cabeça ㅡ em minha defesa acho que Ásia estava lendo minha mente.

ㅡ Não seja tolo ela nunca faria isso.

ㅡ Hmm.. Diz isso para as três jogadas seguidas que elas ganharam.

ㅡ Com quem você jogou?

ㅡ Com Franklin.

ㅡ Nunca jogue com meu tio ele é péssimo!

ㅡ Recado anotado! ㅡ ele se afasta me deixando só nos corredores.

Caminho pelos corredores quando sinto alguém puxar meu braço em direcao a dispensa. Assim que estou dentro, ele fecha a porta sem me dar oportunidade de protestar.

ㅡ Estava com saudades ㅡ Enzo me prensa na parede e começa a me beijar de um modo um tanto grotesco.

A muito tempo eu gostava dele e começamos um relacionamento, mas agora não sinto nada. Nem mesmo amizade, é como se o Enzo por quem me apaixonei tivesse morrido após nosso relacionamento começar. Como não quero magoa-lo, e meu tio parece gostar dele, nós ficamos juntos.

Ele se afasta, joga meus cabelos para trás e começa a beijar meu pescoço.

Sempre tão apressado!

ㅡ Enzo eu já lhe disse que quero esperar ㅡ falo firme.

ㅡ Eu não ㅡ continua.

ㅡ Saia de cima de mim ou vou ter de usar meu conjurio!

ㅡ O que uma curandeira de luz pode fazer? ㅡ Enzo ri com escárnio, passando as mãos pelo meu corpo sem permissão.

ㅡ Isso ㅡ a luz produzida pelo meu corpo o queima. Saio correndo pelos corredores, tentando controlar a torrente de lagrimas que se acumula em meus olhos. Tudo em vão, eu iria chorar uma hora ou outra.

Sentei em um canto escuro da instalação e fiquei pensando.
Como vou seduzir um príncipe? Não consigo nem ver graça em meu próprio namorado, quem dirá em um príncipe mimado. Talvez eu seja frígida ou algo assim.

Sinto meus olhos pesarem, constato que já são oito horas. Ou seja, fiquei duas horas chorando.
Levanto-me usando o máximo de forças que tenho. Saio até o elevador com destino ao subterrâneo cinco. Ao chegar, sigo em direção ao meu quarto.

Quando ouço ruídos "voluptuosos" vindo de um dos armazéns começo a rir feito louca por alguém estar fazendo isto em um lugar tão publico, mas ouço uma voz conhecida sussurrar e em seguida risadinhas serem disparadas de modo meloso.

Abro a porta do armazém e me deparo com a cena mais inusitada possível, algo que nem mesmo eu poderia imaginar, mesmo com uma mente como a minha.
Enzo com duas ruivas de cabelos cacheados e cheios, quem dera que eles estivessem vestidos.

Sorrio para Enzo e faço uma vênia pomposa e exagerada, usando meu máximo de sarcasmo.

ㅡ Me esqueça, Enzo! ㅡ saio dali devagar como se tivesse acabado de sair de uma festa superdivertida, pelo menos para eles.

ㅡ Gen, espere ㅡ Enzo me alcança nos corredores vazios.

ㅡ Acabou!

ㅡ Você acha? Nós nunca estivemos juntos de verdade, você é status Genevieve, se estiver bem com você estamos todos bem com Franklin. ㅡ ele praticamente vomita em minha cara as palavras ríspidas que jamais imaginei virem de um homem "apaixonado". ㅡ É a lei do mais forte.

ㅡ Apenas terminar o que começou. ㅡ ordeno, já derrotada.

Por algum motivo, Enzo não vai embora. Nem mesmo eu vou. Ele queria me machucar.

ㅡ Você é fria e calculista sua vadia! Lembra como esfolou aquela garotinha? Lembra como ele gritava para você parar até não ter mais voz?
Lembra que quase matou uma menina da nossa classe tentando cura-la? VOCÊ É UM MONSTRO SEM ALMA GENEVIEVE.ㅡ Enzo aproveitou a falta de pessoas aqui; até mesmo a falta de som nas câmeras.

Gostaria de ter o humilhado, mas eu corri. Fui até a escotilha e saí pela sua enorme porta.
O ar fresco me atingiu e eu segui em direção a cidade, estando ciente do horário de funcionamento da taverna. Decidi afogar Enzo em álcool de qualidade.

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