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Capítulo 7 - Seventh insomnia

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Capítulo 7 - Seventh insomnia.

20 de Agosto de 1996, Inglaterra.

Uma semana se havia passado, ou talvez um mês, desde que a minha pureza havia sido roubada brusca e desalmadamente.

A dor, a mágoa, as lágrimas frequentes, a constante vontade de limpar o meu corpo permaneciam em mim. O tempo foi passando mas todos os anteriores sentimentos citados foram ficando cada vez mais fortes, fazendo-me duvidar da minha verdadeira existência.

Agora eu não era mais a rapariga que eu era antes, eu não era a rapariga quebrada que sofria pela morte da sua mãe, eu era alguém frio sem coração que sofria por duas perdas que ninguém merece sofrer. A perda de uma mãe e de si própria.

— Kristy, tu estas bem? — Harry perguntou-me fazendo-me acordar para a realidade.

As lágrimas escorriam novamente pelo meu rosto, eu mal as conseguia aguentar dentro de mim por meros minutos seguidos, a dor era enorme dentro de mim, ela saia dos meus olhos em formato de lágrimas toda a vez que o meu coração pesava com as imagens dolorosas que sempre retornavam á minha mente.

— A culpa é minha, tudo isto, toda a dor, toda a pureza que se foi, a culpa foi minha. — Murmurei entre soluços enquanto os braços do Harry me abraçavam.

O seu toque era com toda a certeza o único que não me fazia ter nojo de mim própria, isso tinha alguma significado, talvez fosse a paixão que eu tinha pelo rapaz desde o primeiro dia que olhei os seus olhos ou talvez fosse a carência de afeto que sinto todo o maldito tempo.

— Eu estou aqui para ti, a culpa não foi tua. — Ele murmurou beijando a minha testa e deitou o seu corpo juntamente com o meu na minha pequena cama de solteiro.

07 de Setembro de 2001, Inglaterra.

Nesse dia, eu estava quebrada demais para falar, cansada demais para lhe explicar como realmente a culpa era minha em tudo o que aconteceu naquele dia.

Harry não sabia a forma como eu falei com ele por enumeras horas do meu dia e como eu me iludi e me aproximei de alguém sem ao menos pedir algo como um comprovativo da sua idade, uma chamada ou seja o que fosse, eu devia ter tido mais cuidado, talvez ter combinado num local público coberto de pessoas, eu devia ter sido mais esperta. Mas eu não fui, e ele quebrou-me por completo.

É nos tempos de névoa que tu entendes quem realmente se preocupa contigo, quem realmente te quer bem.

Após eu me ter deitado naquela cama tudo o que eu fiz foi chorar silenciosamente esperando algum sono que nunca chegou a vir, enquanto isso Harry me olhava em silêncio com um olhar pensativo e confuso.

—Até que as lágrimas tenham saído dos teus olhos, até o medo poder dormir á noite, até os demônios que tu estas com medo desaparecerem dentro de ri, até essa culpa começar a rachar e o peso cair das tuas costas, oh minha querida, eu vou manter-te nos meus braços. — Essas foram as palavras que Harry cantarolou num sussurro ao meu ouvido, todos as noites de insônia.

A mesma voz angelical que me fez superar toda uma avalanche de mágoa não está presente agora para me ajudar a superar.

Ela não está mais aqui, como eu posso superar tudo sem isso?

Quanto mais eu choro mais doí, parece que eu estou a engolir vidro, mas são apenas as lágrimas que não querem sair.

A minha vida saiu de um caos para entrar noutro.

É isso que eu sou, um enorme e irreparável caos.

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