Capítulo 23 - Tá pegando fogo, bicho

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- Oliver... | segurei sua mão antes que ele tentasse tirar meu lacre.

Ele parecia ofegante, após eu ter cortado nosso beijo.

- Me desculpe. Eu me empolguei. | falou.

Não tem problema, se quiser continuar, pode.

- É. Você foi longe demais! | lancei. Ele pareceu meio culpado e eu me senti mal, porque eu não estava sendo bem honesta com ele.

Ela já estava prestes a se levantar, mas eu puxei seu rosto e colei nossos lábios novamente.

- Megan... não... | ele tentava interromper nosso beijo, mas eu não permitia.

Eu não sabia o que eu estava fazendo, mas eu estava fazendo.

Mentira, pessoal. Não cai na laia dessa aí, não. Ela sabe muito bem o que está fazendo. Ela quer tirar o lacre, sabemos disso.

Eu agi sem pensar e sentei-me em seu colo. Já pude sentir seus braços envolverem minha cintura. Seus lábios de repente não estavam mais próximos do meus e eu fiquei boladona.

- Megan... Eu vou ser sincero com você. Se você fizer isso com qualquer cara, não vai passar mais que isso. | eu fiquei muito bugada, mas ignorei e tentei beija-lo novamente. - É sério, Megan. Eu não quero que você seja só mais uma da minha lista. Eu não quero vê-la sofrer por falsas expectativas.

Eu parei de tentar beija-lo e parei para escuta-lo.

- O que quer dizer com isso?

- É difícil de explicar... Quando não queremos nada com vocês, só procuramos uma coisa. Quando conseguimos, nós descartamos logo depois, mas é claro que não é todos que fazem isso. | ele falou e eu continuava sem entender. - Tipo, eu nunca faria isso com você. | ele me tirou do seu colo e foi até a porta.

- Por que não? | perguntei. Ele demorou um pouco para responder.

- Porque não somos nada mais, além de primos. | enfim ele saiu do quarto.

Nossa, levei um fora do meu próprio primo.

Logo depois senti meu celular vibrar. Era uma mensagem.

XX: Fiquei sabendo que a mocréia está cobrando dinheiro de você.

Eu: Está sim. Como sabe?

XX: Eu ouvi a conversa dela com o mordomo safrado.

Eu: Josh? Como conseguiu meu número?

Josh: Como sabe que sou eu?

Eu: Você escreveu "mordomo safrado"... Como conseguiu meu número?

Josh: Ah, é uma longa história... Eu só queria dizer que ela também vai querer cobrar pelo reparo do meu carro, pois está um pouco amassado na porta.

Eu: O QUÊ? É só isso, Josh? Já acabou?

Josh: Não, eu posso te ajudar.

Eu: Como?

Josh: Eu posso fazer com que ela mude de idéia. Você não terá mais com o que se preocupar.

Eu: Por que está me ajudando?

Josh: Você quer ajuda ou não?

Eu: Claro que quero, retardado. Tudo para me livrar daquela bruxa.

Josh: Hum... Não posso discordar disso. :)

Eu: Pois é...

Josh: Não está esquecendo de nada?

Eu: Não.

Josh: Cadê sua educação? Não vai me agradecer?

Eu: Não vou agradecer nada.

Josh: Posso te fazer uma visita?

Eu: Não...

Josh: Ok, tchau. Sz

Desliguei o celular e saí do quarto. Oliver estava assistindo e ao mesmo tempo falando ao telefone.

- Eu sei, ela é uma loucura... | ele riu baixinho. - A Jac? Não, não. Ela estava com outro, eu vi. | ficou em silêncio por um instante. - Aquela vadia não gosta de mim, ela mesmo disse... Ou talvez... | antes dele finalizar, eu apareci na sala.

- EAE, OLIVER. FALANDO COM AS PIRANHAS? | ele congelou ao me ver.

- Ahn... Certo. Eu vou querer uma pizza de pepperoni... Uhum... Ok... Obrigado! | ele desligou o celular com dificuldade.

Levantou sem jeito e ele tremia um pouco. Caminhou até a escada.

- Você está com fome? Eu pedi um pizza.

Raparigo, pensa que me engana.

- Talvez... | fitei ele. Caraca, ele tremia demais.

- Eu vou ao banheiro, tchau. | ele correu pelas escadas.

Fui me sentar e antes mesmo de tocar no sofá alguém decidiu bater na porta.

- Não estou em casa. | falei e a pessoa insistia em bater na porta.

Fui andando em passos pesados até a porta e a abri.

- Oi, gatinha. | um garoto loiro estava escorado no canto da porta. Ele estava usando óculos escuros e um chapéu, e também possuía uma rosa entre seus dentes.

- Aqui não é um bordel, lugar errado. | tentei fechar a porta, mas ele me impediu.

- Achei que fosse. | falou.

- Primeiro: a nossa puta está muito ocupada no banheiro, segundo: eu achei que tivesse dito "não" quando você pediu para me visitar. | enquanto eu falava, ele adentrou a casa.

- Você tinha escrito "não"?... Ah, desculpe, esqueci de avisar que não sei ler. | ele me entregou a rosa que estava entre seus dentes e em seguida beijou minha mão.

- Josh, para com essa viadagem.
- Então... Você quer ir a algum lugar comigo? | perguntou enquanto andava pela casa e mexia em tudo o que via.

- Hm... Achei que eu não fizesse seu tipo. | debochei. Ele riu.

- E não faz... Eu estava no tédio quando disse que queria visitá-la. Além disso... Como é seu nome mesmo? Eu esqueci. | ele fazia uma cara como se estivesse dizendo "Você é só mais uma".

- Meu nome é Megan. E não tem como você esquecer algo que nunca soube. | falei vitoriosa.

- Megan... Belo nome! Acho que é o mesmo nome que tanto circula pela minha casa. | ele parou de mexer nos utensílios da casa e ficou em minha frente. - Você causou um grande caos para a mocréia. Sabia? | ele falou e eu ri, até que me toquei de algo.

- Espera um momento... Sua casa?

- Sim. | falou como se fosse óbvio. - A mocréia é minha mãe. Achei que soubesse disso.

- O QUÊ? | ele se assustou com o meu grito. - VOCÊ TEM O MESMO SANGUE QUE AQUELA PUTA? | ele se afastava e eu andava na direção dele.

- Não... Ela pode ser uma mocréia, mas puta ela não é. | ele falou com um pouco de medo. - Qual foi, Megan? Achei que fôssemos amigos. | falou e eu parei de intimidá-lo.

- Ok... J-o-s-h, vamos ir a um lugar especial. | forcei um sorriso.

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Uma pergunta rápida: vocês estão entendendo tudo direitinho na história?

VAI TER PARTE 2

BeckerWhere stories live. Discover now