Capítulo Quatro

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O vento gelado de Londres, batia contra as janelas grandes e bem protegidas da famosa boate, cujo dono era Harry Styles. Janelas que viam maldade por cada metro quadrado, observavam o sofrimento de pessoas, enxergavam a dor e gritavam em desespero a cada tempestade de ventos violentos.

Louis sentia tudo aquilo, sentia como se as janelas dali tivessem olhos e estivessem a todo momento atentos em cada passo que ele dava. Passos no qual ele não foi capaz de controlar quando estava a caminho do quarto, que guardava a ala da prostituição. Seus pés foram incapazes de controlar o peso do corpo, o lançando subitamente ao piso de cerâmica fria. Seu corpo estava fraco, exausto e tremia constantemente, não lhe dando nem a chance para abrir a boca e pedir ajuda. Era um sentimento que havia o pegado de surpresa, uma supresa desagradável e descontente. Tentou abraçar seu próprio tronco para não deixar que o frio piorasse a tremedeira, infelizmente aquilo não foi a solução para os seus problemas.  O pior de tudo era que ele sabia exatamente o porquê de estar daquele jeito. Estava tendo uma síndrome de abstinência.

Precisava de suas drogas.

O pequeno que tremia no chão, tentando por tudo abraçar seu próprio corpo, já sentia o próximo sintoma chegar, uma náusea insuportável. Ele só havia sentido aquilo apenas uma vez na vida, e foi quando tentou largar seu vício para tentar ter uma vida normal mais uma vez. Teria dado certo, se não tivesse tido recaídas que o fizeram voltar com toda força para o mundo doentio das drogas. Numa noite gelada, exatamente como aquela, Zayn estava vendendo drogas para um outro grupo numa boca, até que Louis se aproximou acanhado e lhe disse que queria comprar também. As formas de pagamento eram das mais variadas possíveis, mas o pequeno se recusava a assaltar alguém. Achava totalmente desconexo roubar uma pessoa para nutrir seus vícios, foi então que passou a pedir ajuda de Stan. O amigo sempre fora alguém adorável, sempre quis o melhor de Louis e sempre tentou dar tudo de si para ajudá-lo. Mas infelizmente era muito mais complicado do que qualquer ser humano poderia imaginar.

Malik passou a saber mais sobre Louis com o passar do tempo, contando exatamente para Harry, o que se passava com o garoto. Dizendo os motivos que o levaram a ficar cada vez mais endividado. Para a surpresa de Zayn, o gângster Styles já planejava colocar Louis para trabalhar em uma das boates. Há um tempo passou a frequentar com seu carro por perto das bocas onde ele sempre se encontrava com a situação precária. Apesar disso, o garoto poderia lhe trazer muito dinheiro vendendo o corpo com curvas acentuadas. Então deixou que a dívida se triplicasse, e consequentemente chegasse ao ponto no qual ele seria incapaz de pagar, mesmo se pedisse dinheiro para qualquer um de seus amigos, ou família. Isso é, se ele ainda tivesse alguém que clamasse por sua vida além de Stan.

Ao contrário de Harry, o moreno se preocupava de verdade com Louis. Ele conseguia imaginar exatamente seu passado bem ali na sua frente, como uma carma para o perturbar e o relembrar de todas as suas atitudes passadas.

Exatamente pela preocupação excessiva, que ele correu em desespero atrás do corpo de Louis. O garoto estava desfalecido nos braços de Charlie, que derramava lágrimas tristonhas enquanto fazia carinho nos cabelos lisos de Tomlinson.

- O que aconteceu com ele? - Zayn se aproximou desnorteado e assustado, agachando ao lado dos dois, e tocando em seguida carinhosamente na pele gelada e pálida do menino.

- Eu não sei... Eu estava procurando por ele para perguntar como tinha sido seu primeiro programa, mas infelizmente o encontrei caído aqui. - Charlie dizia com a voz embargada, soluçando baixinho e fungando o nariz avermelhado por conta do choro.

Styles se aproximou cruzando os braços, com uma postura relaxada porém superior a de todos presentes ali. Com o maxilar travado, ele umedecia os lábios com sua língua num ato totalmente sensual e despreocupado. Ele sabia o que estava acontecendo, se lembrava quando seu melhor amigo Zayn havia passado por aquilo. Eram como flashbacks o atingindo, mas não trazendo nenhuma expressão de preocupação, pelo contrário, o deixava cada vez mais indiferente. Os verdes escarlates encaravam cada pessoa ali, desde Derek, que estava acanhado num canto com o cenho franzido, até os desesperados Zayn e Charlie. Assim que seus olhos pousaram em Louis, respirou fundo e descruzou os braços revirando seus olhos impacientemente.

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