porcelain doll

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note: hi, its me. antes de tudo queria avisar q eu n revisei esse capítulo.

a fic chegou em 10k e eu to bem feliz. resolvi escrever esse "capítulo especial" n sei pq, mas ta aqui. hm, muito obrigado por todo apoio e obrigado de novo por tudo. amo vcs de vdd

FELIZ DIAS DAS MÃES

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"É uma menina" a enfermeira falou sorrindo, entregando a tesoura para Andrew, que tremia de tão nervoso. Sua esposa estava esgotada, e completamente suada.

Fora um longo parto.

Liz Hemmings amava seus filhos, mas Lucy era sua garotinha. O desejo de ter uma menina era enorme. Todos os vestidos rosas e sandálias brilhantes eram lindos. Os cabelos dourados, pareciam fios de ouro. A pele tão pálida e delicada. Tão perfeita. Uma verdadeira boneca.

E assim era Lucy para Liz.

Uma boneca de porcelana.

A criança loirinha e extremamente pálida sempre fora muito calada. Quieta. Sorria pouca, e falava as vezes. Porquê? A cada dia que passava ficara mais distante de Liz.

Da sua mãe.

A primeira palavra de Lucy fora Peper, o nome do gato da família. Os garotos falaram papai primeiro, e no fundo Liz queria que sua única filha falasse mamãe. Porque ela era a sua favorita. A coisa mais linda que Liz já tivera feito.

A boneca de porcelana.

Lucy andou com nove meses, e logo correu atrás de Ben. Liz não podia ter ficado mais feliz. Lucy era tão esperta e linda. As pernas gorduchas, e bochechas rosadas. Todos na igreja admiravam a beleza da bebê.

"Os Hemmings tem uma ótima genética" dizia o padre.

Quando Lucy fez cinco, Liz notou algo estranho na filha. Ela ainda ficara distante de todos naquela casa. Brincava sozinha, fazia as refeições por último. Cada dia mais reclusa. Longe. Liz estava preocupada. Porquê sua boneca de porcelana estava triste?

"O que houve, criança?" Perguntava ansiosa por uma resposta, agachada no chão da cozinha.

Silêncio.

Quando Lucy tinha oito, os seus belos fios dourados sumiram. Liz ficou desesperada e chorou. O que estava acontecendo? Liz não entendia. O que tivera feito de errado? Não via. Liz amava tanto seus filhos. Deus estava a punindo? Amava tanto Lucy. Aquela dor de amar algo desconhecido. Ela tivera a colocado no mundo, mas não a conhecia.

Não o conhecia.

Luke cresceu triste. Seus pais brigavam todos os dias. Aquela culpa era gritante em seu peito quando ouvia sua mãe apanhar no quarto ao lado. Ela fazia tudo, mas para Andrew era nada.

Liz tinha colocado aquela aberração no mundo, berrava Andrew. Aquela lésbica filha do demônio.

Luke ouvia tudo calado.

Seu pai gritava todos os dias.

Não tinha nada que Luke poderia fazer.

Ou tinha?

Liz socorreu a filha várias vezes. Ela tinha cortes debaixo daquelas roupas masculinas. Cortes aqueles que também doíam em Liz. Foram horas em corredores de hospitais. Horas agoniantes, até Liz conhecer Dr. Irwin. O psicólogo.

Luke cresceu rápido e saiu de casa assim que pode. Ele fora embora, a deixando sozinha naquela casa. Apanhando todos os dias. Chorando sem ter notícias da filha que tanto desejou.

"Cadê a minha boneca de porcelana?"

Jack chegou nervoso em casa uma noite, tremendo dos pés a cabeça. Disse o que tinha ouvido e viu os olhos da mãe brilharem novamente. Ele tinha a encontrado, depois de anos.

A boneca de porcelana.

"Senhor?" A enfermeira sorriu, olhando a recém nascida e vendo o pai cortar o cordão umbilical. A bebê fora enrolada em um pano limpo e entregue a mãe, que tinha lágrimas escorrendo pelo seu rosto suado - e tão cansado.

A bebê chorou, fazendo a mãe sorrir ao ouvir aquele som agudo tão precioso.

"Hi, little girl" sussurrou Liz, sem conseguir tirar os olhos do rosto da filha. "Hi, Lucy"

//

Luke acordou tonto. Seu corpo todo estava dolorido e um ar de alívio percorreu pelo quarto. Um médico jovem aproximou-se e colocou uma lanterna em seus olhos azuis. Doeu. Aquele cheiro de anestésicos era terrível.

"O que aconteceu?" Perguntou com a voz frágil. Flashes passaram pela sua cabeça. Um carro ignorou o sinal vermelho. Chovia. Luke estava no chão molhado. "Minha bicicleta..."

"Sinto muito pela sua perda" brincou o residente, escrevendo na ficha no pé da mesa.

Uma discussão ocorria no corredor e Luke sentiu tudo girar. Era a voz do Michael. Porque ele estava gritando? Ele levantou a cabeça. Tudo girou.

Antes de apagar Luke ouviu Michael perguntar quem era Lucy.

Lucy.

Luke acordou novamente e um peso estava em sua mão esquerda. Era a mão do Michael. Os olhos verdes cheios de preocupação o analisava. Uma agonia formou no peito de Luke e ele afastou a mão, nervoso. Seu peitoral subia e descia fortemente. Estava tendo um ataque de pânico? Lucy. Ele não entendia.

"Ei" sussurrou Michael com os olhos marejados, um sorriso malicioso se formou nos lábios rosados. "Você me assustou pra caralho"

Luke continuou calado, olhando sem entender nada. Lembrou do beijo e suspirou, finalmente desviando o olhar. Estava tão constrangido.

"Hum. Alguém quer te ver..." disse Michael, hesitante.

"O que?" A voz de Luke saiu fina e frágil.

O rosto cansado e triste entrou no quarto, ao lado de um rosto um tanto familiar. Luke segurou a mão de Michael com força, e expirou. Aquele quarto de hospital parecia minúsculo. O que ela estava fazendo ali? A boca de Luke secou e tudo girou.

"Mãe?" Luke sentiu as lágrimas escorrem pelas suas têmporas e os seus olhos doerem. Não estava acreditando. Michael tentou se afastar, mas o loiro o segurou fortemente. "O quê... Quem... Espera"

A mulher aproximou-se lenta, com a ajuda do filho Jack e sorriu para o que estava deitado. Os olhos cheios de curiosidade. Ela estendeu a mão, e Luke a segurou com força. A mão calejada, fria mas mesmo assim macia. Firme. Liz riu, incliando-se e tocando no rosto pálido do filho com a outra mão livre. Aquele sentimento dentro dela era bom.

"Meu boneco de porcelana"



notes: to chorando, perdão

twitter: @brxxklyns

luke ♢ muke [c]Opowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz