Capítulo 5

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Uma semana se passou Luna já estava em New Jersey, o Luau seria no dia seguinte e eu não tinha absolutamente nada para vestir. Sentei na janela do meu quarto e comecei a tocar um pouco de violão. Comecei escutar alguns barulhos vindos da casa ao lado, então parei de tocar para que escutasse melhor. Eram gritos, pareciam gritos de dor, era um homem, parecia estar apanhando. Uma janela no segundo andar estava aberta, abaixei ao lado do parapeito para que pudesse ver melhor. Via um vulto, parecia estar ajoelhado, levando tapas em seu rosto. O outro homem, que o agredia gritava coisas para ele sobre dívidas, não conseguia escutar direito. De repente o homem chutou a cara do outro que estava ajoelhado, não pude conter o grito de susto.

O homem chegou perto da janela e me fitou. Ele tinha uma aparência assustadora, tinha uma barba comprida, sangue em seu rosto, cicatrizes por toda a parte. Me escondi atrás da parede rapidamente, fiquei lá por quase 10 minutos, quando voltei a olhar pela janela, a casa do lado estava totalmente fechada, não ouvia mais nenhum tipo de barulho, parecia por um momento ter voltado a ficar abandonada. Fiquei em choque com a situação, pensei em ligar imediatamente pro meu pai, mas fiquei com medo que o machucassem caso fosse lá, então decidi deixar o ocorrido em segredo por segurança.

Precisava ir ao centro da cidade para comprar algo para festa, mas antes disso precisava pedir permissão ao meu pai. Já passava do meio dia, meu pai já estava no trabalho. Decidi que falaria com ele a noite, durante o jantar.
Fui à cidade, havia milhares de lojas, mas nada comparado ao shopping de New Jersey. Lá não havia Prada, Armani, nenhuma dessas lojas de grife, mas as roupas eram tão bonitas quanto e os preços eram animadores. Comprei minha roupa em uma loja chamada Jay, ao lado da loja estava acontecendo uma feira de adoção de animais, resolvi dar uma olhada. Havia cachorros e gatos de todos os tamanhos e jeitos. Na última gaiola, bem no fundo da feira, havia um filhote de Husky Siberiano, ele era branco, com manchas pretas e um olho incrivelmente azul, mais claro que o mar, foi tipo amor à primeira vista. Tentei ligar para o meu pai diversas vezes para ver se ele concordava com a ideia de ter um cachorro em casa, mas ele não atendia. Fiquei quase meia hora pensando se o levaria ou não e cheguei à conclusão de que seria uma boa ideia, afinal, meu pai ficava muito sozinho naquela casa, depois que eu fosse embora ele teria alguma companhia pelo menos.
Preenchi as fichas necessárias com todos os meus dados para adoção, escolher o nome foi à parte mais difícil, depois de muito pensar, escolhi Koda. Comprei ração e uma guia para que conseguisse levá-lo para casa. Peguei uma caixa de papelão onde trouxe minhas coisas, coloquei um cobertor para que ficasse fofa. Koda tinha 6 meses, já estava grandinho.
Meu pai chegou ao fim da tarde, quando entrou, se deparou com Koda deitado no sofá
- O que significa isso? – disse meu pai apontando para Koda.
- Nosso mais novo membro da família – disse sorrindo.
- E com a autorização de quem você fez isso?
- Eu tentei te ligar várias vezes, mas você não atendeu, então achei que seria uma boa ideia trazê-lo para que quando eu for embora, você tenha alguém pra te fazer companhia, mesmo que esse alguém pareça um mini lobo.
Meu pai passou os próximos cinco minutos encarando Koda fixamente, por fim, ele soltou um longe suspiro e disse

- Tudo bem... Acho que não foi uma má ideia.

Assumo, fiquei com medo que meu pai me mandasse devolver o cachorro, mas duas horas depois meu pai já estava brincando com Koda e o chamando de "meu garotão", então estava tudo na mais perfeita ordem. Tirando o fato de eu ainda ter que contar sobre a festa, droga. Meu pai me chamou para jantar, era hora da verdade.
- Então pai... Como foi seu dia? – perguntei como quem não quisesse nada.
- Foi bem parado até, tive só três ocorrências.
- Hm... Sei. Vai trabalhar no final de semana?
- Não sei, querida. Mas vou ter que trabalhar até tarde na sexta-feira.
- Por quê?
- Vai ter uma festa no Pier 47, vamos ter que ficar de plantão caso aconteça alguma coisa. Ainda bem que você não frequenta esse tipo de festa, filha. Só tem jovens sem futuro, que abusam de droga e bebida, uma pena. – disse meu pai afastando a cadeira e levantando-se.
- É – merda – uma pena.

CapitãoDonde viven las historias. Descúbrelo ahora