-Tu tá bem? –Pergunto, preocupado.

Ela acena novamente a cabeça e passa sua mão no pescoço, parecia está sentindo dor.

-Eu vou trazer seu café da manhã.

Ela olha para mim e percebo seus olhos cheios d'água, ela limpou rapidamente a lágrima que insistia em descer.

-Eu quero tomar banho. –Pediu, quase implorando.

-É claro, mas eu vou junto. –Digo e ela abre a boca assustada. –Não precisa se intimidar, eu já vi seu corpo diversas vezes, conheço cada parte dele. –Digo e ela fecha a boca, suspira fundo e morde o lábio. –Daqui a pouco volto.

***

Caminho para o meu quarto e tomo um banho, visto uma calça jeans e uma blusa qualquer, faço minhas higienes bocal e desço para comer algo. Resolvi fazer tudo que eu precisava primeiro para só depois da assistência Eloá.

Comi quase o bolo todo de laranja e depois pedi para a Creuza, uma mulher de confiança minha, para fazer uma bandeja de café da manhã para Eloá e subir depois que eu dê banho nela.

Sempre fui um homem precavido, todo o dinheiro que eu ganhava no tráfico eu investia, mais e mais. Graças a isso, tenho algumas casas aqui no rio e também em São Paulo, algumas estão alugadas outras ainda estão a venda. Essa por exemplo, não a coloquei a venda e nem para alugar, preferi deixa-la para alguma emergência e também para fazer algumas reformas básicas. Aqui ninguém vai me achar, muito menos Alex, apesar de que mantenho contato com ele. Tive que mentir para o Alex, disse que Eloá não veio ao nosso encontro e muito menos tentou se comunicar. Ele ficou puto, oque era de se esperar, provavelmente está machucando mais a amiga de Eloá para conseguir tais informações.

Suspirei fundo e fiquei parado perto da escada, olhando para cada degrau.

Tudo oque Eloá me contou ontem foi estranho, me fez pensar de outra forma. E sobre ela ter sofrido um acidente me deixou abalado, não sei se devo ou não acreditar, tudo está confuso. Eu não devia nem ouvi-la e sim, fazê-la sofrer, mas toda vez que a olho não consigo parar de pensar nos momentos bons que eu passei ao seu lado. Na sua risada e no seu jeito de me amar. Tudo que vivenciei com ela foram a melhor coisa que me aconteceu na minha vida.

Eu me odeio por não conseguir odiá-la e muito menos por não conseguir deixar de pensar nela.

-Senhor Guilherme, é pra levar o café da manhã agora? –Perguntou, me tirando dos meus pensamentos.

-Não, eu vou lá em cima vê se ela está bem e depois chamo tu. –Digo e subo.

Encontro Eloá na mesma posição que estava antes, mas dessa vez seus olhos estavam fechados. Abri a porta devagar, fazendo a mesma dá uma rangida. Ela abriu os olhos.

Seu olhar carregava uma tristeza e provavelmente arrependimento.

-Eu vou tirar algema, mas não é pra fazer igual tu fez ontem, entendeu?

-Tá. –Disse sem ânimo.

Ela estava diferente, parecia está derrotada.

Toquei em seu braço e notei sua pele quente, mais quente do que o normal. Olhei de relance para ela e notei seu rosto pálido. Toquei minha mão em seu rosto e vi que ela estava com febre.

-Tu tá com febre... –Anuncio e ela passa a língua nos lábios secos.

-Hum... –Só disse isso e olhou para a algema.

Tirei a algema de seu pulso e notei o roxo em sua pele.

Senti-me um grande filho da puta por ter machucado a minha demônia, apesar dela merecer. Toquei em sua mão e massageia levemente o seu pulso.

OPERAÇÃO NO MORROOnde as histórias ganham vida. Descobre agora