Capítulo - 1

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- Adrian. -

***

    Hoje era um dia normal, como qualquer outro. Foi o que eu pensei quando sai de casa pela manhã.

    Como hoje não haveria aula na faculdade, tive que entrar mais cedo que o de costume no trabalho. O dia estava lindo... O sol brilhava e o vento remexia as folhas das árvores. Meus tios? Tiveram que ir para o trabalho mais cedo também.

    Theodore, meu tio, era o chefe executivo do jornal local, e teve que sair às pressas para não perder "um furo de reportagem" igual ele sempre dizia. Sally, sua esposa, recebeu uma chamada urgente de sua parceira de negócios e teve que ir correndo para a floricultura. Ela mencionou algo como "as hortênsias murcharam por falta de água". Como se eu entendesse de algo relacionado à plantas.

    Não demorei muito para chegar à lanchonete e perceber que estava quase vazio, como sempre. Logo depois de ter trocado de roupa e vestir a tão famosa camisa branca e o avental negro de garçom, sai do vestiário e fui em direção à bancada em busca do meu bloco de notas e da caneta. Foi então que reparei em um cliente novo, e muito chamativo por lá.

— Ele está ali já faz um tempo e não pediu nada ainda... Vá atende-lo! — Meu chefe ordenou. Sai da bancada e me dirigi até onde aquele homem estava sentado, encarando a tela do celular.

    Ele usava uma camisa branca, calça e sapatos sociais negros, e uma gravata vermelho vinho de cetim. Havia um coldre axilar com duas armas em seu peito. Seu cabelo estava arrepiado e ele tinha a barba por fazer. Um policial, na verdade, um daqueles bem sexys.

— Bom dia. Posso anotar seu pedido? - Perguntei. Ele desviou a atenção do celular e me encarou. Por um instante senti como se aqueles olhos cor de mel penetrassem minha alma.

— Um café expresso, por favor. — Ele sorriu. Assenti com a cabeça, anotei seu pedido e fui até a cozinha. Em pouco tempo o café já estava pronto, então segurei a bandeja com uma mão, e com a outra segurava o bloco de notas. Aproveitei para checar os outros pedidos enquanto caminhava em direção à mesa dele.

    Estava prestando atenção no que estava escrito ali quando alguém se esbarrou em mim, e consequentemente me derrubou, fazendo com que a xícara e o café voassem diretamente ao encontro da camisa branca da autoridade presente no local. Merda...

— Droga! Essa merda está quente! — Ele reclamava, se levantando e chacoalhando sua roupa na tentativa de aliviar o calor e não queimar sua pele.

— Me desculpe! Eu sinto muito! — Eu praticamente gritava enquanto sentia meu chefe me fuzilando com o olhar, e um mal humor daqueles era perceptível. Droga, eu não posso ser despedido! Provavelmente aquele homem entendeu tudo rapidamente, e logo tomou a dianteira da situação.

— Está tudo bem. Aqui, essa quantia deve ser o suficiente para reparar a bagunça causada. — Ele tirou duas notas de cem dólares do bolso e colocou sobre a mesa, logo em seguida dando uma piscada para mim e indo em direção a porta. — Tenha um bom dia!

— Espera! Isso é muito dinheiro... — Por acaso ele é idiota? Nem foi ele que causou toda essa bagunça! — Espera! Senhor!

— Magnus. — Ele disse ainda de costas para mim, enquanto caminhava em direção ao seu carro.

— O que? — Ergui uma sobrancelha, questionando qual era o real motivo daquela palavra ser dita naquele instante.

— Meu nome. Magnus, Magnus Müller. É um prazer conhecê-lo, Adrian. — Ele sorriu novamente, colocou seus óculos de sol e entrou no carro.

— Como você sabe meu nome? Espera, o dinheiro! — Gritei. Ele não pode ser um perseguidor, certo? Como diabos ele sabe meu nome?!

— Fique com ele. Tenho certeza que iremos nos encontrar novamente. — Ele ligou o carro e em segundos já havia desaparecido pela estrada. Duzentos dólares, hein? Ele deve ser mais do que somente um policial... Aquele Mustang  negro também não faz parte da tropa de viaturas da cidade, disso eu tenho certeza. Soltei um suspiro e entrei novamente na lanchonete, me preparando para a sessão de sermões que estava por vir.

— Que merda você pensa que estava fazendo?! Tome mais cuidado a partir de agora, ou então  você será despedido! Ouviu bem?! — Meu chefe gritava. Ele era um senhor de quarenta e cinco anos de idade, e muito mal humorado... Era mais parecido com um velho rabugento de setenta anos!

— Sim... Me desculpe, senhor Stefan... Isso não vai se repetir. — Baixei minha cabeça, ficando em silêncio logo depois. Apertei o dinheiro com os dedos, ainda tentando entender o que havia acontecido aqui.

— Espera aí... Onde você achou esses duzentos dólares?! - Agora ele parecia super interessado. Stefan só se importa com o dinheiro, e pensa que tudo pode ser conquistado com um pouco dele. Às vezes ele parece um mafioso, com aquela barriga enorme e o charuto fedorento que vive em sua boca. Não demorou muito para que ele fizesse sinal para que eu o entregasse as notas.

— O homem de agora pouco o deixou... É para arrumar a "bagunça". — Entreguei as cédulas para ele, que as aceitou muito contente e logo correu para sua sala. Mas, isso nunca tinha acontecido antes... Erros desse tipo, e clientes desse tipo não eram comuns por aqui. Parece que esse policial e eu iremos nos encontrar muitas vezes ainda... Só espero que não aconteça nada parecido a isso da próxima vez.

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Olá, meus queridos! Espero que tenham gostado do primeiro capítulo de Meu Doce Delegado! Lembrem-se: votos e comentários são super bem-vindos! Espero que gostem do próximo cap! Xoxo! ♥

Doce Delegado - Livro 1 - Trilogia DoceOù les histoires vivent. Découvrez maintenant