Bem vinda, querida.

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Passei a mão na cabeça dela, acariciando seus cabelos dourados, quase platinados, bagunçados da noite anterior. Me levantei pegando as roupas no chão. As vesti e fui até o banheiro.
- onde o senhor pensa que vai?.- Savannah disse com a voz rouca. Me aproximei da porta para olha-la. Estava com a escova de dente na boca.
- estou atrasado.- disse voltando para a pia.
- ele está vindo...- ela disse com a voz baixa. Olhei para o espelho na minha frente e cospi na pia, limpei minha boca e fui para o quarto. Ela estava com a cabeça baixa.
- não vou poder te vê mais, Save.
- eu sei.- ela olhou para mim com compreensão.- quando vai embora?
- O mais rápido possível. Vou comprar minha passagem, por isso preciso ir.
- tudo bem.- Eu a beijei e sorri dando as costas indo até a porta.- porque você não me pede em casamento?
Sorri pra ela abrindo a porta.
- porque somos perfeitos demais para ficar juntos. Precisamos de um equilíbrio, sabe?
- idiota.- ia quase saindo quando ela me chamou, olhei de novo para ela.- antes de Blake chegar...quero te vê.
- claro, querida.
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Paul era um dos homens de Philip Edwin de maior confiança, estava como líder da segurança a onze anos. Ele era baixo pra um homem, mas tinha um porte forte, ombros largos e uma barba quase ruiva. Cabelos meio castanho grades que ele prendia em um estilo samurai.
Ele entrou na sala onde Philip estava com Sophie olhando panfletos de viagem.
- senhor?.- Paul disse chegando até a mesa segurando um telefone.
- sim, Paul?
- é da delegacia, querem falar com o senhor a respeito de uma moça, Eleanor flowers.
Phillip parou de olhar os panfletos e voltou o olhar para Paul. Ele parecia boquiaberto e de alguma forma assustado ao ouvir aquele nome. Como um fantasma de um passado glorioso.
Philip se levantou pegando o telefone da mão de Paul.
- quem é, querido?.- Sophie disse o seguindo com o olhar.
- alô? Senhor Edwin?
- sim, sim...eu...
- sou o policial Wyler. Gostaria de conversar com o senhor sobre Eleanor flowers. A conhece?
O coração de Phil poderia ter parado ali, mas ele abriu um sorriso largo.
- claro, é minha afilhada.
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- preciso da sua ajuda.- disse quando Bob abriu a porta só de cueca e roupão. Ele esfregou os olhos e me encarou com um olho mais aberto que outro.
- porra, Vince, tinha que ser as oito da manhã?
- é meio urgente, Bob.
- fala.- Ele esperou.
- preciso de uma identidade nova e um passaporte novo.
- cade aqueles que eu fiz pra você?
- preciso de novas.- ele olhou o relógio no pulso e voltou a olhar pra mim.
- tudo bem. Pra quando?
- o mais rápido possível.

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Phillip entrou na delegacia ao lado de Sophie. Ele parou na recepção e foi atendido por um policial jovem que o levou até lá dentro.
- ela está ali.- ele mostrou o que Philip já havia visto. A mulher, sim isso o assustou, sua garotinha era uma mulher agora. Os cabelos cacheados castanhos claros com fios dourados, as roupas sujas e rasgadas, e os olhos verdes, os mesmos olhos que ele tinha. Ela brincava com as algemas envolta dos pulsos que a perdiam na cadeira azul da sala de espera.
Phil teve um frio na barriga, ele sentiu Sophie apertar seu braço, olhou para ela que sorria.
- vai dar tudo certo, querido.- ela disse, tentando o confortá.
- senhor, Edwin?.- disse o policial se aproximando. Ele esticou a mão a apertando.- é um prazer conhece-lo.
- o prazer é todo meu, Policial...
- polícial Levin. Falou com meu chefe por telefone.
- ah, claro.
- bem, vamos, me acompanhe.- eles foram até onde a mulher estava.
- Eleanor flowers foi pega em flagrante roubando um supermercado e logo depois agrediu um dos meus homens.- ele disse apontado para onde um policial moreno estava sentado com um pano no nariz cobrindo o sangue.
- ela tem um bom soco.- o polícial disse com um sorriso maldoso.- bem, quer um minuto com ela?
- não, quero resolver isso logo, onde podemos conversar a sós?
Antes de entrarem em uma sala, Phill olhou para ela.

