Before Sunrise

chapter two.

A jovem ruiva foi acordada, no início da madrugada, pelo seu telemóvel que vibrava intensamente. Quando pegou no aparelho percebeu que tinha várias mensagens e chamadas da sua amiga Allison. Ou devo dizer previamente amiga? Afinal fazia tanto tempo desde a última vez que as duas se tinham falado que nestes dias a Lydia já não sabia quais eram os interesses ou receios da outra. Apesar de terem sido grandes amigas, as melhores amigas, durante a maior parte das suas infâncias e inícios da adolescência, as escolhas que cada uma optou por tomar a medida que iam amadurecendo levou com que se fossem afastando aos poucos e poucos até chegarem ao ponto em que se encontram. Naquela altura a maior interação que tinham entre si era quando se cruzavam nos corredores da escola e suavemente sorriam uma a outra.

Apesar da falta da proximidade entre as duas, a Lydia nem precisou de ler as mensagens que tinha recebido de Allison para suspeitar que algo de errado se passava com a mesma. Afinal eram demasiadas mensagens e chamadas para se tratar de boa coisa. Assim sendo, apesar de ainda não estar totalmente desperta, Lydia retornou as chamadas e aguardou que a outra atendesse. A ruiva era o tipo de pessoa que desejava e esperava sempre o melhor para os outros e detestava tirar conclusões precipitadas e supor logo que o pior estava a acontecer, principalmente por que ela já tinha vivido o pior, ela conhecia-o bem demais e não era o tipo de coisa que gostava de desejar nem ao seu pior inimigo. Ainda assim, o comportamento de Allison era suspeito o suficiente para levantar tais conclusões.

– "Lydia, finalmente..." – Allison começou a falar tão rapidamente e com tanta ansiosa para chegar ao fim do que tinha a dizer que se atrapalhou e atropelou metade das palavras que saiam da sua boca. – "Eu preciso de ajuda, Lydia. Da tua ajuda, Lydia! Eu envolvi-me com as pessoas erradas e os esquemas errados e agora estou a dever dinheiro ao Stilinski. Muito dinheiro. E ele não é o tipo de pessoa a quem deves dever dinheiro. E Lydia, tu és a única pessoa que eu conheço que pode ser capaz de ter acesso a tanto dinheiro..."

A filha do casal Martin ficou em silêncio enquanto ouvia a filha dos Argent a falar. Levou um pouco de tempo até ser capaz de raciocinar tudo o que tinha acabo de ouvir e ser capaz de entender o que Allison lhe pedia, ter acabado de acordar não estava a facilitar ter aquela conversa.

– "Ele disse que me matava se eu não lhe pagasse tudo o que devo esta noite." – Allison choramingou desesperada quando não ouvi nada do outro lado da linha. – "E o Stilinski não faz ameaças vazias, Lydia eu acho que ele realmente me mata... E eu sei que o que te estou a pedir é muito, mas não seria como se tivesses a fazer algum tipo de caridade. Se estiveres disposta a emprestar-me o dinheiro eu vou pagar te até ao último cêntimo. Vou trabalhar até as minhas mãos caírem se for preciso. Porém, não importa o quão eu trabalhe esta noite, eu não vou conseguir os mil e quinhentos euros até a hora que nós combinamos...".

– "Tudo bem..." – Lydia disse por fim sem saber na alhada em que se estava a meter. Em sua defesa, tanto o sono como as memórias que tinha de Allison na infância toldaram-lhe o juízo. – "Eu vou apenas precisar de quinze muitos para conseguir reunir o dinheiro e trocar de roupa... Não te preocupes com mais nada, eu vou encontrar-me contigo!"

– "Ele vai estar a minha espera na estação subterrânea do comboio." – A Allison disse antes de desligar a chamada e Lydia deu por si a engolir em seco. A ruiva sabia precisamente do local exato a que a jovem se tinha referido. Aliás, não havia um único habitante de Beacon Hills que não soubesse qual era o local exato da estação subterrânea do comboio na qual o Stiles, e o seu gang, operava. Inclusive, a ruiva já tinha estado lá uma vez e essa era uma noite que ela jamais esqueceria.