Desconfianças

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Dorian abriu os olhos devagar, a cabeça pesada, ele se esforçou para observar o lugar e notar que havia dormido no sofá. A sala pequena de Cristy tinha o abrigado naquela noite. 

Ele se levantou, encostando o corpo dolorido no sofá de apenas dois lugares.

- Bom dia.- Ela apareceu na sala segurando uma caneca de café, para quem entregou.- Como passou a noite?

- Bem. Obrigada, Caroline.- Ele deu um sorriso.

- Não me chame assim.- Cristy abaixou a cabeça. 

- Porque não?.- Ele perguntou se levantando.

- Já falamos sobre isso. Eu não sou digna dele, Dorian.

Ela disse calma e serena, como ela era. toda vez que lembrava o que havia passado nas mãos de blake, sujando o nome que era de sua avó.

Dorian sacudiu a cabeça.

- É ridiculo ser tão dura consigo mesma, por algo que você não fez.- Ele segurou a caneca na altura do peitoral, que esticava a camisa preta.

- Você não me conhece.- Ela não disse grosseiramente, e deixou bem claro.-  Só não me chame mais assim, por favor.

- Tudo bem.- Ele concordou.- Você gosta de cookies? conheço um lugar que faz ótimos.

- Dorian.- Ela sorriu abaixando a cabeça.

- O que? .- Ele colocou a caneca nas mãos dela e elas se encostaram.

- Não posso. Preciso sair e procurar um emprego.

Dorian deu uma longa respirada, e olhou para a porta, depois para ela.

- Certo, bom, obrigado...Cristy.- Ele se aproximou dando um beijo em sua testa.- Ah!.- Ele pegou uma caneta que estava na mesa e o junto a ela, um bloco de papel.- Aqui.- Ele rasgou o papel e entregou para ela.- Meu numero. Qualquer coisa que precisar.

Ela sorriu com os olhos.

- Claro.

Dorian caminhou até a porta, a abrindo e saindo.

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Doze anos, ela tinha doze anos, e aquele homem apertava seu braço com tanta força, que ela sentia que seus dedos adentrariam na sua carne.

- Mandei parar de chorar, vaca!.- Ele gritou.- Ou vai acabar morta naquele hospital, igual a sua mãe.

Uma lágrima escorreu pela bochecha rosada de Eleanor, mas ela logo passou as costas da mão

e as limpou. O vento da varanda, onde ela estava sentada, veio e soprou mechas do cabelo loiro.

- Por que está chorando, querida?.- A voz rouca da mãe veio.

- Porque eu estou com medo, é isso que eu faço quando estou com medo de ficar sozinha de novo, eu choro.- Elle abaixou a cabeça e outra lágrima veio.

- E quem te disse que você está sozinha?

- Mamãe...você está morta.- Ela tentou segurar o soluço, mas não conseguiu. Os olhos castanhos da mãe lhe vieram na mente novamente.

- Não me referia a mim, querida.

 Então ela sumiu na sua vasta memória quando Marte encostou a mão no seu braço.

- Ei.- Ele viu as lágrimas e logo ela as limpou, olhando para ele com um sorriso no rosto.- O que foi?

- Nada.- Ela disse, a voz um pouco rouca.- Lembranças.

The Next Move (Sob Revisão)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora