Papéis invertidos

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Naruto sentia seu corpo pesado, seus pontos de chakra haviam sido atingidos durante a noite quando nao pode nem ao menos se defender, seus olhos foram abrindo devagar e logo que sentiu seu corpo notou que suas mãos estavam atadas assim como seus pés a uma cadeira de madeira.

- Covardia. - Pensou ele pois sua boca nem se abria para que as palavras sairem. Sua visão foi se estabelecendo até que seus olhos pôde ver perfeitamente o rosto de sua Hyuuga do outro lado da sala.

- Você corri perigo de vida. - Brincou Hinata gargalhando baixinho.

Naruto sentiu-se nervoso, olhou pela janela e percebeu que não era a mesma cabana que havia a levado. - Hina... - Saiu da sua garganta ainda fraca.

A garota foi até a porta e abriu revelando o sol nascente, ela inspirou fundo quando o frio da manhã balançou seus cabelos azulados. - Você tem ate o pôr do sol para me explicar tudo, então...

O galego engoliu o seco e perguntou. - Então?

- Tomarei minha decisão.

O loiro abaixou a cabeça pedindo forças e palavras para Jiraya que já não estava entre eles, pensou onde tudo realmente havia acontecido e onde cometerá os mais terríveis erros. "Só estava confuso". - Pensou ele mesmo. "O importante é que agora não estou mais".

- Tudo começou naquela manha de sexta-feira, quando vi você chorando... Alguns meses atrás.- Começou Naruto.

Por / Naruto Uzumaki.

- OHAYŌ! - Gritei ao mundo ao me espreguiçar. - Mas que dia lindo para se comer ramen!

Coloquei um dos potinhos instantâneos dentro do forno por enquanto que eu tomava um banho demorado. Mas que sensação maravilhosa, algo bom ira acontecer, será que eu ganhei na rifa que Gai-sensei me vendeu?
Sair do banheiro ainda de tolha me deliciei com um belo prato de ramen, vestir minhas roupas e fui até o calendário que estava preso em meu armário. Nada de dar aula hoje, dia de folga. Fiz algumas costumeiras flexões e desci as escadas fazendo bastante barulho, minha vizinha, uma senhorazinha apareceu me olhando com cara feia e tentou arremessar seu gato de estimação no meu rosto, apenas me desviei sorrindo.

- O Clã Uchiha que gosta de socializar com gatinhos... - Disse entortando o sorriso. - Os Uzumaki preferem sapos e principalmente raposas de nove caudas! - Brinquei aumentando a velocidade da corrida, até jurei ter visto a idosa me mostrar o dedo do meio. Quando achei que já havia me safado, logo ao virar a esquina me bate com alguém, cair com a boca aberta no chão engolindo um pouco de terra.

- Gomen. - Escutei baixinho atrás de mim, levantei do chão batendo as mãos na jaqueta tirando pelo menos a metade da poeira, então quando fui me virar para dizer que estava tudo bem a garota ja havia corrido. Tentei me decidir se iria atrás da moça ou não enquanto caminhava um pouco mais a frente.

"- É melhor ir atrás dela!" - Disse meu coração apertado.

"- Nao seja intrometido!" - Gritou minha razão escândalosa.

- Não... O único aqui que não deve se meter é você. - sussurei baixinho para minha ela, algumas crianças passaram ao meu lado e começaram a rir acenando, tentaram me parar mas pedir desculpas subindo no primeiro telhado que encontrei, corri um tanto desesperado atrás dela, comecei me preocupar quando a imagem rápida de seu rosto me veio a mente, ela estava chorando?

- Não chora por favor... Cadê você? - Olhei em volta mas nada encontrei, até que a mesma garota se esbarrou em um senhor cheio de caixas e as mercadorias foram ao chão abrindo um pequeno círculo na multidão, ela mais uma vez pareceu sussurrar "Gomen" cabisbaixa. Alcancei a menina quando entrou na floresta.

Hinata se ajoelhou tapando os olhos com as mãos realmente não havia notado minha presença. Caminhei acumulando todas as minhas forças em meu coração, estava pronto para ajuda-la, mas uma coisa era certo e que a vida havia me ensinado, apenas somos ajudados quando permitimos o mesmo vale com mudanças, palavras de conforto funcionam no momento que estamos dispostos a arranja-las do fundo de nossa alma e de nosso mais sincero sentimento. Me ajuelhei diante da menina que se assustou com minha sombra, ela caiu sentada no chão e tentou enxugar as lágrimas colocando um sorriso falso no rosto, estiquei meu corpo até onde meus dedos calejados pelas kunais passassem devarinho sobre seu rosto sensível, pela primeira vez sentir a textura de sua pele pálida e não foi só isso, percebi que seus olhos eram brilhantes e cheio de vida, naquele momento estavam marejados por algo que seu coração transportava, a puxei para entre meus braços e a apertei desejando que melhorasse ou que eu tivesse o remédio para poder cura-la.

- Por favor me diz o que está acontecendo? - Perguntei ao perceber que seu rosto estava enterrado no meu peito. Escutei um soluço escapar de seus lábios e decidir dar um tempo para ela, apesar da situação a menina continuava corada por estar do meu lado, então pela primeira vez o que Sakura vivia tentando me dizer se tornou claro, sempre perguntava por que aquela garota de cabelos azulados fugia de mim e ficava tao vermelha, me evitava apesar de confessar sua admiração.

"Eu amo você." - Foi o que ela disse na luta contra Pain, então tudo se desmanchou quando a vi no chão, pensei que estava morta e foi aquela cena que pela primeira vez me deu motivos suficientes de liberar meu ódio exatamente nas nove caudas.

- Você sempre esteve do meu lado, agora permita que eu esteja do seu... - Pedi em seu ouvido, foi mais que um pensamento, antes que eu pudesse controlar meus lábios, eles ja haviam pronunciado. - Sou seu amigo, não sou?

Ela tirou do meu peito o rosto sem sair de meu abraço, olhou nos meus olhos e me contou tudo que havia acontecido, de como se sentia solitária pois Neji Hyuuga era o único naquele Clã que realmente estava com ela, sua irmã ainda nova estava em fase de treinamento e de certo modo estava seguindo os mesmos passos de seu pai.

Me sentir mal de lembrar da guerra, todos os rostos começaram a passar em minha cabeça como um filme. - Eu entendo você, as vezes em um mundo tão grande, sentimos solitários e pequenos, mas sabe o que devemos fazer? Devemos olhar para o alto, isso mesmo... Perceber que realmente somos pequenos, mas que a uma força do bem maior em tudo que fazemos e dentro de nossos corações que com toda certeza faz acender as mais belas estrelas no céu... E são essas mesmas que nos permitir enxergar a meio a tanta escuridão... E neste momento ter uma visão tão bela do seu rosto. Aposto que sabe que Neji está em um lugar melhor agora, aposto que ele está contente de me ver ao seu lado e vai ficar mais ainda se eu conseguir arrancar pelo menos um sorrisinho de você... - Brinquei tirando algumas mechas de cabelo que cobria seu rosto, a menina me surpreendeu sorrindo e eu a acompanhei com uma gargalhada satisfeita, confesso que foi um dos sorrisos mais belos que já vi, chegara ultrapassar o de Sakura... O que está acontecendo? Sentir meu coração bombear mais intensamente, mas uma vez ela abaixou a cabeça me dando tempo de oxigenar meus pensamentos, mas com o ar veio seu perfume... Minha nossa, mas que cheiro é esse? Estava emanando de seu corpo, está era certeza que eu tinha.
Então seu corpo foi ficando um tanto mais pesado e relaxado, sua respiração se tornou calma e seus olhos estavam trancados em um sono só, era de cortar o coração, mas ali tive a certeza que ela realmente só precisava de um ombro amigo, um abraço e um motivo para sorrir.

A carreguei nas costas até seu quarto, no outro dia talvez aquilo não passasse de um mal dia ou de um sonho louco para ela, nada que pudesse mudar sua vida como aquele dia tivesse mudado o meu. Os meses foram passando rapidamente e tudo continou como era antes, exceto pelo que eu carregava vividamente em meus pensamentos.

Seu cheiro, sua pele, seu cabelo, sua voz baixinha que insistia em me contar porque não estava muito bem, suas mãos em volta de meu corpo, até as lagrimas quentes que ela havia derramado em minha jaqueta eu não esquecera, principalmente daquele sorriso que havia conseguido arrancar.

O SequestroWhere stories live. Discover now