Capítulo 21.

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Com direito à uma parada para um lanche, chegamos à uma casa com muitos detalhes de vidro e madeira escura. Era linda. Sem contar o jardim imenso com piscina, mesmo que de frente para casa houvesse um lago que sem dúvidas eu gostaria de nadar com Benjamin.

Senti nervoso quando meu pai e Miranda se aproximaram do pai de Benjamin e ele abriu um grande sorriso. Ele parecia tão cansado, mas ao mesmo tempo tão feliz e leve.
Quase caí quando Tessa surgiu do nada e me abraçou, soltando um gritinho.

- Nah! Que saudade! - Ri. Ela saiu do caminho, puxando um homem alto e loiro. - Esse é o Maison. Maison, essa é a Luna!

- Oi Maison. - Falei, me sentindo pequena.

Ele sorriu e se inclinou para beijar minha bochecha.

- Tessa não parou de falar de você. - Brincou.

Senti minhas bochechas corarem, mas imediatamente me virei e abracei o pai de Benjamin. O seu abraço fora tão confortável que me senti bem-vinda.

- Subam e se acomodem. Tessa pode mostrar o caminho para eles?

Tessa assentiu.

- Ótimo. - Ele continuou. - Maison e eu vamos ajeitar as mesas.

- Me sigam, povo! - Tessa disse, divertida.

Deixei Zeus com Maison e o pai de Benjamin, que parecia ser igualmente apaixonado por Husky. Subimos às escadas e atravessamos um longo corredor, onde meu pai e Miranda ficaram em um quarto em frente ao meu e de Benjamin, mas o meu e de Ben era um tanto quanto mais para o fim do corredor.

- Luna, por que não vem conhecer meu quarto? - Assenti, soltando a mão de Benjamin. - Maninho, cuida da mesa e dos pais da Nah. - Ela segurou minha mão. - Vamos!

Seguimos em silêncio pelo corredor, mas Tessa parecia nervosa pela forma como segurava minha mão ou andava apressada. Ela parou em frente ao seu quarto, uma porta branca grande, e agarrou meus braços.

- É o presente de Benjamin atrás dessa porta. Precisa me prometer que não vai gritar ou desmaiar. É muito importante.

Assenti, sentindo meu peito bater com força. Quando a porta se abriu, senti meus joelhos ficarem fracos. Uma mão estava em minha boca, que se mantinha aberta e tão surpresa quanto eu.

- Olá, minha nora.

Benjamin havia me mostrado muitas fotos e vídeos de sua madrasta, que era como sua mãe, e eu sentia como ela era importante para ele. Eu sabia que todas as vezes que eu acordava e ele estava olhando para o teto, era ela que estava em sua mente, ou quando ele mandava mensagens de voz, sabia que eram como cartas enviadas para ela, para ela ouvir quando acordasse do coma. Mesmo que os médicos já tivessem feito o pai de Benjamin assinar a papelada para desligar os aparelhos e deixá-la partir. Benjamin certamente morreria ao vê-la novamente. Viva.

Andei em sua direção e a abracei, sentindo os olhos molhados por lágrimas que não aguentavam mais ficarem presas ali.

- Benjamin me falou tanto de você. Deus, ele a ama tanto... - Sussurrei.

Ela riu, afastando-me e segurando meu rosto. Ela tinha olhos lindos e radiantes e um sorriso adorável.

- Você é uma boa menina para o meu Benjamin... Posso ver nos seus olhos, garota.

Sorri, assentindo.

- Obrigada.

Tessa bateu palminhas, nos fazendo olhar para ela. A menina possuía um sorriso insano nos seus lábios.

- Agora que viraram amigas, vamos ajudar a mamãe a descer e vamos surpreender Ben, ok?

- Ok! - Falei.

Tessa ajudou sua mãe a levantar enquanto eu desci com a cadeira de rodas. Ela era capaz de andar, mas depois de tanto tempo deitada, ela precisava começar aos poucos. Como quando um bebê aprende a caminhar. Benjamin estava de costas e dentro da cozinha, rindo e conversando com Maison, que desviou o olhar tão rápido para mim que Benjamin não notou que eu estava ali. Prestes a fazer com que ele tivesse um infarto em pleno Natal.

Ajudei Tessa a descer com sua mãe e a sentamos na cadeira de rodas. Tessa caminhou na frente e parou ao lado de Ben, enquanto eu empurrava a cadeira de rodas.

- Agora. - Sussurrei.

- Não vai me dar um beijo de presente, meu Benjamin?

Benjamin se virou, apoiando uma de suas mãos no balcão da cozinha. Suas costas arfou e o rosto vermelho tinha lágrimas caindo, brilhando no mesmo. Ele se aproximou e caiu de joelhos em sua frente, abaixando o rosto em seu colo.

- Mãe... - O seu sussurro falhado partiu meu coração.

Ela agarrou seu rosto, como fez comigo.

- Eu estou aqui agora.

- Como isso aconteceu? - Ele olhou para mim e depois para Tessa e seu pai.

- Milagre de Natal, foi como os médicos chamaram. - Falou Tessa.

Benjamin se levantou e ajudou sua mãe a se levantar, a apoiando em seus braços e ficando abraçado com ela por um bom tempo até ela se cansar e precisar sentar novamente.

...

Depois de trocarmos presentes antes da hora, Tessa e eu deixamos Benjamin com sua mãe e Maison e meus pais com o pai de Benjamin. Enfim, saímos da casa. Caminhamos até o lago e sentamos com os nossos pés dentro da água fria, balançando-os e vendo as ondas que aquilo provocava. Zeus estava com a gente.

- E como estão as coisas por lá? - Tessa perguntou. - Benjamin não tem ligado muito.

- Bem corridas, confesso. Foi a última semana de aulas e ele tinha muitas coisas do colégio para resolver, ao mesmo tempo vive tentando me agradar com passeios e tudo mais.

Tessa ri, de um jeito acanhado.

- Que romântico.

Faço que sim.

- Mas pensei que ele escrevesse todas as noites para vocês. - Indaguei.

- Ele parou desde o dia que meu pai ligou para avisar que os médicos planejavam desligar os aparelhos.

- Bem, pelo menos agora ela está aqui. É bom motivo né? - Tessa assentiu, sorridente. - Apesar de tudo, ele nunca deixou de falar com vocês ou pensar em vocês.

- Mesmo? Eu não sei... - Tessa suspira longo. - As vezes gostaria que ele fosse mais unido.

Dou de ombros.

- Penso que ele tem uma vida muito ocupada, entende? Mas agora, com sua mãe aqui, aposto que ele vai querer vir toda hora aqui.

- Promete tentar fazer com que ele faça isso? - Tessa murmurou.

Ergui o meu dedo mindinho e Tessa sorriu brilhante e largo, entrelaçando o seu dedo ao meu.

- Eu prometo. - Jurei.

Teachin' Her.Where stories live. Discover now