A mãe

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 Andrew não sabe explicar como ocorreu, de simplesmente se levantar e ir andando até ela.

Era como se ele soubesse que ela o chamava apenas de olhá-lo. Sua mente dizia "estou com medo, ficarei aqui quieto" mas o corpo queria o contrário. E o corpo ganhou, pois é ele que carrega o cérebro.

Andrew estava sentado em frente a Akna, paralisado.

Começou a reparar nela, agora que estava perto. Era uma mulher talvez tão jovem quanto ele, de cabelos castanhos e traços meio latinos, meio caucasianos... ele não sabia identificar ao certo. Fixou-se nos seus olhos por um bom tempo, agora ele entendia a visão que tivera; seus globos oculares eram escuros ao invés de brancos, como os de todo mundo. Eram de um castanho muito claro e tinha mesmo um tom de laranja em alguns raios, eles pareciam brilhar, era inumano! No seu rosto haviam traços desenhados que pareciam iluminados. Andrew achou que era a tinta que estava brilhando junto com o óleo da pele.

Quando Akna se aproximou dele e começou a cheirá-lo, ele sentiu um imenso calor emanando dela e viu o quanto estava suada

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Quando Akna se aproximou dele e começou a cheirá-lo, ele sentiu um imenso calor emanando dela e viu o quanto estava suada. E ele viu então, que aquelas marcas pareciam ser manchas da pele dela, e emitiam algum tipo de luz.

Repentinamente, ela pegou em seu rosto com firmeza incrível, ao mesmo tempo que transmitia sensação de proteção. Ele encarava os olhos dela fixamente, eles eram tão grandes e profundos... Akna o observava com calma quase sonolenta, piscando languidamente aqueles olhos imensos e intensos.

Minha mãe uma vez falou que se um gato te olhar e piscar pra você lentamente, você deve piscar do mesmo jeito, pois assim ele confiará em você para sempre.

Como era alérgico, Andrew nunca pode ter a confiança eterna de um gato. Até então. Hipnotizado pela fascinante mulher e lembrando das palavras de sua mãe, Andrew respondeu ao olhar dela da mesma forma. E ela sorriu ternamente.

Andrew sentia imenso calor enquanto a xamã o examinava.

Ela por várias vezes esfregou o seu rosto no dele. Cheirava-o e o lambia como se ela fosse um bicho e quisesse confirmar se aquela cria era a sua, de fato.

Akna é uma mulher muito atraente e ele se viu excitado como não ficava há muito tempo. Pensou em como seria bom ter uma mulher selvagem como ela ao seu lado. Era tão aconchegante, tão familiar.

De repente ele sente uma onda de calor envolver seu corpo, como uma baforada de ar quente, e logo sente a epiderme a queimar. Seus membros estavam completamente imóveis, como se a casca tênue que lhe cobria o corpo tivesse um peso que ele não conseguia suportar. Ele mal abria os olhos.

De súbito, algo risca sua pele com brasa, mas não consegue reagir, apenas geme. Sente então as mãos de Akna em seu ventre, e de repente parece que lá dentro tem um turbilhão de água. Sente o corpo balançar, a sensação aquosa toma conta dele inteiro, e Andrew é envolvido completamente pelo o que tinha no seu ventre; Água. Espessa e escura, quase parecia sangue, mas ele sentia o gosto do sal.

Era do mar.

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Latente - EstigmaOnde as histórias ganham vida. Descobre agora