De Repente Princesa ( CONCLUÍDA )

4.

As malas estavam prontas em cima da cama de Sophia, que as olhava com um grande remorso de não ter avisado Lia ou Nicholas. Ela sabia que eles a perdoariam quando vissem os noticiários.

Já era noite quando Nina entrou no pequeno quarto de suas filhas, aproveitando que sua pequena May estava no banho, resolveu contar á Sophia o que estava acontecendo.

- Querida?- ela pergunta ao bater a porta.

- Oi mãe- Diz Sophia.

- Gostaria de te explicar tudo o que está acontecendo.

- Por favor faça isso, não consigo entender nada.- Sophia suspira quase aliviada.

- Há muito tempo atrás, 18 anos atrás para ser mais específica, eu me apaixonei por um lindo homem de olhos azuis penetrantes. Esse homem era na verdade o Príncipe Joseph.- ela pausa para respirar- Éramos jovens demais e não sabíamos as consequências que um ato inocente traria. Mas uma coisa não pode ser apagada. Três meses depois de termos nos separado descobri que estava grávida de você Sophia, mas Joseph estava prestes a se casar.

A menina tentava compreender tudo sem demonstrar espanto mas isso foi impossível.

"Decidimos que eu teria sua guarda por motivos óbvios, mas como já disse era jovem e ingênua demais, então assinei um contrato de que quando completasse 18 a sua guarda pertenceria a ele." Nina sente uma pequena lágrima cair por sua bochecha "Mas o contrato foi antecipado minha querida, não posso fazer nada para impedi-lo. Por isso você irá embora amanhã.

- E os diários no sótão?

- Os de Felicia?- quando Sophia concorda Nina abre um tímido sorriso.- Eram para serem entregues a você perto do dia de ir embora, mas pelo jeito seu instinto a atraiu.

- Vou mesmo embora?- Soph diz sentindo seus olhos embassarem.

- Não temos opção meu amor, mas prometa que não vai se esquecer de sua querida mãe plebéia ok?- nesse momento triste as duas conseguiram abrir um grande sorriso e se abraçaram.

- Nunca mãe. Eu prometo por minha vida.

- Eu te amo pequena.

- Eu também mãe.

**

Sebastian não podia conter sua empolgação sabendo que hoje conheceria sua irmã, ele não sabia como agir. Escolheu uma roupa mais "simples". Apenas um terno na cor azul escuro e uma gravata vermelha.

- Alteza- diz Wien, seu mordomo entrando em seu quarto.- Príncipe Charles acaba de chegar.

- Obrigado Wien, pode tirar o resto do dia de folga.- ele sorri.

- Tem certeza alteza?- Pergunta torcendo para que a resposta fosse sim.

- Tenho. Obrigado, qualquer coisa o chamarei.

Wien faz uma reverência e sai do quarto do Príncipe sorrindo como nunca.

Charlie entrava em sua segunda casa, observando os detalhes que nunca mudavam, exceto pela cor das flores que mudavam a cada três dias. O ar de Artic era puro e fresco, do jeito que gostava.

Sebastian desce as escadas quase correndo para encontrar seu grande amigo e contar as novidades a ele.

A amizade entre príncipes, quando comentada parecem muito superficiais, mas a desses dois estava longe disso. Se conheciam desde que começaram a dar seus primeiros passos desajeitados. Quando crianças brincavam em todos os lugares do Palácio, já na adolescência pareciam se comunicar mesmo em silêncio, passavam a maior parte do tempo nas bibliotecas ou em seus quartos falando sobre como se sentiam em relação a cada princesa conhecida. Já perto da vida adulta começar, discutiam sobre economia, politica etc..

Era a amizade mais verdadeira que se podia ter entre aqueles dois países.

**

Sophia apertou May em seus braços ao se despedir dela.

- Por favor Soph, não vá.- Ela quase implora.

- Não posso minha linda, logo você vai entender.- Sophia fala sentindo seus olhos serem tomados por lágrimas.

- Eu te amo Vó- ela diz também ao se despedir de Mary.

A mesma coisa acontece com o resto da família até que o guarda avisa-a que seu tempo acabou e que deveriam ir rápido antes que perdessem o voo.

A primeira viajem de Sophia em um avião não foi tão agradável, suas lágrimas não paravam de cair e seus soluços já estavam ficando quase incontroláveis, foi assim que a pequena adormeceu.

**

O Rei Joseph conferia sua roupa a cada instante, ansioso demais para ver sua filha. Ao seu lado a Rainha fazia o mesmo, esperando que Sophia não fosse muito rebelde.

Sebastian conversava com Charlie quando viram o carro preto passando pelo portão de entrada.

Os corações de todos saltavam incontrolavelmente em seus peitos, mas principalmente o de Rebecca, a pequena desejava gostar de sua irmã, e iria se esforçar ao máximo para fazer isso.

Quando a menina de longos cabelos negros e lindos olhos verdes desceu do carro com o rosto aparentando ter chorado a viajem inteira, Charles precisou se conter para não demonstrar seu espanto. A menina que vinha em seus pensamentos a cada cinco minutos finalmente estava a sua frente.

Sophia estava receosa por ver aquela linda e impecável família ali. Enquanto ela vestia uma simples calça jeans e uma blusa vermelha, a sua "familia" usava roupas de gala,  apropriadas para a realeza.

O primeiro a se aproximar foi seu pai, com os olhos cheios de lágrimas a abraçou, e Sophia,  percebendo a realidade daquilo o apertou ainda mais.

- Minha filha- o rei segurou seu rosto entre as mãos.- A última vez que a vi ainda nem tinha cabelo- ele ri.- Fico feliz de tê-la aqui.

Sophia detestava admitir, mas se sentia emocionada por poder ter alguém com seu sangue para chamar de pai.

A família foi apresentada a Sophia, que mesmo já sabendo quem eram não reclamou, apenas cumprimentou-os com alegria.

Quando os olhos de Charles e Sophia se cruzaram o mundo pareceu congelar. Os dois sorriam como bobos sem entender o motivo.

- Alteza.- diz Charles fazendo uma simples reverencia com a cabeça.

- Alteza?- Sophia parece confusa.

- Você faz parte da família real agora.- diz Joseph.

- Bem vinda a "trupe"- diz Sebastian com seu jeito descontraído de ser.

Sophia sorri agradecida por se sentir em casa com desconhecidos. Seus medos haviam desaparecido quando viu o sorriso em cada rosto.

"Lembre-se sempre de que você pode ser uma princesa, mesmo que na imaginação de alguém."

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