-Está doendo. –Gemeu de dor e eu parei.

-Desculpa, achei que iria melhorar. –Afirmo e ela se levanta com dificuldade.

Apoio seu corpo junto ao meu, sua respiração estava pesada. Passei minha mão em suas costas fazendo movimento frenético na região.

-Vem, vou te dar banho.

Caminho com ela até o banheiro que tinha no quarto, adentramos e eu tento despi-la, mas a mesma me afasta.

-Eu ainda sei tirar a minha roupa. –Disse emburrada.

-Certo.

Encostei-me no granito da pia e cruzei os braços, olhando-a.

Não sei se ela estava tímida ou nervosa, mas ela teve certa dificuldade para tirar a blusa, ela lentamente abria os botões da camisa, olhando de relance para mim. Quando seu olhar cruzava com o meu, ela desviava.

Por fim, tirou a camisa, deixando seu sutiã a mostra, oque me fez ficar duro de tesão. Desci meus olhos para a sua barriga e percebi um roxo enorme na região da costela. Estreitei os olhos e me aproximei-me dela.

-Que merda é essa? –Pergunto, tocando em sua barriga.

Ela engole em seco e me encara com medo.

-Já falei.

Lembro-me do acidente que ela disse ter sofrido, firmo os lábios um no outro, pensando na dor da minha demônia.

-E..eu... –Tento falar algo, mas nada saia.

-Se afasta. –Pediu. –Eu só quero tomar banho em paz.

-Eloá... ainda dói? –Toco na sua costela e ela fecha os olhos, parecia sentir dor.

-Essa dor não é comparada com que você está me fazendo passar. –Ela fala ainda de olhos fechados. –Me deixa tomar banho em paz. –Pediu.

Suas palavras me atingiram como se eu tivesse levado um soco no estômago. Ela é a única que consegue me machucar sem precisar me tocar fisicamente.

Saio do banheiro sem olhar para ela, fecho a porta com força atrás de mim e me sento na beirada da cama, esperando por ela.

Deixei tudo que ela iria precisar dentro do banheiro para ela não ter que precisar pedir.

Finalmente entendo que eu a faço sofrer mais do que a dor que ela sente na costela. Tudo oque eu havia prometido a mim mesmo foi cumprido. Eu a fiz sofrer, chorar e se arrepender por tudo que me causou, mas mesmo assim, não me senti feliz e nem satisfeito. Não estou satisfeito pelas lágrimas da minha demônia e muito menos por fazê-la sofrer. Isso me dói mais do que pensei.

Ela me traiu, e mesmo assim não consigo odiá-la.

Escuto o barulho da água do chuveiro cair e imagino-a tomando banho, aliviando a dor debaixo da água quente.

Levanto-me e fico parado na porta com a mão na maçaneta, tentado em abrir a porta e pedir desculpas a ela, mas de repente meu celular toca.

Olho o visor e vejo que era o Alex.

-Fala. –Digo e me sento na cama.

-Onde tu tá?

Passo a mão no cabelo e suspiro fundo.

-Dando uma volta à procura dela, tu sabe.

Ouvi a voz de Luana no fundo, parecia está gemendo ou coisa parecida.

-Espera um pouco Luana. –Pediu Alex com a voz abafada. –Descobri uma parada cabulosa hoje mano.

-Tu tá comendo a Luana? –Indago e arqueio as sobrancelhas.

OPERAÇÃO NO MORROOnde as histórias ganham vida. Descobre agora