24.

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Sabe aquele momento de sua vida em que você não sabe quem é? Era exatamente por isso que Sophia passava.

Aquele momento em que a placa da cama elástica diz que o máximo é 10 anos, ou uma roupa que você quer muito, mas sua mãe a avisa que você é muito nova para aquilo. Afinal, o que eu sou?

No caso de Sophia era outra coisa. A menina era "velha" demais para não assumir responsabilidades, porém nova demais para ser aceita por um Príncipe.

Já havia passado um dia desde o casamento de Sebastian e Rashmi e a menina tinha sua segunda aula de economia. Silvia, tentava lhe explicar de um modo mais fácil, mas Soph não prestava atenção.

Ela avista pela janela do grande salão Charles, sentado em um banco de concreto sozinho. Inconscientemente ela anda em direção às portas, mas trava assim que percebe o que estava prestes a fazer.

- Sophia!- grita o homem.

- Charles, você não precisa me dizer nada.

- Por favor, me deixe explicar.

- Eu já compreendi, sou jovem demais e você precisa de uma mulher.- ela sorri triste e dá de ombros- Não precisa se explicar, espero que os dois sejam felizes.

Assim ela dá as costas para o Príncipe ignorando as lagrimas que insistiam em embaçar sua visão.

- Princesa Sophia!- Silvia fala pela terceira vez.

- Me desculpe Madame Silvia.- Soph diz envergonhada.

- Olha, percebi que hoje está difícil para a senhorita se concentrar, então por que não deixamos tudo isso para depois de sua viajem?

- Sério?

- Mas é claro, o que acha de eu pedir um chá para nós duas?

- É uma ótima ideia Madame, mas eu mesma gostaria de prepará-lo.

- Mas...- Silvia para- está certo. Apenas dessa vez mocinha e nem ouse contar para o Rei.

- Minha boca é um túmulo.- elas sorriem.

As duas mulheres se dirigem até o fim da sala de jantar, onde passam por uma parede e começam a descer as escadas. Logo o cheiro de pão fresco invade o nariz de Sophia a fazendo lembrar de sua velha casinha no topo de um pequeno morro. Uma grande porta dupla é aberta por guardas e o ar úmido alegra a menina.

- Eu posso usar um desses fogões?- Soph pergunta se aproximando de um funcionário.

- Sophia?- ele pergunta.

- Aaron? Eu não acredito!- ela o abraça sem jeito.

- Minha mãe me colocou aqui para ficar seguro ou coisa do tipo.

Ela sorri e antes que perceba já encheu a chaleira de água.

***

Rash acorda em um quarto diferente pela manhã, mas por sorte ela se lembra de que nada aconteceu na noite anterior.

A mulher abre a grande porta dupla que dá direto ao quarto de seu marido.

- Acorda!- ela grita sorrindo.

- Só mais cinco minutos.- ele fala colocando o travesseiro no rosto.

- Não pode se esquecer, agora eu sou sua esposa, você precisa me obedecer.- ela brinca se jogando na cama ao lado dele.

- Rash, você ainda está de camisola, não deve falar nada.- ele a olha.

- Me desculpe queridinho, mas precisa ajudar sua querida esposa a colocar as roupas no armário, olhe a bagunça que está nesse quarto!

- Chame alguma criada.

- Eu...- ela cora - eu gostaria da sua companhia para isso.

- Hum.- Sebastian pensa - Tudo bem.

O Príncipe se levanta deixando suas costas a mostra.

- Sebastian!- ela fala.

- Eu não posso dormir sem camisa?

- Não enquanto eu estiver aqui.- ela cobre o rosto com um travesseiro e corre para seu quarto, fechando a porta atrás de si.

Era incrível como esses dois se deram tão bem em pouco tempo, o modo como eles se comunicavam mudara por causa de uma simples noite. Sebastian sorria com o jeito de sua esposa. Esposa. Era tão engraçado pensar em Rash como sua esposa.

Depois de um longo banho o menino se aproxima da porta e bate rapidamente antes de entrar.

- Finalmente.- ela brinca.

- Você continua de camisola?- ele ergue uma das sombranchelhas a deixando envergonhada.

- Vou me trocar.- ela vira de costas mas sente uma mão em seu ombro.

- Não quis constrangê-la, me desculpe.

- Tudo bem. Eu só estava procurando algum vestido.

- Esse!- Sebastian pega o tecido vermelho e entrega a menina.

- Mas eu usei ele a poucos dias.

- Você fica bonita de vermelho.- ele diz sorrindo.

Após a menina entrar no banheiro ele começa a pegar alguns de seus ternos que estavam misturados com as roupas da menina.

"Não entendo o porque ela dispensou as criadas com tantas coisas para fazer." Ele pensa.

- Droga!- ele ouve a menina dizer.

- Está tudo bem?

- Não, esse vestido não tem zíper.- ela fala.

- Espere, deixe me ajudá-la.

- Não!- ela grita fazendo Sebastian rir.

- Então ficará presa para o resto de sua vida, pois não vou chamar suas criadas.

- Mas..- ela suspira- Tudo bem.

Rash abre a porta com cuidado, segurando o vestido na altura do peito com firmeza.

- Se você deixar ele cair eu te mato.

- Ok.- Bastian ri.

O Príncipe fica confuso com tantos fios mas logo Rash explica como deve fazer e ao acabar a menina se olha no espelho com aquele lindo vestido.

- Eu não disse?- ele pergunta já sabendo a resposta.

- Sim, disse sim.- ela fala se sentindo a menina mais sortuda e bonita do mundo.

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Me parece que Rash não é tão mimada quanto parecia..

Agora porque ela dispensou as criadas?

Por favor não esqueçam seus votos e se tiverem dúvidas ou algo a perguntar, podem comentar ou mandar uma mensagem no privado.

De Repente Princesa ( CONCLUÍDA )Where stories live. Discover now