Prólogo

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Houston, Texas – Julho de 2015.

O amor é para os fracos. Esse sempre foi o meu lema. Eu sempre estive certa sobre isso. A única coisa que eu me enganei foi de não supor que eu também poderia ser fraca...

E sabe o que? Aquilo tudo era uma tremenda burrice... tão grande e que se tornava maior ainda pela minha insistência. Tudo o que eu tinha que fazer era dar meia volta e dirigir os 900 quilômetros até Monterrey sem hesitar, nem parar como se estivesse fugindo do próprio demônio.

Bem... sorri com a ideia. Talvez eu estivesse mesmo indo de encontro ao próprio tinhoso. Na verdade, duvidava que até ele fosse capaz de tamanha insanidade!

- Não tem remédio Dulce Maria. Está metida nisso até as últimas, siga em frente. – Eu tinha que parar de falar comigo mesma

Sai do pequeno fusquinha alugado e ainda sem coragem de continuar. Sentia falta do meu antigo sedan vermelho, mas acabei tendo que vendê-lo. Depois de algum tempo acabei comprando esse menorzinho. Não daria pra rodar pelas estradas sem carro.

Parei em frente ao prédio de 3 andares de tijolos vermelhos. O bairro não era dos melhores. Mas também o que podia esperar? Estávamos na periferia de Houston!

Dois rapazes me encaravam nada amigáveis do outro lado da rua. Se eu fosse uma garota qualquer estaria morrendo de medo. Mas não... eu sou Dulce Maria, muito segura de si, obrigada.

- É roubado. – Falei para os dois que apenas assentiram. Sai dando uma risadinha pelas costas deles. Crescer na periferia da Cidade do México tinha me ensinado alguns truques um tanto interessantes.

Conferi o número escrito no papel. 2359... exatamente o mesmo número escrito na placa pendurada no batente da porta.

- Vamos lá Dulce Maria, você nunca foi covarde. Não é agora que vai começar!

Para minha sorte (ou talvez para meu azar completo), uma mulher vestida como se tivesse na noite saia do prédio naquele momento.

- Pode deixar, obrigada! – Segurei a porta e ela deu de ombros, provavelmente muito cansada de ter trabalhado a noite toda se é que me entendem.

Perdi alguns segundos logo na entrada. Não me impressionava que aquele lugar fosse tão sujo e fedorento, afinal já tinha vivido em um assim. Mas o que eu estranhava era Christopher viver ali. Justamente ele que era tão cheio de frescuras se meter num lugar daquele.

Apartamento 34... Suspirei já cansada. Não me animava nem um pouco ter que subir até o último andar sem ter a certeza de que iria encontra-lo. São em momentos como esses, que chego a conclusão que eu devo ser a pessoa mais instável do mundo! Onde já se viu eu, logo eu, Dulce Maria me rebaixar procurando aquele papagaio com reumatismo. Sim ele era o próprio. Falava sem parar, mas era sempre pra reclamar!

De frente para a porta marrom meio descascada ainda vacilei. Será que era mesmo ali? Até onde eu saiba Christopher não é nada pobre. Oh espera, ele também não é nenhum milionário, mas tem dinheiro o suficiente pra viver bem. Ao menos era isso que eu achava.

O apartamento não tinha campainha então bati como se fazia antigamente. Aproximei meu ouvido da porta. Que estranho! Conseguia ouvir várias pessoas lá dentro. Será que ele morava com mais gente ou quem sabe estava dando uma festa? Que festa que nada! Em plena segunda feira a tarde?!

A porta abriu de repente e eu literalmente cai de quatro. Grande entrada Dulce Maria, grande! Levantei rapidamente e só então me dei conta do lugar em que estava.

OrgulhosaTahanan ng mga kuwento. Tumuklas ngayon