Quatro

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Por ela - William
Capitulo não revisado


O fim de semana chegou e como nenhum dos funcionários do castelo sabe de meu acordo com meu pai, terei de sair por uma das passagens secretas.
Esquivo-me pelos corredores tentando não ser notado nesta roupa de plebeu. Chego a uma parede creme e tateio até achar um botão no rodapé . Assim que o acho, aperto o botão com um ar esperançoso no coração.
A parede se desprende do resto dos blocos de pedra ao seu lado e abre uma espécie de porta que dá para a escuridão infinita das passagens.
Pego uma tocha e acendo-a com meu isqueiro. Fecho a passagem com cuidado e sigo meu caminho lentamente pelas passagens.

Mais um dia em que penso na garotinha indefesa que morreu nas mãos de meu pai. Alguém igual a mim que não merecia morrer por ter nascido.

Meus pensamentos, de uma hora para outra, sem nem sequer aviso, voam até minha mãe.
Ela era loira assim como a mulher de meu sonho, seu sorriso era lindo e ela, a julgar pelo retrato na mesa de meu pai, também era.

Saio do castelo e caminho por varias estradas de terra até chegar no cemitério do bairro. Ando por algumas lápides, constatando que iria anoitecer em  alguns minutos. Já a neve, nunca parava de cair.

Chego a lapide, deixando rosas ao pé da mesma e ajoelhand-me em frente ao pedaço de pedra. Nunca tive a presença de minha mãe em minha vida e a culpa é total e exclusiva de meu pai.

Posso estar sendo frio, mas meu pai não merece a vida que tem. Na verdade ele não merece vida nenhuma, nem mesmo a de um segundo filho, a qual é curta e infeliz. Eu fui criado por um monstro.

Saio da lápide de minha mãe e caminho pelas ruas de terra observando as florestas paralelas.
Chego a um centro comercial, tendo tempo de observar a movimentação em um ponto especifico: uma taverna.
Caminho até lá e entro, curioso.
Ninguém sequer percebe que entrei, sigo até um balcão.

ㅡ Oque vai querer lindinho? ㅡ uma bartênder loira um tanto robusta pergunta como quem não quer nada além de vender bebidas com uma roupa que devia a fazer congelar por completo.

ㅡ A primeira do seu cardápio velho lar ㅡ aponto para a garrafa.

ㅡ É pra já ㅡ ela começa a preparar o drink, dando-me chance de olhar a minha volta.

Uma garota em especial me chama atenção, ela é exatamente igual a garota dos meus sonhos, literalmente a garota que sonho toda noite.

Ela percebe que estou olhando e abre um sorriso de divertimento, arqueia a sobrancelha e pisca para mim.
Volto a olhar para o balcão e esperar minha bebida, talvez um pouco ruborizado.

As vozes abafam meus pensamentos. Tento olhar mais uma vez, mas ela já foi em bora.
Pego minha bebida tentando expressar indiferença, mas a bartender percebe meu olhar.

ㅡ Ela saiu ㅡ a bartender se inclina para frente ㅡ não se preocupe isto sempre acontece ㅡ ela passa a mão pelo meu queixo me fazendo olhar para ela.

ㅡ Isso o que? ㅡ olho com pavor, torcendo para não seja o que veio a minha mente.

ㅡ Você sabe... ㅡ ela desiste de tentar se jogar em cima de mim ㅡ amanhã os guardas irão encontrar o corpo na floresta e...

Mal a deixo ela terminar, pois logo saio do balcão com uma velocidade surpreendente.
Corro até a porta da frente por onde entrei e nada dela. Vou até a bardenter e pergunto:

ㅡ Tem outra saída?

Ela desvia os olhos do espelho que estava em sua mão e aponta para uma porta.
Corro até a porta me deparando com a garota prensada na parede por um homem com o dobro de tamanho que ela.

Aliás, qualquer um é maior que ela.

Corro até eles quando percebo que não tem como salva-la apenas olhando a cena. Olho para as paredes do beco até avistar um pedaço de madeira, que eu estupidamente usaria como amar.
O pego e Bato com força, o homem se vira e acaba desprendendo a garota que  corre até um canto escuro do beco, assutada.

Ele caminha lentamente até mim e acerta um soco em minha mandibula com toda sua força.
Não me defendo, outro soco e desta vez estou no chão.
Agora ele me chuta, fazendo-me rolar pelo chão sujo do beco.
O cara agarra o colarinho de minha jaqueta e bate com minha cabeça no chão.
Fico tonto e fecho os olhos por uma fração de segundo; ele me golpeia mais uma vez e para.

Ouço algo cair no chão e o barulho de duas flechas sendo disparadas. O homem urra de dor.
Mas minha atenção é desviada quando uma mão delicada toca meu rosto.

- Seu idiota - A voz feminina parece estar perto demais de mim.

E logo tudo se apaga..

Um príncipe e Uma rebelde Onde as histórias ganham vida. Descobre agora