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Eu sentia como se ele fosse uma pessoa tão próxima de mim, mas isso não podia ser verdade. Eu não o via a dezenove anos, como poderia ter um sentimento por alguém assim?
Ele tinha por volta de sessenta anos, a mulher que chegou com ele estava com um vestido tão de justo que tentei descobrir como ela conseguia respirar.
Phil demorou uns dez minutos na sala, depois eles saíram sorrindo de lá como se fossem velhos amigos. O policial se aproximo e tirou as minhas algemas e eu me levantei olhando para ele.
- Oi, Elle.- ele me abraçou.
- Oi, tio.
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Bebi a cerveja e joguei as cartas na mesa.
- ganhei de novo.
Breno revirou os olhos e jogou as deles.
- filho da mãe.- ele foi até a cozinha pegar mais uma garrafa de cerveja.
- o que vai fazer quando for embora? Quer dizer, como vai se virar?
- vou arrumar um emprego, uma pessoa, uma família.
Breno deu uma gargalhada.
- você? Pai? Isso é o início do Apocalipse?
- eu quero viver, mano. Acredite, isso não é vida.
- eu te entendo...- michelly passou pela porta com duas sacolas na mão.
- ah, olha quem está aqui, o padrinho que não foi ao casamento.
- não da pra vocês esquecerem isso?.- ela passou por nós indo até a cozinha.
- precisa de ajuda, amor?
- não.- ela falou.
Senti me celular vibrar no meu bolso. Estiquei o braço o pegando.
- oi, pai.
"Onde você está?"
- na casa do Breno, precisa de alguma coisa?
" pode vir pra casa? Quero te apresentar alguém "
- hã... Tudo bem.
- que foi?.- me levantei dando uma última golada na cerveja.
- tenho que ir. A gente se vê.

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Chegamos na frente de uma mansão enorme, o portão se abriu e o carro entrou.
OK, sabemos que ele tem muita grana. A casa toda estava cheia de homens bem vestidos e armados. Ele é alguém famoso? Não ousaria perguntar.
A gente conversou no caminho, Ele me contou a mesma história que minha mãe contou minha vida toda.
Tessa Flowers, minha mãe e irmade criação de Phillip. Ele disse que eram inseparáveis.
O que me deixou curiosa para saber o que havia os separado.
Contei pra ele que minha mãe havia morrido e ele ficou em silêncio um pouco. Os olhos tristes, eles eram amigos de infância e quando ele teve um filho minha mãe foi madrinha dele, quando eu nasci ele me batizou. Lembro vagamente de uma mulher que ficava com ele, morena, cabelos lisos, Phil disse que era sua primeira esposa, Carmen. Ela morreu um tempo depois que eu fui embora.
Desci do carro e todos olharam para mim como se eu fosse um intrusa.
- senhor?.- um homem com o cabelo raspado se aproximou.
- sim Frédéric?
- Pierre já ligou umas cinco vezes atrás do senhor.
- vou ligar para ele.- o homem olhou para mim e pude vê uma interrogação na sua cabeça.- Frédéric está é Eleanor. Eleanor, Frédéric. Minha afilhada.
- prazer, senhorita....afilhada?
- vamos entrar.- ele posicionou a mão no centro das minhas costas.
Quando entrei na casa fiquei Boquiaberta, a casa era incrível, nunca havia visto algo como aquilo. Tudo bem, eu vivi minha vida toda em um trailer e aquilo era fabuloso.
- Sophie, dê algumas roupas suas a ela, leve ela para tomar um banho e desça para eu apresenta-la aos meninos.
- sim, querido.- ela o beijou e me deu a mão subindo a escada.
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- como assim a mercadoria não chegou?
- não sei, senhor.
- eu te pago pra quê, Pierre?
- A culpa não é minha, Phill. Eu só fabrico, se acerte com seus carregadores.
- o deus...tudo bem, saio daqui de manhã.
- tudo bem, Chefe.
- Phil!.- Paul passou pela porta ofegante segurando o fuzil na mão.
- o que foi?
- a polícia trocou tiros com os homens do norte. O Carl estava lá.
- Onde meu filho está, Paul?
- já levamos ele pró hospital.- Phil pegou as chaves do carro e saiu.
- Eu já não sei o que fazer com Carlion.- Phill disse indo até o carro.
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- bom dia, Lee.- disse entrando na casa. Ele me olhou de um jeito que me preocupou.- o que foi?
- atiraram no seu irmão, Vince.
- onde ele está?.- Disse preocupado.
- já foi para o hospital, Phil acabou de ir.
- eu vou lá!.- ele segurou o meu ombro.- ele pediu pra você ficar aqui.
- cade a Sophie?
- lá em cima, com a garota nova...
- garota nova?
- o Phil disse que é afilhada dele.- caminhei para casa. Se ele acha que eu vou ficar aqui esperando ele voltar com notícias ruins, ele certamente não sabe o filho que tem.

The Next Move (Sob Revisão)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora