Capítulo 2.

4.7K 275 60
                                    

Benjamin passou alguns minutos me encarando, até que eu baixei a cabeça e fingi escrever para disfarçar, pois alguns alunos olhavam se preguntando quem foi que o deixou daquele jeito.

Semanas depois.

Caminhando pelo corredor ao lado de Caleb, ambos em silêncio, entramos na sala vazia de música e ligamos a luz que ficava acima dos bancos de trás.

— Pelo menos a escola não diz nada sobre aluno e professor namorarem. — Caleb murmurou.

O cotovelei.
Ainda estava atordoada pelo fato de que eu havia ficado bêbada pela primeira vez, ido para uma boate pela primeira vez e com toda minha sorte: me peguei em um banheiro com um homem. Que era meu professor e eu descobri isso no dia seguinte, com uma ressaca horrível!

— Não estamos namorando, Caleb.

— Não sei não, para quem se preocupou em deixar você e seu amigo gay em casa... — Continuou. — E ele fica olhando para você a aula toda ou quando te encontra em algum lugar...

Suspirei, encostando na cadeira com a cabeça inclinada para trás. Meus olhos fecharam e soube que estava encrencada quando as cenas com Benjamin começaram a passar novamente na minha cabeça. Era só o que me faltava! Agora toda vez que olhar para cara daquele homem, vou me lembrar disso e minha atenção na aula vai para put...

— Luna, alou!

Virei rapidamente para Caleb.

— O que foi?

— Aquele meu amigo me ligou! Ele realmente me ligou! — Bateu palmas.

— Quando? Agora?

Caleb negou, mostrando a tela do celular para mim. Ele havia ligado às 1 da manhã. Provavelmente o horário que chegamos em casa.

— Liga de volta! Ele parecia ser uma gracinha.

— E é! — Disse. — Vou retornar, espere aqui.

Assenti, vendo Caleb levantar e correr para a saída de emergência com seu celular.

Ali, sozinha, comecei a olhar para o palco. Mesmo escuro era possível ver seus detalhes e era lindo. Queria poder subir até lá e cantar alto. A sala é acústica e ninguém ouviria.

Olhei para os lados e fui até lá, como uma criança que apronta alguma travessura. Sentei na beira do palco e suspirei, como quem lava a alma.

"Open Your Eyes", do Snow Patrol era o que saia por entre meus lábios. Até que eu arregalei meus olhos quando ouvi palmas. Estava pronta para matar Caleb, por me assustar, mas me deparei com a imagem de Benjamin caminhando do escuro para o claro, ou seja, para o palco.

— Você devia participar do show de talentos.

Senti minhas bochechas pinicarem, esquentando cada vez mais. Meu Deus, eu vou explodir de vergonha?

— Não, platéia não é meu forte. — Sussurrei.

— Devia, você tem um talento.

— Obrigada, mas... — Desci do palco. — O que você está fazendo aqui?

— Eu almoço aqui.

Dou de ombros.

— Eu e Caleb também.

— Bom, então nos veremos todos os dias aqui. Quem sabe você canta para nós e perde seu medo?

Engoli seco.
Cantar para você? Tá doido!

Teachin' Her.Where stories live. Discover now