Capítulo 6

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 Acordei com o sol batendo no meu rosto. Abri os olhos, sentia um cheiro bom de perfume, mas não era o meu, quando olhei para o lado, eu não estava no meu quarto. Havia uma prancha pendurada na parede, pôster para todo lado, roupas por todo quarto. Fiquei assustada, olhei por de baixo das cobertas, ainda estava com a mesma roupa. Não me lembro de nada depois de ter entrado no carro.

Levantei, olhei pela janela, a vista era da praia. Aquele quarto era maior que a minha sala de jantar. As paredes eram azuis da cor do mar. Havia fotos espalhadas em um quadro na parede. Era Luke, em quase todas elas. Fui até o corredor da casa, havia um barulho vindo do banheiro. Luke estava sem camiseta, que corpo meu Deus.
- Bom dia, dorminhoca. – disse Luke colocando uma camiseta
- O que aconteceu ontem? - tentava ao máximo não encarar seu corpo
- Você dormiu no carro, tentei te acordar, mas parecia que você estava morta. Logo depois começou uma briga feia lá na festa, apareceram várias viaturas e eu não sabia onde você morava então te trouxe para cá.
- E a gente não... Ah... Você sabe. Aquilo? - me enrolei mais que fone de ouvido depois de ter sido guardado em um bolso
- Ahhh – disse ele caindo na gargalhada – Não, não aconteceu nada. Não sou do tipo que curte cadáveres, ainda mais quando cheiram a álcool e vômito
- Você tem razão – disse cheirando minha própria blusa – Preciso de um banho.
- Vou pegar uma roupa minha para você tomar banho, vamos sair para comer alguma coisa.
- Preciso ir para casa, meu pai disse que ia chegar na hora do almoço.
- Não se preocupa, já mandei uma mensagem para ele falando que resolveu dormir na casa da Aurora de última hora e também já deixei avisada.
- Nossa – disse surpresa – Pensou rápido.

Durante o banho comecei a pensar em como tudo aquilo era loucura. Eu mal conhecia o menino e já havia dormido na casa dele. Ele está sendo incrível, não entendo porque todos falam para eu tomar cuidado com ele, isso é besteira. Luke havia pegado uma bermuda antiga de sua mãe e me deu uma camisa antiga que não servia mais nele e que mesmo assim ficava enorme em mim.
Luke estava me esperando na sala. Começou a me encarar.

- Você fica muito bem com a minha roupa – soltou uma risada tímida

Paramos para comer um lanche, ficamos por horas conversando, quando eu vi, já estava tarde, e pedi para que ele me levasse para casa. Ele me deixou uma quadra antes de onde eu morava. Ele pareceu surpreso quando disse o endereço da minha casa, não sei por que ao certo.
- Obrigada, por tudo.
- Obrigado você pela sua companhia.
- Boa noite.
- Mackenzie. Quando eu vou te ver de novo? – disse ele segurando a porta do carro.
- Eu nem fui embora ainda e você já quer me ver de novo? - comecei a rir.
- Idiota, é sério. Que tal amanhã eu passar aqui e a gente ir surfar?
- Por mim tudo bem, até amanhã então. – disse fechando a porta do carro. Não me contive em olhar para trás, ele me olhava fixamente, acabei deixando escapar um sorriso tímido, mas feliz. Não poderia estar mais feliz.

Passei a noite relembrando de tudo, de como ele era lindo, gentil, era tudo e mais um pouco do que eu imaginei. Senti um aperto em pensar que uma hora ou outra eu teria que voltar para casa, não podia me envolver com ninguém, não aqui, não agora. Meu celular tocou de repente, quando eu olhei havia uma mensagem do Luke

"Não se esquece de amanhã. Boa noite dorminhoca ;) "

Ah Mackenzie... Onde você foi se meter?

Acordei no dia seguinte já na hora do almoço. Meu pai estava terminando de cozinhar, havia um jornal em cima da mesa, comecei a lê-lo. Havia uma parte do jornal grifada, falava sobre traficantes, uma família que parecia comandar essa área. Perguntei ao meu pai sobre a reportagem

- O que você sabe sobre essa família de traficantes?
- Nós estamos em alerta, essa família existe há anos aqui, mas nós não sabemos quem é. Muitos comerciantes estão sumindo e morrendo, nós acreditamos que seja por causa de dividas.
- Vocês não tem nenhum tipo de informação sobre eles? Tipo fantasmas?
- Quase isso – disse ele rindo – Há uns anos atrás, tivemos uma perseguição com esses traficantes, eles tinham feito uma mulher de refém. Mas antes que pudéssemos fazer alguma coisa, eles a jogaram pelo carro. Eu fui o primeiro a parar para ajuda-la, mas ela estava sangrando demais. Antes de morrer ela pediu para que eu falasse para o filho dela que ela a amava. Não sabia seu nome, muito menos do seu filho.
- E não descobriram o nome dessa mulher? – perguntei curiosa
- O corpo foi roubado na mesma noite, antes que o médico legista pudesse analisa-lo. Qual tipo de pessoa roupa corpos?
- Não tenho ideia. Mas é bem estranho – disse encarando o jornal, pensativa.
- Algo errado? – perguntou me encarando
- Nada não, pai. Espero que consiga encontra-los logo – falei o abraçando
- Eu também, querida.

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