"Eu sinto frio, estou confusa, olho para os lados e vejo tubos, tubos enormes, que me fazem sentir mais pequena, esses tubos são transparentes e tem um líquido verde lá dentro, e... TEM PESSOAS DENTRO. Isso é horrível, esse lugar tem cheiro de mofo e tem algo podre aqui. Alguém está vindo... A mulher loira está vindo, o bebê chora novamente e seu choro me dá vontade de chorar também, me sinto apavorada. Olho para um dos tubos e vejo um homem, ele parece estar morto e tem... Uma espécie de cabo ligado à sua nuca. Ele se vira dentro do tubo e olha para mim [...]"
Acordo novamente apavorada, mas dessa vez não grito. Está escuro lá fora ainda, pego meu celular e vejo que são 4 horas da manhã, eu não conseguiria dormir novamente, nem se eu quisesse. Penso em levantar e comer algo, mas estou com preguiça e medo de mais. Esquece, me levanto e me espreguiço, ao colocar o pé no chão algo se agarra a ele, tremo e pego meu celular com cuidado ligando a lanterna. Era o Clóvis. O gatinho mordia e arranhava meu pé, me deu um baita susto. Percebo que a porta da sacada estava aberta, pois a cortina balançava com o vento e logo vejo uma silhueta lá fora, ando cuidadosamente e vejo que é um homem... Um garoto. Reviro os olhos e empurro ele fazendo ele derrubar algo lá embaixo, ele se vira.
Alex: você me deve um sanduíche.
Hacker: e você me deve uma explicação, babaca. O que ta fazendo aqui?
Alex: o Pedro ta roncando, muito alto, e desse lado quase não dá pra ouvir.
Ficamos em silêncio e eu só ouvia o barulho das árvores.
Hacker: não ouvi nada.
Ele bufa e me puxa pelo pulso para mais perto do quarto deles.
Hacker: que isso? Um trator?
Ele sorri e dá de ombros andando para longe do quarto novamente.
Alex: ele tem problemas respiratórios as vezes.
Hacker: e o Júnior não acorda?
Ele nega com a cabeça. Espera.
Hacker: como chegou até aqui?
Alex: é... Bom... Eu...
O fuzilei com o olhar e ele foi se aproximando da porta como quem iria fugir, mas ele não faz.
Alex: eu... Pulei de uma sacada até a outra, não é tão longe e depois de tudo o que treinamos foi fácil.
Não sabia se era verdade ou não, mas deixei por isso mesmo. O silêncio tomou conta e o vento gelado me fez sentir frio, o que me fez lembrar do pesadelo.
Alex: tudo bem?
Ele examina a minha cara, eu balanço a cabeça como se pra afastar os pensamentos.
Hacker: foi só um sonho.
Alex: outro pesadelo?
Hacker: ou o mesmo...
Alex: como assim?
Hacker: nada... Nada.
Eu me encolho e fico olhando para o chão, ele se aproxima e coloca a mão no meu ombro.
Alex: você sabe que pode contar pra mim, né?
Eu sorri.
Hacker: sei... Vem cá, por que você é um porre quando tem outras pessoas por perto, mas quando ta sozinho você é "legal"?
Fiz aspas com a mão e ele gargalhou.
Alex: não é a primeira vez que ouço isso.
Ficamos nos olhando por uns segundos até que ouvimos passos na sala.
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Hacker: O Início
ActionHacker é como a chamam, com apenas 16 anos, ela é uma das melhores com seu notebook em mãos. Quando ela pensa que vai fazer somente mais um 'trabalho' para um de seus 'amigos', ela para no prédio da CIA. Com uma ligação no caso, ela acaba se introme...