- Oliver... | segurei sua mão antes que ele tentasse tirar meu lacre.
Ele parecia ofegante, após eu ter cortado nosso beijo.
- Me desculpe. Eu me empolguei. | falou.
Não tem problema, se quiser continuar, pode.
- É. Você foi longe demais! | lancei. Ele pareceu meio culpado e eu me senti mal, porque eu não estava sendo bem honesta com ele.
Ela já estava prestes a se levantar, mas eu puxei seu rosto e colei nossos lábios novamente.
- Megan... não... | ele tentava interromper nosso beijo, mas eu não permitia.
Eu não sabia o que eu estava fazendo, mas eu estava fazendo.
Mentira, pessoal. Não cai na laia dessa aí, não. Ela sabe muito bem o que está fazendo. Ela quer tirar o lacre, sabemos disso.
Eu agi sem pensar e sentei-me em seu colo. Já pude sentir seus braços envolverem minha cintura. Seus lábios de repente não estavam mais próximos do meus e eu fiquei boladona.
- Megan... Eu vou ser sincero com você. Se você fizer isso com qualquer cara, não vai passar mais que isso. | eu fiquei muito bugada, mas ignorei e tentei beija-lo novamente. - É sério, Megan. Eu não quero que você seja só mais uma da minha lista. Eu não quero vê-la sofrer por falsas expectativas.
Eu parei de tentar beija-lo e parei para escuta-lo.
- O que quer dizer com isso?
- É difícil de explicar... Quando não queremos nada com vocês, só procuramos uma coisa. Quando conseguimos, nós descartamos logo depois, mas é claro que não é todos que fazem isso. | ele falou e eu continuava sem entender. - Tipo, eu nunca faria isso com você. | ele me tirou do seu colo e foi até a porta.
- Por que não? | perguntei. Ele demorou um pouco para responder.
- Porque não somos nada mais, além de primos. | enfim ele saiu do quarto.
Nossa, levei um fora do meu próprio primo.
Logo depois senti meu celular vibrar. Era uma mensagem.
XX: Fiquei sabendo que a mocréia está cobrando dinheiro de você.
Eu: Está sim. Como sabe?
XX: Eu ouvi a conversa dela com o mordomo safrado.
Eu: Josh? Como conseguiu meu número?
Josh: Como sabe que sou eu?
Eu: Você escreveu "mordomo safrado"... Como conseguiu meu número?
Josh: Ah, é uma longa história... Eu só queria dizer que ela também vai querer cobrar pelo reparo do meu carro, pois está um pouco amassado na porta.
Eu: O QUÊ? É só isso, Josh? Já acabou?
Josh: Não, eu posso te ajudar.
Eu: Como?
Josh: Eu posso fazer com que ela mude de idéia. Você não terá mais com o que se preocupar.
Eu: Por que está me ajudando?
Josh: Você quer ajuda ou não?
Eu: Claro que quero, retardado. Tudo para me livrar daquela bruxa.
Josh: Hum... Não posso discordar disso. :)
Eu: Pois é...
Josh: Não está esquecendo de nada?
Eu: Não.
Josh: Cadê sua educação? Não vai me agradecer?
Eu: Não vou agradecer nada.
Josh: Posso te fazer uma visita?
Eu: Não...
Josh: Ok, tchau. Sz
Desliguei o celular e saí do quarto. Oliver estava assistindo e ao mesmo tempo falando ao telefone.
- Eu sei, ela é uma loucura... | ele riu baixinho. - A Jac? Não, não. Ela estava com outro, eu vi. | ficou em silêncio por um instante. - Aquela vadia não gosta de mim, ela mesmo disse... Ou talvez... | antes dele finalizar, eu apareci na sala.
- EAE, OLIVER. FALANDO COM AS PIRANHAS? | ele congelou ao me ver.
- Ahn... Certo. Eu vou querer uma pizza de pepperoni... Uhum... Ok... Obrigado! | ele desligou o celular com dificuldade.
Levantou sem jeito e ele tremia um pouco. Caminhou até a escada.
- Você está com fome? Eu pedi um pizza.
Raparigo, pensa que me engana.
- Talvez... | fitei ele. Caraca, ele tremia demais.
- Eu vou ao banheiro, tchau. | ele correu pelas escadas.
Fui me sentar e antes mesmo de tocar no sofá alguém decidiu bater na porta.
- Não estou em casa. | falei e a pessoa insistia em bater na porta.
Fui andando em passos pesados até a porta e a abri.
- Oi, gatinha. | um garoto loiro estava escorado no canto da porta. Ele estava usando óculos escuros e um chapéu, e também possuía uma rosa entre seus dentes.
- Aqui não é um bordel, lugar errado. | tentei fechar a porta, mas ele me impediu.
- Achei que fosse. | falou.
- Primeiro: a nossa puta está muito ocupada no banheiro, segundo: eu achei que tivesse dito "não" quando você pediu para me visitar. | enquanto eu falava, ele adentrou a casa.
- Você tinha escrito "não"?... Ah, desculpe, esqueci de avisar que não sei ler. | ele me entregou a rosa que estava entre seus dentes e em seguida beijou minha mão.
- Josh, para com essa viadagem.
- Então... Você quer ir a algum lugar comigo? | perguntou enquanto andava pela casa e mexia em tudo o que via.- Hm... Achei que eu não fizesse seu tipo. | debochei. Ele riu.
- E não faz... Eu estava no tédio quando disse que queria visitá-la. Além disso... Como é seu nome mesmo? Eu esqueci. | ele fazia uma cara como se estivesse dizendo "Você é só mais uma".
- Meu nome é Megan. E não tem como você esquecer algo que nunca soube. | falei vitoriosa.
- Megan... Belo nome! Acho que é o mesmo nome que tanto circula pela minha casa. | ele parou de mexer nos utensílios da casa e ficou em minha frente. - Você causou um grande caos para a mocréia. Sabia? | ele falou e eu ri, até que me toquei de algo.
- Espera um momento... Sua casa?
- Sim. | falou como se fosse óbvio. - A mocréia é minha mãe. Achei que soubesse disso.
- O QUÊ? | ele se assustou com o meu grito. - VOCÊ TEM O MESMO SANGUE QUE AQUELA PUTA? | ele se afastava e eu andava na direção dele.
- Não... Ela pode ser uma mocréia, mas puta ela não é. | ele falou com um pouco de medo. - Qual foi, Megan? Achei que fôssemos amigos. | falou e eu parei de intimidá-lo.
- Ok... J-o-s-h, vamos ir a um lugar especial. | forcei um sorriso.
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Uma pergunta rápida: vocês estão entendendo tudo direitinho na história?
VAI TER PARTE 2
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Becker
ChickLitApós um ano no reformatório, Megan Becker volta para casa sem nenhum resultado, continuando ser a mesma garota baixinha contra as normas da sociedade. Obrigatoriamente, passa suas férias em uma nova cidade sem a companhia dos seus pais, mas com os...