- Ela é tão pequenina. – suspirou, seus olhos voltaram-se para os meus, brilhando intensamente. David controlava-se para não chorar, aproximou-se de minha barriga. – Hey batatinha, eu não vejo a hora de te conhecer... Eu estou te vendo se mexer e saiba que mesmo sendo menina, eu te amo... Eu te amo muitão. – confessou, seus olhos fixos em minha barriga, movendo-se apenas para acompanhar alguma resposta no computador. – Ela mexeu o braço. – gritou estupefato. – Vocês viram? – questionou ainda sem acreditar, Lauren e eu sorrimos automaticamente da euforia de nosso filho. Guilherme gargalhou com a cena que presenciava. – Ela me ouviu, eu tenho certeza que esse movimento foi um sinal... Algum código porque eu estava falando com ela, e ela respondeu... Não é Mama Camila?

- Sim, meu amor. – assenti enfatizando meu sim, seus olhos brilharam ainda mais com minha confirmação e o sorriso orgulhoso que Lauren deu a ele, como se ele fosse o único merecedor de uma resposta.

- Batatinha, quando nascer eu vou te levar para passear, te ensinar a andar de bicicleta, a empinar pipa, andar de patins, skate e muitas coisas... – voltou conversar com minha barriga. – Você vai aprender a jogar futebol e a nadar também, e, se você quiser podemos aprender a cozinhar, eu sei fazer algumas coisas, mas nossas mães não me deixam chegar perto do fogão. Eu vi em um programa da tevê um monte de criança cozinhando e tinha menino também, então nós podemos aprender juntos porque eu também não sei e assim você não fica triste por eu saber tudo e você nada...

- Que garoto incrível vocês criaram. – Guilherme admirou.

- Ele é mesmo incrível. – Lauren repetiu orgulhosa, ela tirou o boné da cabeça dele e o beijou, depois colocou novamente em sua cabeça. David não reclamou, estava concentrado em cochichar alguma coisa para sua irmã.

-... Será nosso segredo, Batatinha! – completou em um tom que pudéssemos ouvir.

- Por que Batatinha? – o médico coçou a cabeça visivelmente intrigado. Não me agradava muito aquele apelido, mas resolvi não implicar, depois conversaria com ele, minha filha não era uma batata, e nem seria.

- Porque – David esticou o corpo. – os irmãos precisam de apelidos e códigos, e ela será a batatinha porque é comida e todo mundo ama comida, então se mamãe Lauren – olhou para Lauren. - ou mamãe Camila – olhou-me. - nos pegar fazendo alguma coisa que não gostem, vou dizer, "Mama, Batatinha e eu não podemos ficar de castigo!" – deixou sua voz totalmente suplicante. – E pronto, quando elas ouvirem o nome de comida, vão esquecer a raiva... – deu de ombro.

- Se eu não tivesse realizado o parto desse garoto, afirmaria com todas as certezas do mundo que ele não tem dez anos. – comentou assustado.

- Eu também me assusto com a inteligência dele. – admiti. – Às vezes ele parece tão maduro para um menino de dez anos, que chegar a me surpreender com ideias e argumentos que me deixam sem palavras.

- Herdou à mãe! – Lauren comentou orgulhosa e puxou David para um abraço, seus braços envolvendo a cintura dele, apertando-o contra seu corpo. Lauren deu um beijo na bochecha dele e depois mordeu. – Meu orgulho! – David abraçou as mãos de Lauren, mas podia jurar que era apenas por instinto, pois seus olhos não desviavam da tela do computador. – Minha casa terá mais vida, daqui uns meses sua irmã vai estar preenchendo cada cômodo dela com sua gargalhada e voz...

- Eu também te amo, Mama. – respondeu alheio a tudo como se aquela frase fosse a resposta correta para o que Lauren havia falado. – Hey! – gritou assustado. – Cadê minha irmã? – perguntou assim que Guilherme tirou o aparelho da minha barriga e a tela deixou de exibir meu projetinho de gente.

- Eu sei que você queria ficar a tarde toda a admirando e conversando, mas a consulta acabou meu amor. – expliquei da forma mais terna possível.

Secrets Segunda TemporadaWhere stories live. Discover now