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Capítulo 6 - Sixth insomnia

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Capítulo 6 - Sixth insomnia.

16 de Julho de 1996, Inglaterra.

Algumas semanas se passaram desde que Aroah e Harry começaram a namorar, bom pelo menos, desde que ele me contou.

Eles estavam felizes, todos diziam que eles eram o melhor casal que alguma vez se tinha visto, não posso discordar.

Amar é isso certo? Deixar a pessoa que amamos ser feliz, mesmo que seja sem nós. Mas a dor permanece.

Eu após me afastar de ambos os meus amigos, procurei por novas amizades, seria de esperar que eu conseguisse fazer alguns amigos, mas eu não consegui, não na minha escola, não na minha rua. Foi numa noite de exaustão psicológica que eu fui até á internet e fiz a minha primeira conta numa rede social, lá eu encontrei um amigo, alguém que me compreendia e me elogiava, alguém que me encorajava a ser quem eu era sem medos.

Paul, é um rapaz da minha idade, imensamente gentil e bonito, segundo as fotos que ele me envia. Ele era sem dúvida uma versão gémea do Harry, tanto física como psicologicamente.

Corro até ao meu quarto após chegar a casa e sento-me á frente do computador, dígito a minha palavra passe e e-mail e entro na rede social onde falava diariamente com o meu amigo virtual.

Kristy Flow (15:32): Olá Paul :)

Paul Miller (15:32): Olá Kristy, estas pronta para o nosso encontro daqui a uma hora?

Kristy Flow (15:33): Óbvio, vou-me vestir até já, beijo!

A vontade de conhecer finalmente o rapaz com que falo por algumas semanas seguidas, diariamente, tomava conta do meu estômago fazendo-o revirar pelos nervos acumulados, eu estava ansiosa mas acima disso eu estava feliz, eu iria conhecer alguém que entendia a minha dor em perder o meu primeiro amor alguém que acreditava que eu era capaz de melhor, alguém que realmente se preocupava.

Após me vestir adequadamente, sai de casa e caminhei alegremente pelas ruas até á morada que o rapaz me tinha dado, após chegar á mesma, bati á porta e esperei ansiosamente que ele a abrisse. E este foi sem dúvida o pior erro de toda a minha vida.

06 de Setembro de 2001, Inglaterra.

Nesse mesmo dia, a minha inocência foi realmente roubada, eu achava que ter o coração partido era a pior dor que eu poderia sentir mas eu enganei-me.

Nada foi pior que o engano, nada consegue superar o nojo que eu senti de mim própria quando as suas mãos tocaram no meu corpo enquanto eu suplicava para que ele parasse.

Paul Miller, era na verdade um senhor de quarenta e poucos anos. No fundo ele era um monstro que esperava debaixo da cama das raparigas indefesas e ingénuas até captar toda a sua atenção e ter a sua confiança para atacar.

Harry sempre me disse que chega a um dia em que até respirar doi.

Naquele dia tudo o que eu podia fazer era respirar mesmo que fosse doloroso.

Enquanto as suas mãos rasgavam a minha roupa e a sua boca imunda tentava beijar a minha, eu só podia respirar entre as lágrimas e os soluços incontroláveis.

Em criança eu tinha medo dos monstros imaginários que moravam no meu roupeiro, hoje eu sei que os verdadeiros monstros são as pessoas sem qualquer sanidade mental.

Após eu sair daquela casa completamente horrorizada e traumatizada, eu dirigi-me a casa numa corrida entre lágrimas e flash's de todo o acontecimento. Para minha infelicidade, Harry estava lá sentado no sofá da minha sala com um sorriso enorme dirigido a mim.

No mesmo dia em que a minha vida se destruiu por completo, Harry percebeu que eu era quem ele queria.

Mas ele não entendia que naquele momento, eu tinha demasiada bagagem a pesar-me nas costas.

Não existe forma de salvar o que não tem salvação.

o meu coração tinha medo de sentir mais do que a dor que eu deixei que lhe tocasse.

E nesse preciso momento eu preferia deixar tudo quebrado do que segurar um coração partido.

Mal eu sabia, que ele não estava tão partido como agora.

INSOMNIA Where stories live. Discover now