Capítulo 4.

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Depois de algum tempo conversando na varanda, após o filme terminar, Benjamin foi embora. Não lembrava nem da existência do meu celular até pegá–lo e ver ligações perdidas e mensagens de Caleb surtando.

Contei tudo a ele, com direito a risadas e piadinhas de mal gosto do mesmo. Depois, tomei banho e enquanto me vestia, vi as roupas de Benjamin penduradas na porta. Já estavam secas, pois o banheiro era quente.
Cuidadosamente, como se eu fosse uma criança levada prestes a fazer alguma travessura, peguei a camiseta e a vesti.

Virei para o espelho. Era grande demais. Como um vestido largo. Mas só conseguia sentir o cheiro de Benjamin. Nem tão doce e nem tão forte. Tão embriagante. Fiz o caminho da cama e dormi com as mangas da camisa perto do meu rosto, sendo completamente dopada por aquele cheiro.

...

Acordei com um barulho de câmera vindo do meu quarto, arregalei os olhos e soltei um grito quando vi Benjamin segurando o celular na minha direção, me cobrindo até os olhos.

— Como você entrou aqui?

— Seu pai estava tomando café e me deixou subir. Aliás, vim te levar para faculdade, se não levantar logo você vai se atrasar.

— Ok. — Murmurei, me descobrindo.

Benjamin sentou na beira da cama e assim que passei, sua mão atingiu minha bunda, mesmo que de leve, soltei um gritinho de susto.

— Jesus!

— Não. Sou só eu. — Revirei os olhos. — E você ficou linda com minha blusa. Quer ficar com ela?

Neguei, hesitante.
Queria, mas não podia. Além de parecer muito cara, sabia que era a preferida dele quando o vi usá–la três vezes em apenas uma semana.
Fui para o banheiro, me troquei e fiz minhas higienes. Assim que saí, Benjamin e eu descemos e eu tomei café. Meu pai não estava mais. O que só aumentou a sensação estranha que tive sobre ele noite passada. Além do fato dele ter deixado Benjamin entrar no meu quarto sem nem ao menos subir e checar como eu estava ou se estava acordada.

"Por favor não mate aula com seu namorado, e tome café da manhã. É a refeição mais importante do dia.
Amor,
Papai."

Sorrio, comendo os biscoitos e bebendo o suco que ele deixou perto do bilhete. Na porta, Benjamin apontava mais uma vez o celular em minha direção.

— Por que está tirando foto minha?

— O que? A culpa não é minha se você é linda dormindo com minha blusa e sorrindo por que seu pai deixou um bilhete, no qual ele me chama de seu namorado.

— Mas não é. — Repito.

Ele dá de ombros, esticando a mão para mim.

— Ainda não. — Murmurou e lhe dei um tapinha no ombro.

Eu não tive aula com Benjamin naquele dia, o que facilitou bastante que eu prestasse atenção e melhorasse meu desempenho nas aulas. Outra coisa que colaborou foi o fato de que Amanda não apareceu e mandou uma senhora muito boa em seu lugar. Finalmente aprendi algo em Filosofia!

No intervalo, fiquei na biblioteca com Caleb, pela primeira vez conversamos sobre outras coisas além de Benjamin e adiantamos alguns trabalhos.

Teachin' Her.Where stories live. Discover now